As análises sobre o futebol não deveriam ficar restritas apenas aos momentos dos jogos, e o que se passa nos treinamentos durante a semana, além de outros temas improdutivos.
Para que se entenda o processo de mutação dos clubes, necessário se faz a comparação do ontem, com o que acontece hoje e com isso visualizar o amanhã.
Educaria o torcedor que é alienado de forma total do processo. Para esse uma grande contratação, ou uma vitória do seu clube, representam a apoteose. Vivem um mundo da ilusão, que é vendido pelos ilusionistas de plantão.
O planeta mudou de forma radical, a sociedade recebe mais informações e passou a discernir o que seria melhor para as atividades de lazer, e os dirigentes não entenderam essa transformação.
Vivenciamos o clube antigo e novo, isso é importante para um efeito comparação.
Na realidade o de ontem tinha um sentido diferente da parte dos associados, como acontece ainda hoje em alguns do Sul/Sudeste.
Esses viviam o seu cotidiano, frequentavam-no, e com isso tinham um aprendizado para que no futuro pudesse participar do seu comando.
Era uma escola formadora de dirigentes, que se preocupavam com um sujo nas paredes do seu clube. O associado era bem recebido. Vários eventos eram realizados para esse. Havia um respeito.
Muitos cresceram o seu patrimônio, e evoluíram nos esportes. O dinheiro tinha suas cores. Não havia patrocinadores, mas as gestões eram bem melhores, desde que trabalhavam com os pés no chão.
As famílias os frequentavam, mas foram afastadas pelos novos conceitos, ou seja excluíram a voz dos associados e se apropriaram dos seus destinos.
Sem a formação de dirigentes, o processo mudou. Hoje o clube é entregue muitas vezes a pessoas que sequer conheciam as suas dependências, mas pertencem aos grupos que o fatiaram. Falta-lhes sentir o cheiro de suas cores.
Nesse processo de mutação apareceram aventureiros com o pensamento de levar vantagem. Foi criado um abismo profundo entre os sócios e o clube, mesmo com o mundo da internet, hoje a transparência é uma pornografia proibida, sob pena de prisão perpétua a quem ousar pronuncia-la. Tudo se faz no intramuros, com o conhecimento de poucos ungidos.
O clube de hoje é amorfo. Suas sedes são elefantes brancos e deixam de acolher o seu corpo social, e por conta disso o presente já não tem qualidade, e o futuro se apresenta sem maiores perspectivas.
O passado nos ensinou que o clube é como uma escola, funcionando em outras atividades, e sempre formou bons dirigentes por conta de uma maior vivência.
Por falta dessa simbiose, os clubes sócio-esportivos transformaram-se em sombras do passado, hoje sendo Capitanias Hereditárias.
E o futuro? A Deus pertence.
Comentários
0#2RE: ONTEM, HOJE E O AMANHÃ —
CLAITON LIMA-RJ18-02-2017 13:28
JJ: Com exceção do Flamengo, os clubes cariocas passam por esse momento. São apenas times de futebol.
0#1Vai Piorar e Muito —
Beto Castro18-02-2017 12:26
Essa descrição romântica dos clubes brasileiros que serve para todos os Estados é realmente uma aula sentimental de história. Os clubes eram entidades de prática desportiva que prestavam serviços sociais relevantes às comunidades onde se inseriam e às sociedades locais e nacionais. Eram locais de reuniões sociais para onde convergiam profissionais de diversas áreas para o lazer e as confraternizações. Começaram a morrer quando pessoas ambiciosas e sem caráter perceberam ali os seus meio de vida, proselitismo político, ascensão social forçada, lavagem de dinheiro sem origem e enriquecimento ilícito. Com o comando nacional dominado por verdadeiros mafiosos sem futuro, essas associações comunitárias viraram lavanderias organizadas em redes estaduais de feudos vitalícios e sem democracia. A grande República Federativa virou uma Associação de Tribos de Bárbaros Televisivos sem passado, sem presente e sem futuro. Tudo virou negociata aparelhada por aproveitadores e oportunistas do ganho fácil e sem prestação de conta. Em 1986 virou um caso de polícia somente defenestrado pela Polícia Federal Americana 25 anos depois. Todas pessoas de bem foram expulsas pelos marginais e ninguém com um pingo de credibilidade e honestidade deseja ter o seu nome ligado ao crime organizado. Participar do Covil aparelhado pelo Camelódromo Monopolista e os seus lavadores de dinheiro significa para o cidadão de bem uma mancha indelével no seu currículo de vida. Os vândalos e arruaceiros de rua são os filhotes dos mafiosos. Infelizmente, estão fazendo o mesmo com a Pátria. Em que vai dar, não sabemos. A situação do Brasil é dramática e até a incipiente democracia foi varrida pelos ditadores nazistas. O roubo e a corrupção desenfreada minaram os alicerces da Nação. Sem a polícia, milicianos e militares nas ruas armados até os dentes, os cidadãos famélicos e desorientados por governantes e dirigentes safados e desonestos, saqueiam, matam, assaltam, explodem bancos, traficam e fazem arruaças como única forma de protesto. Os líderes sumiram e somente restaram ditadores autoritários e cruéis. Os campos de extermínio chamados de prisão estão com o dobro da população de encarcerados e agora a justiça exige indenização do Estado para os trucidados em vida. Um líder político honesto pelo Amor de Deus!
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