* O Carcará deu uma bicada no Leão no primeiro jogo da final do Estadual Pimpão.
O Rei da Selva está domesticado e não é mais aquele dos velhos tempos, quando engolia os seus caçadores. Aposentou-se com receio da reforma da Previdência.
Na tarde de ontem o Salgueiro deixou bem claro que está sonhando com o título estadual, e o empate de 1x1 nesse primeiro jogo foi um aviso de que algo maior poderá acontecer no Sertão Central.
O jogo foi fraco tecnicamente, o Sport no primeiro tempo teve a posse de bola, com apenas dois chutes ao gol do adversário. André que pouco jogou, marcou o gol leonino ainda nessa fase.
Quando todos esperavam que o rubro-negro da Ilha do Retiro iria ampliar o marcador, o time mais uma vez amofinou-se, deu espaço ao Salgueiro, que tomou gosto, e aproveitando-se da Avenida Durval, e da Rua Matheus Ferraz conseguiu chegar algumas vezes ao gol de Magrão.
No final um pênalti claro, que não precisava do árbitro de vídeo fez justiça ao Carcará, que empatou a partida, e tentará em casa arrancar uma vitória e abocanhar o titulo.
O Sport pode ser rico, mas o seu futebol é pobre e esfarrapado.
Uma pergunta como conclusão: Quem indicou esse jogador Reinaldo Lenis, e qual a razão do alto valor pago? Essa é uma negociação bem difícil de engolir.
NOTA 2- O DOMINGO DO NOVO HAMBURGO
* Os estaduais findaram com exceção do nosso Pimpão, e os resultados foram os previsíveis, inclusive o do Novo Hamburgo que foi dono do domingo do futebol.
Desde o ano de 2000 que um clube do interior não ganhava o título do estadual Gaúcho, e 17 anos após o Noia na cobrança dos pênaltis derrubou o segundo grande da competição, o Internacional, desde que o Grêmio foi atropelado na semifinal.
O time do interior teve os melhores números em todo o campeonato, com uma pontuação bem acima dos adversários, e saiu engolindo todos os que passavam à sua frente.
Trata-se de um fato importante para um futebol que tem como dogma a mesmice patológica, o que aliás aconteceu nos outros jogos das finais dos estaduais.
O Novo Hamburgo escreveu um capitulo na história do futebol dos Pampas.
Nos demais jogos nenhuma novidade aconteceu.
O Flamengo enfim conquistou o título carioca ao derrotar o Fluminense por 2x1, com o Maracanã lotado.
No Mineirão o apito de vídeo fez falta, por conta de um gol do Atlético que entrou na trave por mais de meio metro, mas a arbitragem deixou passar inventando um impedimento.
No final o Galo derrotou o Cruzeiro por 2x1, dando ao seu treinador Roger Machado o primeiro título de sua carreira.
Em Itaquera com um público excelente, a Ponte Preta foi bem diferente daquela do primeiro jogo e conseguiu um empate de 1x1 contra o Corinthians que festejou a conquista do campeonato, e deixou de ser o quarto clube de São Paulo.
Na República de Curitiba cada vez mais famosa por caçar bandidos do colarinho branco, o Coritiba empatou com o Atlético (0x0), e os torcedores gritaram ¨É Campeão¨.
Uma vitória do técnico Pachequinho que mais uma vez remendou os cacos do clube, e conseguiu superar o seu maior rival.
Na Bahia o empate de 0x0 do Vitória contra o Bahia, deu o título ao rubro-negro baiano.
Por último outra conquista importante, o primeiro campeonato do Chapecoense após a sua tragédia, mesmo sendo derrotado pelo Avaí (0x1).
Fim de festa, e no sábado começa o Brasileirão na certeza de que as conquistas de ontem não irão influenciar nessa competição.
Em Pernambuco vamos tirar um período de 40 dias para conhecermos o campeão estadual. Só mesmo aqui isso poderia acontecer.
NOTA 3- O VOLEIBOL DANDO AULA DE CIVILIDADE
* O domingo foi de decisões no futebol, mas o melhor evento desse dia foi sem dúvida a final da Superliga Masculina de Voleibol, que nos deu uma lição de civilidade e de um esporte do mais alto nível.
Enquanto no esporte da chuteira assistimos cenas degradantes, inclusive com jogador mostrando o que não devia para os torcedores adversários, no Mineirinho com 14 mil pagantes, os atletas do Sada Cruzeiro e Funvic Taubaté mostraram que o esporte pode ser feito de forma civilizada, além do alto nível técnico.
O time celeste conquistou o penta campeonato, com um placar de 3 sets a 1, sob aplausos de uma arquibancada lotada, inclusive com torcedores do time paulista, sem que tivesse sido cometido um pequeno arranhão. O árbitro não apresentou nenhum cartão amarelo.
Dentro da quadra um jogo emocionante, atletas de bom nível cultural, nos deram uma boa lição de como o esporte pode ser tratado.
No final da partida um bonito congraçamento entre vencedores e vencidos, dando um recado que o esporte não é uma guerra, e sim um encontro de times que desejam a vitória, mas não a qualquer preço.
Somos apaixonados por esportes, e a cada dia ficamos mais distantes do futebol brasileiro, que degradou-se, seguindo o rumo do país, onde os corruptos querem prender aqueles que os estão investigando.
Pelo menos vimos que existe uma luz no fundo do túnel para todos nós.
Vamos segui-la.
NOTA 4- PERGUNTAR NÃO OFENDE
* O Náutico sob o comando de Givanildo Oliveira teve uma boa participação na Série B de 2016, não tendo o acesso por muito pouco, inclusive por conta de problemas financeiros.
Não renovaram o seu contrato por conta do salário que foi solicitado.
O estranho foi a contratação de Milton Cruz que nunca tinha sido um treinador efetivo em um clube, com um valor salarial bem próximo da pedida do ex-treinador. Deu no que deu.
Enquanto o Náutico era alijado das competições que disputava, Givanildo conquistava mais um título de sua carreira, dirigindo o Ceará Sporting.
A pergunta que não vai ofender ninguém é a seguinte: Se o clube o tivesse mantido à frente do elenco, a sua performance teria sido como a de Cruz?
Só os dirigentes alvirrubros poderão responder?
NOTA 5- A GUERRA CAMPAL ANTES DE ATLÉTICO-MG E CRUZEIRO
* Já afirmamos várias vezes que o futebol brasileiro é um doente terminal. Os maloqueiros tomaram conta do pedaço e fazem de tudo para destruí-lo.
No jogo final do Campeonato Mineiro que foi realizado no Independência na tarde de ontem, entre Atlético-MG e Cruzeiro, horas antes do seu inicio, os torcedores dos dois clubes entraram em uma guerra campal.
Começaram agredindo um seguidor do Galo, com pedaços de pau, que terminou sendo encaminhado para o hospital.
Um pouco mais à frente, na Av. Afonso Pena, junto ao 41º Batalhão da PM, aconteceu um confronto que resultou em 19 prisões.
Em dois carros foram apreendidos objetos para a guerra, como pedaços de pau, barras de ferro e um soco inglês.
Sem duvidas o retrato do futebol brasileiro, que perdeu a guerra para a bandidagem.
Para que se tenha uma ideia do que representa a violência nesse esporte, o policiamento que esteve presente no estádio que abrigou a partida foi maior do que a torcida do Cruzeiro.
Enquanto isso, dois torcedores do Vitória-BA que dirigiam-se para o Barradão a fim de assistirem o jogo do seu time contra o Bahia, foram baleados, repetindo o que aconteceu com o carro que levava três atletas do rubro-negro baiano após o primeiro jogo da final. Virou rotina.
São coisas de um esporte que sempre foi bem acolhido pela população, que hoje está fugindo das praças de jogos por conta da violência.
Isto é um clube ou um croquis de uma cidade? Deviam colocar um arquiteto com especialidade em planejamento urbano para tomar conta das ruas e avenidas.
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