O Programa Internacional de Avaliação- PISA, demonstrou que nos últimos 10 anos até 2018, a educação brasileira estagnou, o que não é novidade, desde que nesse período o governo federal esteve abraçado ao sistema de corrupção que tomou conta do país, e que produziu a Lava-Jato.
Há anos que batemos na mesma tecla e com um bordão já esgarçado ¨A educação é a base de tudo, inclusive para os esportes". A estagnação no ensino público arrastou consigo as bases esportivas.
Vivenciamos uma época em que os nossos maiores talentos nas diversas modalidades saiam dos bancos escolares, e em especial da escola pública, que tinha um trabalho da cadeira de educação física com as atividades esportivas.
No Brasil, a queda de qualidade do sistema escolar e o abandono ao setor de esportes, privou o trabalho de formação de algo que era o seu alicerce. Na realidade, até as escolas privadas que participavam do setor, abandonaram-no por conta dos seus custos.
O principal instrumento para se praticar esportes não é uma bola, uma chuteira, uma raquete, e sim uma banca escolar. Mesmo nas pequenas salas das escolas as crianças podem praticar esportes. Para que se tenha uma ideia, o miniatletismo pode ser aplicado em pequenos espaços, estimulando o jovem para abraçar esse esporte.
Com esse modelo não seria preciso de forma inicial ter uma pista de atletismo, podendo assim ser utilizado outros equipamentos, criando situações dentro de um espaço físico, como uma quadra ou mesmo uma sala, para desenvolver a modalidade.
Em nosso país, o professor de educação física está sendo relegado ao segundo plano nos últimos anos, o que na verdade é um crime contra a iniciação esportiva.
Por incrível que pareça, isso foi debatido no ano de 1987 pela Comissão Nacional dos Esportes em sua peregrinação pelo país, e colocado no seu relatório como sugestão. Após 32 anos, nada foi feito.
Isso é o que pregamos para o Brasil. A base é a escola e a educação. Aos cinco anos, as crianças recebem o incentivo para a escolha de uma modalidade, para que possa começar a pratica-la.
Convênios poderiam ser realizados entre o governo e clubes que tivessem instalações esportivas, para que os alunos pudessem utiliza-las. O estado daria a contrapartida com o pagamento a esses, por cada um dos jovens que participasse do programa.
Um bom exemplo vem da Coréia do Sul, quando fez do Takewondo uma matéria obrigatória nas escolas desde 1962, por determinação do governo. No Japão também é disciplina escolar.
A pequena Jamaica investiu na base e o segredo do seu sucesso no atletismo está nas suas escolas, que se transformaram no ponto de partida para os famosos corredores.
Todos esses países estão à frente do Brasil no setor de esportes, o que nos leva a crer que devem estar certos, e nós errados ao abandonarmos a educação e deixarmos de lado um grande veículo de potencialização na formação de atletas.
Na verdade o que falta ao nosso país é a inteligência, fundamental para a percepção do que se pode fazer pelos esportes.