Recebemos um pedido de Carlos Alfredo, um dos visitantes do blog, para escrevermos sobre a situação do Sport. Tal solicitação deve ter algo com o seu último jogo contra o Campinense. 

Na realidade o jogo de Campina Grande é nada mais, nada menos, do que um caminho que vem sendo percorrido pelo rubro-negro de Pernambuco há anos seguidos, sem um projeto delineado  de um clube que saiu de R$ 25 milhões de receitas, para quase R$ 100 milhões em um período não muito longo. Não estava preparado para tal fato.

A presunção de que o Sport é um time milionário e que pode contratar jogadores com salários de altos custos, é uma irrealidade e sobretudo um modelo temerário de gestão.

Não existe futuro para nenhum clube se continuar com dirigentes amadores, sem um bom modelo com regras de governança e de compliance.

O que acontece no futebol do time da Ilha do Retiro é apenas um apêndice do contexto geral.

O clube está abandonado na sua parte patrimonial e social, desde que todas as atenções estão voltadas para o esporte da chuteira, deixando de lado vários setores importantes para a sua vida. Nunca o vimos em tal situação em 56 anos de convivência. A sujeira tomou conta de suas dependências.

Com a ânsia de conquistar algo nesse esporte, várias contratações foram realizadas, e a sua maioria sem mostrar para que vieram.

O jogo contra o Campinense foi a repetição do time que perdeu do Sampaio Correa jogando um futebol sem qualidade.

O problema maior do rubro-negro de Pernambuco é sem dúvida a ausência de um Colírio para limpar a visão de seus dirigentes, que não conseguem observar que o atual time não tem defesa, não tem meio de campo e não tem ataque, e só tem goleiro que livrou-o de uma goleada na Serra da Borborema.

Qual o seu sistema de jogo?

Perderam meses com Daniel Paulista, e agora irão para o recomeço com Ney Franco, que não era o nome ideal, mas como já está no clube é o que esse tem para o seu gasto.

Uma pergunta para os nossos visitantes: Qual o jogo nessa temporada que o Sport jogou um bom futebol? Vamos dar a nossa resposta: Nenhum.

Na realidade o sistema de se contratar por contratar, como acontece na Ilha do Retiro é danoso. O retorno do investimento sempre será negativo.

Como diz o velho ditado: Pau que nasce torto, cresce torto, se encaixa no modelo administrativo do clube, desde que nada acontece por acaso, e os resultados positivos ou negativos são reflexos da gestão.

Depois que recebemos um vídeo com o presidente rubro-negro falando para uma plateia, usando termos jocosos para os rivais do seu clube, sentimos de perto que o seu caminho é o Grand Canyon no seu buraco profundo. Até hoje estamos constrangidos.

O Sport não tem gerenciamento correto para ter um bom futuro, e quem visita a Ilha do Retiro fica com cara de DÉJÀ VU.

Na verdade com relação ao futebol existe tempo para melhora, mas o novo técnico terá que observar que uma zaga com Durval e Ronaldo Alves dança tango, enquanto os adversários estão em ritmo frenético de um Rock pesado, e que jogador com alto salário pode ser substituído, sem sacrificar um da base que vem jogando melhor.

Derrotar o Campinense e virar o placar negativo é complicado, mas não impossível, e para que isso possa acontecer o time terá que jogar futebol com gosto, e não amofinar como vem acontecendo.

Não somos médicos mas a receita foi dada, e essa é de um bom Colírio para que o clube possa acertar o seu caminho. No final, entre mortos e feridos existe sempre a palavra GESTÃO, e aí é que mora o pecado.