O futebol brasileiro sempre teve uma boa demanda, mas sem a consistência desejada. O mercado é amplo, mas não é aproveitado, e apesar de um crescimento na média de público no Brasileiro de 2019, a ociosidade existente nos estádios ainda foi muito grande, com 49% de espaços vazios.
Na verdade existe a necessidade de mudanças no modelo existente para que o torcedor pelo menos aumente a sua presença nos jogos das diversas competições, e que acredite nessas. O mais importante para qualquer segmento é sem duvida a credibilidade. Quando se perde esse atributo, o fundo do poço se aproxima.
O Circo do Futebol é dirigido pelo mesmo grupo que representa os três ex-presidentes expulsos do sistema por corrupção. Isso provoca um desânimo no consumidor, por não acreditar nos seus gestores.
Um fato recentemente acontecido no país mostrou de forma clara essa desconfiança. Quantas pessoas nos telefonaram ou em diversas conversas falaram sobre a queda do Cruzeiro, achando que Vasco e Palmeiras iriam dar-lhe uma ajuda.
Sempre respondia de que nenhum dirigente teria coragem de pedir aos seus atletas a abertura de um jogo. A resposta veio dos dois times que venceram os seus jogos e ceifaram a Raposa. Um fato como esse aumenta a credibilidade no setor.
O crédito nas instituições é sem duvida o ponto de partida para que a transfomação seja realizada. Precisamos acreditar no sistema antes que seja tarde.
Os cartolas não podem trabalhar para os seus próprios interesses, e ter no seu clube uma escada para promoção pessoal.
Tem que mudar.
A arbitragem mesmo com o VAR tem que ser profissionalizada, para que os erros grotescos não possam acontecer. O ponto de partida é o da autonomia e uma longa distância da Barra da Tijuca.
Tem que mudar.
Como podemos acreditar em competições em que os regulamentos são alterados ao bel prazer dos cartolas, ferindo os interesses dos torcedores?
Tem que mudar.
Como podemos acreditar em um esporte onde a sua Confederação é milionária, as Federações estaduais ricas e 97% dos clubes rotos e esfarrapados, pedindo esmolas nas ruas da cidade?
Tem que mudar.
Como podemos acreditar em um futebol com a maioria dos clubes falidos, devedores de milhões, com salários atrasados, e que vivem no mundo da fantasia como se nada estivesse acontecendo?
Tem que mudar.
Como podemos acreditar em um esporte onde mais de 400 clubes são sazonais, e mais de 12 mil profissionais são desempregados no terceiro mês do ano?
Tem que mudar.
Como podemos acreditar em segmentos da imprensa esportiva, que são passivos perante as mazelas que acontecem, sem cobranças, como se tudo estivesse correndo as mil maravilhas. Vivem na Ilha da Fantasia e alhures?
Tem que mudar.
Como podemos acreditar em um esporte que é dominado pelas torcidas organizadas, sustentada por seus clubes, e que agem de maneira violenta, inclusive com mortes.
Tem que mudar.
A falta de crédito derrubou o futebol brasileiro, embora esse possa mudar se os governantes tiverem a coragem de uma intervenção no sistema, para que possamos começar de novo.
Tem que mudar.
Em nosso mundo atual, tem-se vergonha de sentir vergonha.
Comentários
0#1RE: O FUTEBOL BRASILEIRO PRECISA DE MUDANÇAS —
Guilardo Pedro Cardoso Pedrosa11-12-2019 12:52
Caro amigo - Sempre apreciei a sua luta incansável para a salvação do futebol brasileiro. Tanto pelos artigos da sua lavra quanto por aqueles que transcreve, de pessoas honestas e competentes, que se destinam a ajudar o nosso futebol. Mas é uma luta contra moinhos de vento. O futebol faz parte de uma engrenagem defeituosa dessa gigantesca máquina, o Brasil. Não se consertará o futebol se não modificar o País. Somos uma nação doente e isso vem da própria raça. Não entremos em detalhes sociológicos, pois luminares como G Freire apenas analisaram o desenvolvimento social a partir do império, pois isso era o politicamente correto e daria assento na academia. O nosso futebol, infelizmente, não mudará. Continuaremos como estamos, times compostos de zumbis jogando no entorno dos cemitérios. Nosso dirigentes políticos são bandidos e medíocres, como mudaremos o futebol com cartolas medíocres e bandidos ? Nunca. Futebol sério, feito por gente séria, só assistimos dos campeonatos europeus. Sinto pelo amigo, verdadeiro protagonista do bom combate, mas é tarde para qualquer ilusão. O terceiro mundo já não é mais o mesmo, pois seus integrantes, em sentido contrário da humanidade, caminham pela via inversa, céleres, com destino aos quarto e quinto mundos. O Brasil, aí sim, é o legítimo comandante desse exército de proscritos.
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