Um encontro histórico aconteceu na tarde de ontem em um local escolhido pelos Deuses do Universo, e que colocou frente à frente dois mártires da história do Brasil, Joaquim Jose da Silva Xavier, o Tiradentes, e Frei do Joaquim do Amor Divino Caneca, que foram condenados e executados na forca e por fuzilamento, respectivamente. 

Seus pecados: o de lutarem pela Independência do Brasil.

Tiradentes que teve o seu dia comemorado ontem, após 225 anos perguntou ao Frei, que participou de dois movimentos, Revolução de 1817 em Pernambuco, e na Confederação do Equador (1824), no mesmo estado, se valeu a pena os seus sacrifícios. Algo que deveria ser pensado pela atual geração brasileira.

Por conta do questionamento passaram a analisar os acontecimentos brasileiros, chegando ao nosso atual momento, quando o país foi assaltado por uma organização criminosa, que contava com o beneplácito de um ex-presidente.

O diálogo foi bem aberto e ambos lamentavam que lutaram por algo melhor para o país, e que as gerações posteriores nada fizeram para levar adiante as suas ideias, que eram de uma nação ideal para todos, livre, democrática, sem corrupção, e sobretudo com todos os seus setores funcionando para o bem da sociedade.

Anos após, quantos brasileiros tiveram sonhos como os dos dois mártires, e devem ter tido o mesmo sentimento. Alguns também foram mortos.  Somos um desses, embora sem pena de morte, a perseguição durou muitos anos, mas não desistimos, e temos a certeza que algo bom irá surgir após a tormenta.

O mais interessante desse encontro foram as análises sobre o futebol brasileiro, muito embora em suas épocas não existisse esse esporte que tem uma boa demanda no país. Lembraram os bons tempos, quando tínhamos bons cartolas, jogadores de alto nível, bons torcedores, e que inverteu-se, ao tornar-se da pior qualidade.

Ambos leram uma matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, de autoria de Sergio Rangel, que mostrou a presença no Brasil do magnata indiano Lalit Modi, acusado de corrupção em seu país, por enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e recebimento de propina na venda dos direitos de transmissão da Liga de Críquete Indiana.

Mora na Inglaterra, desde que se entrar no seu país será preso. Esse está trabalhando para uma parceria com a entidade do futebol brasileiro. Só na cadeia.

O presidente do Circo também é acusado pelo FBI de receber propinas nas vendas de torneios no Brasil e no exterior, enquanto Ricardo Teixeira é acusado pelos mesmos crimes. Farinhas do mesmo saco.

O que mais incomodou os heróis brasileiros, foi sem  dúvida quando tomaram conhecimento das figuras que estavam acompanhando o empresário indiano no Rio de Janeiro, inclusive com um passeio no helicóptero de Wagner Abrahão, que faz parte do esquema que tomou conta da entidade, e o mais chocante, com Ricardo Teixeira, que de forma despudorada publicou várias fotos com esse. Modi o chamou de ¨Rei do Futebol¨.  Indecência e escárnio com a sociedade do bem do país.

O escondido Del Nero divulgou uma ¨bela¨ foto com o indiano, segurando a camisa da seleção do Circo, com o nome da sua empresa, certamente pensando nas negociatas que poderão acontecer.

Chamar esse time de seleção do país, é algo que empobrece cada vez mais o país. Uma afronta a nossa sociedade, aos seus homens de bem que ainda existem e são a sua maioria, mas serviu para caracterizar que a quadrilha continua mandando em nosso pobre futebol.

Na realidade esse diálogo imaginário, mas tão real, serviu para mostrar que nada mudou nesse esporte, e que após os escândalos as partes envolvidas continuam mandando, sob a tutela do ¨Rei do Futebol¨, Ricardo Teixeira. 

Uma vergonha em um país que perdeu a vergonha, por conta de uma bandalha que tomou conta de seus segmentos.

A solução está nas mãos do povo, já que não temos políticos, e no futebol não contamos com cartolas de coragem. O desespero de Tiradentes e Frei Caneca é justo, e igual ao que sentimos.

Acorda Brasil, acorda torcedor.