Não são todos, por existirem alguns diferenciados, mas uma boa parcela de nossos cartolas, sejam eles de federações ou clubes, tem uma linha de ação como de ditadores políticos.
Nos primórdios do futebol no Brasil, os uniformes dos jogadores tinham gravatas, enquanto os dirigentes usavam cartolas.
Posteriormente, de forma pejorativa, os torcedores começaram a apelidar os que ficavam envaidecidos com os seus cargos, ou os que os utilizavam para proveitos pessoais, chamando-os de ¨cartolas¨, e até hoje o termo perdura, e agrega outros valores menores.
O mais interessante é a mudança quando as pessoas tornam-se cartolas. Transformam-se, ficam vaidosas, e quando assumem o poder na sua maioria adota uma arrogância fora dos limites.
Eles impõem o poder de forma autoritária e ao mesmo tempo política, ao usar com habilidade as ferramentas que o cargo lhe dá. Pernambuco tem exemplos como Rubem Moreira, Fred Oliveira e o finado Carlos Alberto Oliveira. O atual comandante tenta ser cartola mas não consegue, falta-lhe o necessário carisma.
O cartola sente-se acima de todos que o cercam. O seu comando é bem delineado nos procedimentos que são adotados. Convoca reuniões, mostra as ideias, abre o debate, e no final as suas opiniões prevalecem, inclusive abusando do emocional para justificar as atitudes.
O cartola nunca erra, porque tem sempre um laranja ao seu lado para tudo, inclusive assumindo os erros. Quando a ideia de algum membro do seu grupo dá certo, de forma ditatorial, se apropria dessa.
Um fato que sempre analisamos ao observarmos a sua maneira de se expressar, é que sempre fala na primeira pessoa, desde que no seu mando só existe o ¨eu¨, e procura dar uma entonação de que é um grande gestor. Tem uma empáfia exclusiva desse personagem.
As pessoas competentes demoram pouco tempo junto ao cartola, já que esse prefere os subservientes e que balançam as cabeças por tudo, que são incapazes de questiona-lo, e como hábito as incessantes louvações.
O cartola brasileiro é tratado como um semideus, sua palavra é dogma, e até nas piadas contadas, mesmo de qualidade duvidosa, as risadas são abundantes.
Adoram oferecer um jabazinho para que falem bem de sua pessoa, e muitos resolvem tentar a política. Trata-se do único ser que afirma estar cansado do cargo, mas não sai, por conta das benesses do cargo.
Sem duvidas esse é o verdadeiro cartola, que para ele tudo vai bem, enquanto o futebol definha por conta de suas gestões.
Essa análise foi procedida de forma cientifica, através da sociologia e antropologia que criaram a identidade do cartola brasileiro.
Se alguém é candidato a tal cargo, pelo menos fica sabendo como deverá atuar.
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