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Escrito por José Joaquim

Não são todos, por existirem alguns diferenciados, mas uma boa parcela de nossos cartolas, sejam eles de federações ou clubes, tem uma linha de ação como de ditadores políticos.

Nos primórdios do futebol no Brasil, os uniformes dos jogadores tinham gravatas, enquanto os dirigentes usavam cartolas.

Posteriormente, de forma pejorativa, os torcedores começaram a apelidar os que ficavam  envaidecidos com os seus cargos, ou os que os utilizavam para proveitos pessoais, chamando-os de ¨cartolas¨, e até hoje o termo perdura, e agrega outros valores menores.

O mais interessante é a mudança quando as pessoas tornam-se cartolas. Transformam-se, ficam vaidosas, e quando assumem o poder na sua maioria adota uma arrogância fora dos limites.

Eles impõem o poder de forma autoritária e ao mesmo tempo política, ao usar com habilidade as ferramentas que o cargo lhe dá. Pernambuco tem exemplos como Rubem Moreira, Fred Oliveira e o finado Carlos Alberto Oliveira. O atual comandante tenta ser cartola mas não consegue, falta-lhe o necessário carisma.

O cartola sente-se acima de todos que o cercam. O seu comando é bem delineado nos procedimentos que são adotados. Convoca reuniões, mostra as ideias, abre o debate, e no final as suas opiniões prevalecem, inclusive abusando do emocional para justificar as atitudes.

O cartola nunca erra, porque tem sempre um laranja ao seu lado para tudo, inclusive assumindo os erros. Quando a ideia de algum membro do seu grupo dá certo, de forma ditatorial, se apropria dessa.

Um fato que sempre analisamos ao observarmos a sua maneira de se expressar, é que sempre fala na primeira pessoa, desde que no seu mando só existe o ¨eu¨, e procura dar uma entonação de que é um grande gestor. Tem uma empáfia exclusiva desse personagem.

As pessoas competentes demoram pouco tempo junto ao cartola, já que esse prefere os subservientes e que balançam as cabeças por tudo, que são incapazes de questiona-lo, e como hábito as incessantes louvações.

O cartola brasileiro é tratado como um semideus, sua palavra é dogma, e até nas piadas contadas, mesmo de qualidade duvidosa, as risadas são abundantes.

Adoram oferecer um jabazinho para que falem bem de sua pessoa, e muitos resolvem tentar a política. Trata-se do único ser que afirma estar cansado do cargo, mas não sai, por conta das benesses do cargo.

Sem duvidas esse é o verdadeiro cartola, que para ele tudo vai bem, enquanto o futebol definha por conta de suas gestões.

Essa análise foi procedida de forma cientifica, através da sociologia e antropologia que criaram a identidade do cartola brasileiro. 

Se alguém é candidato a tal cargo, pelo menos fica sabendo como deverá atuar. 

 

Comentários   

0 #3 RE: O CARTOLA BRASILEIROANTONIO CORREIA 26-04-2017 16:02
JJ: Os cartolas parecem com os antigos coronéis das cidades do interior, e os dirigentes a sua população que os elegiam ou aos seus indicados. O artigo é sensacional.
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0 #2 RE: O CARTOLA BRASILEIROCLAITON LIMA-RJ 26-04-2017 12:54
JJ; Esse artigo é sensacional. Um retrato real do cartola brasileiro. Parabéns.
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0 #1 Arqueologia do CartolaBeto Castro 26-04-2017 12:43
Esta arqueologia do cartola está sensacional. Tem uma charge de um esqueleto se arrastando numa calçada em frente de um posto do INSS, com uma música de terror ao fundo, indo aplicar o seu pedido de aposentadoria e nada representa melhor o governo golpista do Califa Temerário. Então, na mesma linha imaginei uma mesa enorme com 27 centuriões balançando as suas cabeças de lagartixas na Granja Comary para extinguir a Liga do Nordeste e as outras quatro que morreram tartamudas. Na cabeceira da mesa as caveiras do procurado pelo FBI e do seu sogro comandando a reunião e distribuindo propinas. Uma vez fui apresentado a um grupo desses esqueletos num hotel de altíssimo luxo em São Paulo, todos bebericando um copo do mais puro uísque doze anos e tive uma crise de ânsia de vômito só de imaginar um cemitério lotado de mortos vivos que eles comandam. Agora, os seus financiadores do Apocalipse desejam estender este estado de catalepsia para 206 milhões de brasileiros sob o comando do Dr. Lucifer Tucano. Eu, que o máximo que aguentei foram seis meses das famosas reuniões de Halloween de fim tarde, onde os cartolas maiores sentados num mesa de vidro de cristal com 10 x 5 metros contavam as suas proezas do Rei Arthur a uma cambada de súditos vassalos bestificados, imagino como foi difícil teres aguentado longos anos na companhia desses caveirantes com fatiotas, cartolas e gravatas borboletas. O mais impressionante é o séquito de esmoléus lagartixas a espera de uma gorjeta de R$ 100,00 mensais para elogiar o reino da morte para sempre seculorum. Toda vez que manuseio a Resolução de Assembleia Geral do Cemitério das Almas Penadas de 08 da abril de 2002 com dezenas de assinaturas em suas margens autorizando a extinção das ligas regionais criadas com enormes sacrifícios, tenho pesadelos recorrentes por semanas. Esta descrição do arqueólogo das múmias do Egito está perfeita e apenas complemento com o diagnóstico do comportamento psiquiátrico das bestas do Apocalipse para a posteridade. Que digam uma dezena de cartolas degolados com os seus clubes moribundos na última reunião da Copa do Nordeste das Mulas sem Cabeça. Nenhum jogo simboliza melhor esses agentes funerários da morte do que a disputa do terceiro colocado de Pernambuco entre Náutico versus Santa Cruz no jogo da Baleia Azul para ver quem morre mais ancho sob os aplausos de Centuriões e Esmoléus Lagartixas amordaçados com fita crepe na boca.
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