No início, o futebol tinha o paredro, que deu o seu lugar ao cartola que por sua vez terá que ser substituído pelo profissional de gestão.
Sem dúvidas a profissionalização dos clubes é fundamental para as suas evoluções, inclusive com o clube empresa. A época do dirigente abnegado, sofredor, já faz parte do passado na maioria dos esportes, sobretudo no futebol mundial.
O cartola hoje é uma figura "démodé", traduzida do francês para o português como fora de moda.
Aos poucos o futebol brasileiro vem descobrindo, ainda de forma tímida, um novo modelo de administração, quando começa a deixar nas prateleiras figuras dos antigos cartolas, que eram apaixonados por seus clubes, substituindo-os por novos gestores profissionais.
Na verdade ainda não chegamos ao patamar maior nesse setor, embora os nossos clubes que participam das duas maiores divisões do Brasileiro já contam com esse trabalho profissional, mas ainda pecam por manterem muito poder nas mãos dos seus diretores.
O bom executivo é aquele que tem voo próprio, com capacidade de assumir decisões sem a presença ao seu lado de dirigentes. O que acontece na maioria dos clubes, é que alguns desses ainda dependem de influência para tomarem as providências necessárias para a administração do futebol.
Sabemos das dificuldades que são enfrentadas pelos dirigentes, ao abdicarem de entrevistas coletivas, de serem protagonistas, para darem os seus lugares aos executores de tarefas, que irão participar do processo com mais intensidade.
O papel do novo cartola é o de acompanhar e cobrar a realização do que foi planejado, e não ditar ordens quando tem alguém que possa fazê-lo.
O bom executivo resolve e não é apenas um cumpridor de ordens. Deve ter conhecimento de planejamento estratégico, de governança coorporativa, que entrelaça os setores do clube, saber preparar um relatório, e sobretudo ter a visão do mercado de jogadores com um banco de dados, que possa ajudar nas contratações.
O futebol a cada dia movimenta grandes recursos, e certamente necessita de um bom gestor que possa gerencia-lo com competência, como se faz numa empresa, e não apenas elaborar um contrato e enviar um registro, ou organizar viagens e locais de treinamentos.
Os cartolas são hoje figuras "démodé", e começam a fazer parte do mundo antigo do futebol mundial, e no futuro serão sem duvidas objetos de estudos da história desse esporte. Como os paredros, também deram a sua contribuição e devem ser respeitados.
O importante na contratação de um desses profissionais é que se possa discernir o executivo "executor", do executivo "repassador de ordens".
Essa é a questão, a do Ser ou Não Ser, para que possa dar certo.