Uma matéria do jornalista Braitner Moreira do jornal Correio Braziliense no último domingo nos chamou a atenção pelos detalhes e dados sobre os públicos do futebol mundial, deveria ser repercutida com maior intensidade por tratar de algo muito importante com relação a realidade desse esporte em nosso país, na comparação as dos outros continentes.

O trabalho foi exaustivo.

Foram analisados 148 campeonatos de 75 países, e a media de publico de 2.956 clubes. O profissional mostrou como um bom jornalismo produz frutos importantes, mas a grande mídia na sua maior parte o ignorou. Preferem as entrevistas coletivas com Eurico Miranda, que é a cara desse esporte.

Enquanto Alemanha e Japão aproveitaram o legado das Copas realizadas em seus territórios, no Brasil o exemplo é o inverso, quando os elefantes brancos prosperam, sem torcedores nos jogos realizados.

Algumas vezes já escrevemos sobre as mentiras que falam ou escrevem sobre esse esporte em nosso país, ¨que somos os melhores do mundo, a pátria das chuteiras¨, fatos esses que não são verdadeiros.

Na verdade o Brasil é a pátria da corrupção, da violência, que festeja e abraça os corruptos como se nada tivesse acontecido.

Para que se tenha uma ideia, no TOP 100 das maiores médias de torcidas nos estádios, aparecem somente três clubes nacionais, Palmeiras (56º), Corinthians (74º) e Internacional (96º).

O interessante é que o trio perde do Persepolis do Irã, com uma média de 47.036 pagantes por jogo, e está no 20º lugar do ranking. O Borussia Dortmund lidera com 81.178 torcedores.

Para nós que estudamos o futebol brasileiro sem paixão, os números não apresentaram novidades. 

De acordo com as estatísticas, 90% dos brasileiros não costumam ir aos estádios. Preferem o cinema.

O consultor Amir Somoggi sempre referenciou a ausência de uma abordagem para levar publico a arquibancada, e isso acontece no Brasil, que não tem uma politica que contemple ingressos com valores diversificados.

São cobrados preços de um salmão, quando o evento não vale um quilo de bagre.

Um fato que estamos batendo na sua tecla há muito tempo é o da politica adotada pela televisão, e que não é observada pelos clubes. Não existe nenhum interesse nas arquibancadas da parte dessa.

Paga cotas altas, mas prefere os torcedores nas poltronas para que assim possa vender as marcas dos patrocinadores que compram os espaços por milhões, necessitando de altas audiências.

É o modelo atual.

Para a emissora dona dos direitos de transmissão, os 263 pagantes do jogo Belo Jardim e Sport nada representou, desde que deu o seu recado com uma transmissão direta, e mostrou a cara de quem paga.

Nunca fomos contrários a presença da Televisão nos esportes, como acontece em todo o mundo, mas falta uma regra para o sistema, e não deixa-lo correr livre por conta das necessidades dos clubes.

No ranking apresentado, o Flamengo aparece no 106º lugar (24.542), São Paulo no 123º (22.513), Cruzeiro no 152º (20.475), Grêmio no 153ª (20.448) e Atlético-MG no 178º, com 18.510.

Dos clubes Nordestinos o de melhor colocação foi o Fortaleza no 202º lugar (17.199), seguido pelo Bahia com 17.199 (210º). Os de Pernambuco estão na rabeira. O mais bem ranqueado é o Sport (305º), com 12.823, o Santa Cruz é o 475º colocado, com 8.080, e o Náutico na 554ª posição, com 6.740.

Os que gostam do futebol e o analisam agradecem ao Braitner Moreira e o Correio Braziliense por um estudo importante para esse esporte, que mostrou uma realidade que sempre estamos abordando com os nossos visitantes, mostrando as ociosidades dos estádios brasileiros.