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Escrito por José Joaquim

O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, depois de sugerir a pena de morte para os torcedores que brigarem nos estádios ou nas ruas, fato esse que serviu de chacota nos diversos programas esportivos brasileiros, convocou uma coletiva que contou com a presença de quatro ouvintes para falar sobre a violência no futebol de Pernambuco, e mais uma ideia ¨original¨, a de oferecer um prêmio para o ¨Disque Denúncia¨.
Na verdade ideias como essa mostram o desconhecimento do tema, que é muito mais profundo do que uma delação por dinheiro. Aliás no caso de domingo as imagens que circularam em nossa cidade foram ao vivo e a cores. Nós recebemos na mesma hora, e trata-se de um farto material para a Policia local, que faz um trabalho de enxuga gelo, já que os bandidos não são condenados.
Cansamos de escrever e falar sobre a violência no futebol, e tudo continua a acontecer, com a gravidade de um maior acirramento entre as partes. Conversamos com amigos torcedores que nos disseram que ficam com medo de irem ao estádios por conta da impunidade reinante. Todos os problemas que acontecem fora dos gramados estão relacionados às torcidas organizadas. Dentro desses praticamente não existe, graças ao trabalho articulado com todos os poderes realizado pelo Juizado do Torcedor. O palco agora está na rua, onde os encontros programados nas redes sociais se transformam em lutas campais.
Os clubes são culpados. Com exceção do Sport, que rompeu os seus laços com tais torcedores, uma das poucas coisas boas da atual gestão, os demais acobertam as suas organizadas, inclusive no lado financeiro. No momento da agressão de domingo, recebemos uma foto do agredido, que é presidente da Inferno Coral, festejando o lançamento dos novos uniformes com dirigentes do Santa Cruz. Criaram a cobra e essa está engolindo-os. Sabemos que no meio dessas torcidas, existem pessoas envolvidas com o crime organizado, além do acesso às drogas.
O combate deve ser feito através da asfixia financeira, e com a proibição de utilização de símbolos dos clubes em seus materiais. Com os cofres vazios, vem a inanição, desde que não terão mais recursos para a captação de seus ¨soldados¨.
Na verdade, a maioria é de jovens sem perspectiva que se unem a tribos que lhes dão identidade, valor e sentido que a sociedade lhes nega, sobretudo algo mais importante para o ser humano a educação. Torcedores organizados não somam nada no contexto, e servem para afugentar os que desejam frequentar os estádios e consumir os produtos de seus clubes. 
Quantos amigos nossos que usavam camisas dos seus times em dias de jogos relutam hoje em fazê-lo, por ficarem passíveis de uma agressão? Pena de morte ou Disque Denúncia não irá resolver o problema, e para tal basta atender o que determina o Estatuto do Torcedor, e entender que o problema é social, e que deve ser tratado como tal, com a participação de diversos segmentos, e em especial dos órgãos de segurança com o auxilio de seus setores de inteligência.
O torcedor precisa perder o medo de ir a um jogo, e para que isso aconteça existe a necessidade da participação de toda a sociedade.

 

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