No próximo domingo teremos a rodada final do Brasileiro de 2019, um dos mais fracos entre os que foram realizados nessa era dos pontos corridos, que foi salvo pelo futebol do Flamengo que deu um belo passeio nos gramados.
Mais uma vez uma competição serve para mostrar a falta de uma boa gestão esportiva nos clubes, com exceção do rubro-negro carioca, do Athletico-PR e do Fortaleza, que juntos mostraram competência nas suas estruturações. Os demais deixaram muito à desejar.
O Brasil ainda vive no amadorismo com relação ao futebol. A gestão profissional na maioria dos clubes não foi implantada de forma efetiva, e esses quando contratam os seus gestores, procuram ex-atletas sem a devida vivência do assunto ou, então, pessoas de outras áreas, muitas vezes amigas dos cartolas, e que produzem nada ou quase nada no planejamento estratégico.
Os dirigentes embutem um temor de passar para um profissional as atividades do clube, tendo em vista que ao realizar um bom trabalho iria ofusca-los. Cartolas adoram as entrevistas. Estudam com fonoaudiólogos para emitirem uma voz que se destaque ao falarem com os jornalistas.
O gestor esportivo tem que ter a noção de como planejar a vida do seu clube, com base científica e com métodos de administração, pois não basta que passe o dia todo a seu serviço, que no final se não tiver a devida competência, a soma dos resultados positivos é muito pouco para o que se deseja alcançar.
Os maiores exemplos estão em clubes com dificuldades, e o São Paulo é um caso bem emblemático, passando de uma entidade de referência, para um caos administrativo e financeiro, sendo obrigado a vender os seus ativos intangíveis, mostrando que lhe faltou um planejamento.
O dirigente é um puro amador, na maioria das vezes é um torcedor das arquibancadas, e torna-se irracional no trato das coisas do seu clube, enquanto o gestor esportivo é o inverso, ou seja sem paixão, e com razão, sabendo aplicar todos os mecanismos que aprendeu nos bancos escolares com prática de suas utilizações.
Dirigente não é para contratar treinador ou jogador, e sim referendar a capacidade financeira do clube para que isso aconteça. Se tal fato acontecesse na realidade, não teríamos tantas contratações em uma temporada, e uma dança das cadeiras para os técnicos que supera a racionalidade.
Muitas dessas contratações são feitas de maneira açodada, e muitas vezes para o atendimento de empresários interessados, ou para dar um lustro a sua vaidade, e em alguns casos lucrar com as comissões.
Os esportes no seu contexto precisam de profissionais competentes, sérios, para gerencia-los, que saibam discernir sobre aquilo que estão administrando.
Um bom gestor evitaria as lambanças que acontecem no dia a dia do nosso futebol, mas enquanto esses não chegam os clubes agonizam.