Cansamos de discutir os problemas da arbitragem brasileira. Entra temporada, acaba temporada, os erros, os resultados modificados continuam evoluindo e prejudicando o esporte por conta da perda de credibilidade.
Um jogo quando acaba se discute mais a atuação do árbitro e seus auxiliares, do que o que aconteceu no gramado. Sem duvida deve existir algo de errado no contexto, para que possa tornar esse segmento como o personagem mais importante do futebol.
Na realidade há anos que isso vem acontecendo, e pouco se fez para a construção de um novo rumo da arbitragem nacional.
Os erros cada vez são mais gritantes. Pênaltis não marcados, pênaltis marcados de forma errada, cartões duvidosos. As reclamações dos atletas e treinadores são acintosas, perderam o respeito.
As simulações de contusões para ganhar tempo, tornaram-se tão rotineiras, desde que esses sabem que nada irá acontecer. Viraram uma cultura nefasta.
Falta pulso aos árbitros, que vivem emparedrados pelos cartolas, que tem o poder de voto nas federações.
O futebol mudou, o jogo tornou-se mais físico do que técnico, a velocidade da bola ficou mais rápida, e o condicionamento dos atletas é guiado pela tecnologia.
Enquanto isso o árbitro passa a semana trabalhando, participa de alguns trabalhos físicos, e vai para o campo correr atrás de profissionais que não fazem mais nada, a não ser treinamentos.
Na Europa a arbitragem também erra, desde que é constituída por seres humanos, mas no Brasil a pressão é tão grande que induz aos erros como estamos observando.
O modelo de gestão nesse setor faliu, como aconteceu no próprio esporte. Um erro bem latente é o da permanência de uma Comissão de Arbitragem atrelada as entidades, quando essas deveriam ser independentes para a tomada de suas posições.
Nada mais indecente do que o sorteio, totalmente de cartas bem marcadas, desde que todos já tinham conhecimento do sortudo que irá atuar.
Não existe nada mais constrangedor do que a vinda de árbitros de fora para atuar apenas nas decisões, quando os locais passam o ano roendo os ossos, e na hora do filé são barrados.
Será que esses são melhores do que os componentes do quadro de árbitros local? Será que nas suas federações não cometem os mesmos erros?
A profissionalização é fundamental em um esporte que movimenta bilhões, jogadores com altos salários, e os responsáveis por conduzir as partidas são amadores. Uma contradição.
São quatro os pontos para mudar o nível dos árbitros brasileiros, ou sejam: que sejam independentes, livres das entidades do futebol, a profissionalização e a última a adoção da tecnologia.
Fora disso, tudo vai continuar como dantes.
Comentários
0#1RE: SOBRE A ARBITRAGEM BRASILEIRA —
ANTONIO CORREIA21-04-2017 13:18
JJ: O amigo analisou de forma bem clara o problema da arbitragem no Brasil. As entidades a manobra, e os árbitros se calam porque precisam ser escalados. Concordo com o desligamento desse setor tanto da CBF como das federações.
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