O futebol de Pernambuco definha, e a Federação local com toda a sua pirotecnia vai buscar o ISO 9001, um Certificado de Qualidade. Que mundo é esse que estamos vivenciando? Será que essa gente que comanda o futebol não atenta para o que acontece em seu entorno, e os resultados dos seus filiados nas competições? Que qualidade é essa?
Para que se tenha uma ideia exata do terrível futuro que está destinado ao nosso futebol, basta conversar com um dirigente de um time da Segunda Divisão que está disputando o estadual da categoria, e ficará sabendo da dura realidade que está enfrentando.
Sem exceção, nenhum desses competidores tem condições de atuar numa Primeira Divisão, desde que não contemplam uma estrutura mínima requerida pelo sistema. São verdadeiros clubes de bairros, que jogavam aos domingos em nossas cidades.
Os estádios, se é que possamos chama-los com esse nome, são verdadeiros locais de peladas. Clubes sem torcedores, com dificuldades financeiras, sem a menor estrutura profissional, refletindo muito bem a realidade que existe no setor. Os campos ficam vazios, mostrando que os torcedores querem algo mais do que o apresentado.
Futebol é coisa séria e tem que ser tratado como tal.
Os times que disputam uma Segunda Divisão estão lutando por um acesso e nenhum tem condições para tal. O que estamos assistindo nesse campeonato é a consagração do modelo do futebol local, que faleceu há muito tempo, e somente a Federação ainda não percebeu, ao insistir em algo que não atende mais as necessidades do futebol local e nacional.
Se houvesse um projeto nacional para o futebol brasileiro, os clubes que estão disputando essa competição, estariam engajados numa divisão municipal, que seria a base de todo um processo desportivo, inclusive na formação de jogadores. A segunda etapa para os melhores seria uma divisão regional, e assim por diante.
Federação de futebol é coisa do passado que continua lutando para sobreviver. No mundo globalizado essa não tem o menor sentido. Hoje funciona apenas como cartório, fato esse que deveria ser substituído pelo Circo Brasileiro de Futebol, que com pessoas sérias no seu comando, poderia mudar o panorama do futebol nacional, mesmo sem o ISO 9001.