O Paraná tem um desafio na tarde de hoje que é o de derrotar o time principal do Atlético-PR, na primeira etapa da fase de mata-mata do campeonato local.
Foi o primeiro lugar na fase de classificação com 28 pontos, enquanto o adversário que atuou com um time reserva somou apenas 12, e ficou no último lugar.
A importância desse jogo é sem duvida a tentativa de recuperação da equipe paranista no cenário estadual e nacional. O Paraná é o melhor exemplo de gestões amadoras e desastradas.
Surgiu em 1990 como o clube de maior patrimônio do Brasil, graças a fusão do Colorado Esporte Clube e Esporte Clube Pinheiros, com o luxo de ter dois estádios de futebol.
Foram dez anos de sucesso, conquistando no período seis estaduais, participando sucessivamente da Série A Nacional, da Copa do Brasil, entre outros torneios.
A partir de 2002 começou a sua queda, por conta de gestões atabalhoadas, que o levaram ao fundo do poço com débitos estratosféricos.
Nessa temporada o clube irá completar 10 anos fora da Primeira Divisão, e tal fato ajudou a piorar a sua situação.
Foi perdendo ano a ano o patrimônio em vários leilões judiciais para pagamentos de dividas contraídas de forma desordenada. A cada acúmulo de débitos, uma área era entregue para os seus pagamentos.
Na última quinta-feira, a sede social do Boqueirão, em frente à Vila Olímpica, foi arrematada pelo valor de R$ 9,1 milhões, metade do lance inicial que era de R$ 18,1 milhões.
Esse patrimônio foi a leilão para pagar uma ação de um ex-professor de futsal. Obvio que foi por conta da falta de pagamentos de salários, e que foi empurrada com a barriga por longos anos. Deu no que deu. Uma outra sede, do Tarumã, foi leiloada em 2013.
Com todas as receitas bloqueadas pela Justiça, o Paraná colocou em uma imobiliária parte do terreno da sede social na Avenida Kennedy, para venda. Pede R$ 60 milhões pela área de 18 mil metros quadrados. Parte dessa está arrendada por 20 anos para uma empresa de eventos.
Um outro fato mais grave para situação do clube foi a decisão do Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4), que confirmou que o clube perdeu para a União, o processo de posse da Vila Capanema, local que abriga o estádio que é utilizado para seus jogos, determinando que o governo federal pague uma indenização.
Sem o equipamento, deverá utilizar a Vila Olímpica, caso a União não aceite a permuta do Durival de Britto por uma outra propriedade de sua posse.
Fizemos questão de mostrar que dinheiro nas mãos é vendaval, quando não se sabe aplica-lo. De um clube poderoso, respeitado no país, o Paraná aos poucos foi se desfazendo dos seus bens para o pagamento de dividas contraídas por gestões, na sua maior parte trabalhistas.
Aquele que foi o maior clube do estado luta hoje pela sua recuperação, o que será difícil mesmo com uma vitória, desde que perdeu uma demanda grandiosa de torcedores que estavam no processo de escolha, e que tomaram outro caminho.
Muitas vezes somos repetitivos com relação as gestões de nossos clubes, mas iremos continuar mostrando que sem uma governança profissional outros Paranás irão surgir.
Se um dia não tiver mais patrimônio para vender o que será desse clube?
Comentários
0#1RE: PARANÁ CLUBE UM EXEMPLO DE PÉSSIMAS GESTÕES —
ANTONIO CORREIA02-04-2017 17:31
JJ: O exemplo dado mostra de forma clara a ausência de gestão. O Paraná foi maior do que Coritiba e Atlético e hoje encontra-se em tal situação. Enquanto isso o rival rubro-negro está atingindo o patamar de um grande clube.
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