Logo após o funeral do futebol que foi realizado no dia de ontem, o tabelião de um Cartório do Rio de Janeiro onde fica a sede do Circo, abriu o testamento que foi deixado pelo defunto.
Na abertura esse agradeceu ao Flamengo e Santos por conseguirem escapar da mediocridade de que tomou conta desse esporte. Fez boas referências aos "Jorges Salvadores", além de destaques para o Athletico-PR e Fortaleza.
A causa de sua morte foi atestada pelos médicos da entidade que dirige o finado futebol, como um choque por conta dos funestos acontecimentos de Belo Horizonte onde os bandidos devastaram o Mineirão e levaram 38 pessoas para os hospitais.
No encerramento do pior Brasileiro dos últimos anos, o testamento sinaliza para diversos clubes falidos, a maioria sazonais, futebol de pouca qualidade, com arbitragens grotescas, jornalismo alheio aos problemas e preocupado apenas com os pensamentos "filosóficos" dos dirigentes, técnicos e jogadores, entidades alienadas, falta de transparência e torcedores perigosos.
A tecnologia através do VAR foi implantada, e como bem situou o defunto, essa foi desmoralizada em dezenas de partidas.
Nos gramados, a maioria dos jogos mostraram uma má vontade dos treinadores para vencerem. A tática 1-10 foi a preferida, e nos vestiários já deixavam bem claro, que o ritual será defesa, defesa, defesa, atacar jamais, a não ser que o adversário permita.
Os jogos foram compostos de chutões, bolas alçadas nas áreas, carrinhos violentos, sangue na cabeça dos jogadores. Quando um time conseguia por um milagre marcar um gol, começava então o sistema do cai-cai, das simulações para ganhar tempo.
A nova moda que foi implantada é a simulação dos goleiros, que podem ser atendidos no gramado e tiram do jogo preciosos minutos.
O defunto citou algo bem interessante no seu testamento, com relação a telepatia adotada pelos treinadores quando seus times estavam vencendo. Ao procederem uma substituição, aquele que seria substituído desabava no gramado para sair na maca ganhando tempo. No final 46% de bola correndo e 54% de bola parada, em um total de 96 minutos de jogo.
De vez em quando as brincadeiras com bombas de gás explodiam nas arquibancadas, ritual que fazia parte do divertimento dos torcedores organizados que tem a proteção da cartolagem.
O testamento concluiu solicitando uma mudança radical no sistema, à partir do Circo do Futebol Brasileiro que é o responsável por toda essa bagunça citada.
A morte do futebol brasileiro já era esperada, desde que há anos esse estava na UTI, e somente os inocentes ainda acreditavam em sua recuperação.