Esperamos a reação de nossas mídias esportivas com relação a comemoração do técnico Tite da seleção do Circo, com o gol do Corinthians contra o Santos. Estava abraçado com o coordenador Edu Gaspar, que também é corintiano.
Na ocasião em que vimos a cena, uma pergunta ficou em nossa mente: E se fosse Dunga com a mesma alegria, vibrando com um gol do Internacional? Seria massacrado, e disso não temos duvidas.
Certamente as críticas que lemos e ouvimos seriam mais contundentes com o ex-treinador. Nesse caso abrandaram, mesmo sendo um gesto que feriu a ética profissional, por ser esse comandante de uma seleção que agrega profissionais de todos os clubes.
O que acharam os torcedores santistas? Será que irão recebe-lo com festa na Vila Belmiro?
Tite tem algo que não gostamos, o de querer ser o politicamente correto, e isso realmente não condiz com a realidade, desde que tem o seu filho como assistente na seleção, fato que cheira a nepotismo.
Por outro lado é um profissional ligado a uma entidade cujo presidente não consegue sair do país por conta do FBI. Essa história que a seleção representa o Brasil é uma farsa grotesca. Aliás pode ser a cara do atual país, mas nunca da verdadeira nação.
Como qualquer ser humano que gosta de futebol, obvio que poderia ter o seu clube predileto, mas ao ocupar um cargo abrangente, esse sentimento deveria ser deixado de lado, sendo substituído por uma atitude institucional.
A presença no camarote do presidente do Corinthians já foi um erro grotesco. Se tinha pretensões de acompanhar os atletas que estavam em campo que fosse para um outro local mais reservado, e sem os obas, obas de sempre.
A convocação de Fagner tem alguma coisa como esse amor corintiano? Essa é a pergunta que mais ouvimos de alguns amigos.
Trata-se na realidade de um bom jogador, igual aos muitos que tem por ai, mas está sendo valorizado.
A boa ética junto com a moral são responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do ser humano, determinando o seu caráter e virtudes, e ensinar a melhor forma de agir a de se comportar em sociedade.
Nesse último item é que enquadra-se o erro do técnico da seleção do Circo. Por maior que seja o amor ao Corinthians a cena da comemoração não poderia acontecer. Foi uma mistura de alhos com bugalhos, e só não houve uma reação maior por conta da sua campanha à frente do time do Circo.
O homem público tem que ter o discernimento de servir de espelho para a sociedade.
Todo jornalista esportivo tem seu clube de coração, e pode declarar tal fato, mas por uma questão ética não deve narrar um jogo ou comenta-lo com a sua camisa. Perde a credibilidade.
Dirigimos o futebol de Pernambuco por muitos anos, e nunca misturamos o fato de termos sido dirigente do Sport com o cargo que ocupava. Assistíamos os jogos nas cadeiras, no meio dos torcedores e jamais nos levantamos para comemorar um gol rubro-negro.
No camarote da Federação era proibido camisas de clubes, desde que a entidade era de todos.
O problema maior é que Tite por ocupar o cargo de uma seleção que os ufanistas gostam de chama-la de Brasileira, quando na realidade é do Circo, colocou na sua cabeça uma auréola de santo, e procede como tal.
Trata-se de um bom treinador, aplicado, mas não está acima dos ditames da ética.
Voltamos a repetir: Se fosse Dunga o que estariam dizendo?
Comentários
0#5RE: E SE FOSSE DUNGA? —
CELIO LEITE08-03-2017 12:57
JJ: NÃO VOU ALONGAR O COMENTÁRIO. PARABÉNS PELO TEXTO. REAL.
0#4RE: E SE FOSSE DUNGA? —
PAULO CORDEIRO08-03-2017 12:49
JJ: Você despertou algo que passou despercebido, com relação a DUNGA. Se esse fato acontecesse com ele o Juizo Final teria chegado. São uns hipócritas.
Tem um ditado popular que diz que todo Santo é um pecador esforçado. A condição humana de contador de prazo para alcançar o túmulo, coloca toda a espécie sob suspeita, apesar das hipocrisias costumeiras. A própria trajetória dos humanoides na Terra, em sua evolução lenta e milenar, mostra o esforço sobre humano para que pudesse evoluir alguns centímetros. Os setes pecados capitais são um milhão e vão desde a gula até o egocentrismo passando pela vaidade, a crueldade, a traição, a ganância, a pederastia, a luxúria, a falsidade e mais 999.993 pecados mortais entre aberrações, doenças hereditárias e raras e psicopatias assustadoras. Mas, de todos os pecados dos seres humanos a sua maior especialidade são a dissimulação e o fingimento. Nunca houve um tempo durante a existência da humanidade teatral em que essas duas morbidades atingissem ao seu pináculo como agora. Para atingir os objetivos de sua ganância, poder e agiotagem as escâncaras os monstros carnavalescos mascarados fingem vergonhosamente que desejam aperfeiçoar a sociedade carcomida com reformas desumanas das instituições que desejam destruir na implementação de seus sadomasoquismos. Ver uma fagulha nos olhos dos outros e carregar um tijolo na retina é a doença oftalmológica mais comum. Os ladrões, corruptos e gatunos aparelhadores da maldade humana chegaram a tal ponto que estão criando um decálogo para torturar psicologicamente aqueles que mais se esforçam para serem santos. Com a instalação do perdão dos piores facínoras pela deduração judiciária, os bandidos, ladrões e mafiosos mais perigosos da sociedade podem agora passar por santos do pau oco e arautos da moral, da ética e dos bons costumes. A lavagem de mãos e dinheiros ilícitos atingiu todos os limites do cinismo, a ponto de permitirem a repatriação dos valores roubados e dos acusados de chafurdarem na lama indicarem os seus próprios suinos defensores na pocilga. Quem deseja fazer pós-graduação em hipocrisia social religiosa basta frequentar as aulas das séries "Os Bórgias", "O Castelo de Cartas", "Breaking Bad" e "Ossos Cruzados". Pronto, já podem se tornar Califas da Arábia Prostituída, Gari da Vila Vintém ou Centurião Lagartixa da Penta Quadrilha.
0#2RE: E SE FOSSE DUNGA? —
CARLOS EDUARDO08-03-2017 11:44
JJ: O seu texto mostra a hipocrisia reinante no país. Se fosse Dunga o mundo iria cair sobre as sua cabeça, mas como foi TITE as criticas foram leves. Isso é rotina da vida.
Comentários
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