O Cies Football Observatory em seu último boletim fez uma análise sobre a rotatividade de jogadores no futebol europeu, com a conclusão que quanto menos mudanças, maior é o sucesso.
Para nós nenhuma novidade, desde que postamos vários artigos sobre esse tema, com relação ao futebol brasileiro, em especial o de Pernambuco, que muda de elenco ano a ano, com raras exceções.
Segundo o trabalho os maiores ganhadores de títulos do futebol europeu foram os que tiveram uma maior permanências de seus jogadores.
No período de cinco anos o Bayern de Munique utilizou apenas 55 jogadores (media de 11 por ano), o Real Madrid, 64 (12,2) e o Barcelona, 66 (13,2), médias bem reduzidas se comparadas com outros clubes do Velho Continente.
Esses três times conquistaram 4 Mundiais de Clubes, 4 Champions League e 8 títulos nacionais. Contra os números não existem argumentos.
O Genoa utilizou nesse período 137 atletas (média de 27,4), Granada com 129 (25,8), Chievo de Verona 117 (23,4), Inter de Milão, 111 (22,2) e Fiorentina com 112 (22,4), com poucos resultados.
Manuel Neuer, goleiro do Bayern de Munique, da Seleção da Alemanha, completou 14.302 minutos de jogo pelo clube, enquanto o recordista é Stephane Rufle, do Saint Etiene, com 16.650. Ambos são ídolos dos torcedores.
São exemplos como esses que nos mostram a realidade de que a permanência por mais tempo dos atletas nos times de futebol é salutar, e tem como retorno as conquistas.
Uma das coisas que mais aflige o futebol nacional, é o da rotatividade dos jogadores, que deu ao esporte uma cara de motel, por conta do entra e sai constante.
Quando assistimos os jogos dos nossos clubes, muitas vezes não conseguimos mentalizar o nome e mesmo reconhecer alguns atletas que estão no gramado.
Sem dúvidas é um constatação perigosa, uma vez que afeta um dos pontos mais importantes do esporte, que é o da empatia entre os torcedores com os jogadores.
Quando uma temporada chega ao seu final, existe uma debandada de profissionais, contemplada com a chegada de outros, resultando em um novo trabalho e um recomeço anual.
No futebol mais antigo os profissionais ficavam alguns anos nos seus times, e isso dava qualidade ao futebol, e ao mesmo tempo tinham o reconhecimento dos torcedores.
Hoje tudo mudou, uma boa parcela dos clubes contratam dezenas de jogadores durante uma temporada, e quando chega no final do ano todos vão embora e começa um novo ciclo.
Não é a toa que os clubes citados, como também outros como o United e City, que são referencias na Inglaterra com poucas contratações, são sinônimos de sucesso, enquanto aqueles que insistem na farra das mudanças anuais continuam marcado passo.
Quando viajei para a terra da garoa em 1966, eu avisei ao Miruca que era peladeiro no campos dos veteranos da Torre para que sugerisse aos diretores aflitos que não se desfizessem daquele time hexacampeão - Lula, Gena e Fraga, Salomão, Gilson e Clóvis, Nado, Bita, Ivan, Rinaldo e Lala. Se tivessem me ouvido e conservado este time até hoje já teríamos sido deca-campeão da Libertadores do Chaco e hexacampeões mundiais. Essa nova geração troca-troca é muito volúvel, mas não acredito em sucesso sem banir os turcos da rede das doze lavanderias. Foi uma sacanagem o Leão Africano se desfazer do Manga, Alemão e Traçaia. Aqui nos estúdios de Hollywood, desde que goleiro Pagé morreu num acidente aéreo em 1946 que o Botafogo despencou da Série A para a série Z na base da canetada. Todas as sacanagens e roubalheiras do Teixeirômetro desde 1986 até hoje não tem qualquer influência nas bactérias que proliferam nos sovacos dos primos da Oiapóquia. Está comprovado, cientificamente.
0#1RE: QUANTO MENOR A ROTATIVIDADE, MAIOR O SUCESSO —
CELIO LEITE18-03-2017 09:45
JJ: PARABÉNS PELO ARTIGO. REALMENTE VVEMOS NA ILHA DA FANTASIA. O QUE ACONTECE EM PERNAMBUCO ULTRAPASSA A INSANIDADE. O FUTEBOL MINGUANDO E SEM UMA ÚNICA VOZ PARA ALERTAR O PROBLEMA. SEU BLOGO É UM RESPIRO PARA QUEM GOSTA DOS ESPORTES.
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