Fim de feira para um futebol medíocre que foi salvo pelo Flamengo ao apresentar algo novo no setor. A bola no Brasil foi recolhida e os jogos oficiais somente no final de janeiro com os horríveis estaduais que tomam quase quatro meses de datas que poderiam ser utilizadas para abrandar o calendário.
Um torneio deficitário, em decadência, criticado pela grande maioria dos que acompanham o futebol brasileiro. Nada se faz para substituí-los. Seis meses após os seus encerramentos os campeões já estão no esquecimento.
São centenas de jogos, e quando esses terminam uma pergunta fica no ar: Quantos jogadores foram revelados pelos clubes, em especial os menores? Quantos estão nas prateleiras?
No mundo da agricultura, o celeiro (silo) guarda a produção agrícola, e esse termo era utilizado pelo futebol, quando se apresentava o trabalho de base. No Brasil futebolístico de hoje os antigo celeiros e os modernos silos estão vazios, sem produtos a serem colocados no mercado consumidor.
Em outras épocas, os clubes de menor porte, em especial os do interior, quando de suas participações nos estaduais, apresentavam alguns talentos, sempre aproveitados pelas agremiações de maior porte. O fato produzia uma cadeia financeira, com aporte de recursos para esses clubes, por conta das negociações realizadas, e um custo menor para aqueles que contratavam.
O número de estrangeiros em nossos gramados, mostra que esses estão suprindo a ausência do celeiro, vazio há muitos anos.
Praticamente os clubes menores repetem as mesmas caras todos os anos. Jogadores rodados, de idades avançadas, e que não despertam nenhum interesse para aqueles que sempre tiveram nesse mercado uma boa fonte para matar a sua sede.
Tal fato não é exclusivo de um estado, e sim de todo país, quando o aproveitamento acontece de forma pontual, desde que esses clubes quando não são de empresários, insistem no abandono ao trabalho de formação, que seria produtivo para todos, e para o contexto geral do futebol nacional.
Com exceção de poucos clubes do país, um dos maiores problemas do nosso futebol está centrado na ausência de produção do seu pé de obra. Na realidade, existem talentos, mas o ciclo mudou totalmente de rotação. Antes saiam das peladas das várzeas, hoje saem das escolinhas de empresários, que os conduzem diretamente para o exterior, sem passagem pelos nossos clubes.
Esse sem duvida é o grande buraco, e que não é debatido pelos segmentos interessados, cujos dirigentes assistem com passividade à evasão de atletas, e ao mesmo tempo formando os seus elencos com jogadores medianos.
Na verdade, o futebol brasileiro foi grande quando tinha seus celeiros bem abastecidos. O pulgão apareceu, contaminou a todos, e os talentos desapareceram, causando a pobreza desse esporte no país.
Tudo isso acontece, e a nossa "espetacular" mídia está preocupada com as entrevistas que saem do nada para o nada, afrontando o nosso Aurélio.
Nós merecemos isso.
Comentários
0#4RE: OS ESTADUAIS VEM AÍ —
CLAUDIO LEITE09-12-2019 14:07
JJ: Um excelente artigo que mostra a cara real do futebol brasileiro. Ou se muda o sistema, ou esse irá fechar as portas de algo que já foi importante para o país. Parabéns ao Guilardo pelo seu comentário.
0#3RE: OS ESTADUAIS VEM AÍ —
RUBRO-NEGRO09-12-2019 14:03
JJ: A nossa salvação é o amigo com seus artigos, e os comentários dos visitantes. O que assistimos no domingo foi o retrato de uma sociedade apodrecida e sem escolaridade. Parabéns.
0#1RE: OS ESTADUAIS VEM AÍ —
Guilardo Pedro Cardoso Pedrosa09-12-2019 12:16
Caro amigo. Sobre os estaduais não se precisa tomar mais nenhuma medida. Inanição, este é o remédio. O processo autofágico está no fim, o elemento sobejante morrerá de inanição. Estaduais ou o que os valham não existem em lugar nenhum, salvante no Brasil. Estaduais é como prisão após trânsito em julgado, só o nosso país utiliza. Não pode prestar, portanto. Está morrendo de forma inapelável, e o seu passamento será comemorado por todos. Caboclo poderia colocar a sua digital para a posteridade, ou então guardá-la apenas para os fichários criminais, como os outros.
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