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Escrito por José Joaquim

Sempre somos questionados com uma pergunta sobre a estagnação do futebol brasileiro, e a resposta que oferecemos é de que houve uma evolução financeira, com maiores recursos, e de forma estranha uma regressão no setor técnico, quando começamos a perder o protagonismo entre os maiores centros do mundo.
A regressão foi um produto da ausência de uma boa gestão, que deu o seu lugar a gestores temerários e incompetentes. Para que se tenha uma ideia exata sobre essa queda, na década de 60 o maior clássico do futebol mundial tinha a presença do Santos e Benfica de Portugal, e o duelo de Pelé e Eusébio. Todas as mídias da época davam o devido destaque.
Hoje os jogos que se comenta, e que tem um um acompanhamento, são os da Europa, e que contemplam famosos atletas brasileiros em seus clubes. O Brasil era cantado em prosa e verso como o futebol arte. Serviu de inspiração para o Velho Continente que aprendeu e superou-o no decorrer do tempo. Conquistou cinco Copas do Mundo e tinha jogadores idolatrados, e com um bom mercado. Hoje são raras as transferências para os grandes clubes, e a demanda maior está na emergente China.
De repente, tudo isso foi jogado pelas laterais dos campos, dando lugar ao novo futebol proveniente da Espanha, Alemanha e Inglaterra. As novas táticas de valorização da bola adotada pelos maiores clubes europeus, que vem das categorias menores até os profissionais não foram acompanhadas pelo futebol brasileiro, que mudou a sua cara para um jogo de bola na área e defensores brucutus.
No Brasil de hoje, poucos clubes praticam o toque de bola como padrão. Os chutões e a ligação direta prevalecem. O futebol brasileiro que sempre foi exemplo por conta de seus talentos, sua ginga e habilidade, deu lugar a marcação dura, faltas em excesso e um número exagerado de simulações. A parte física sobrepujou a técnica. Quem corre é o jogador não a bola, como deveria ser. Os atletas são preparados para provas de atletismo, e não fazer a bola correr nos gramados.
Todos se submetem ao sistema sem contestação, inclusive apoiando um calendário insano e imoral. Trabalhamos no futebol no curto prazo. O longo é um palavrão no dicionário dos cartolas. Na Europa o treinador é longevo, no Brasil é descartável, e tudo reiniciado com a contratação de outro.
A regressão é latente, não temos técnicos especiais, jogadores diferenciados, dirigentes com visão estratégica, uma imprensa esportiva analítica, e contamos com uma entidade apodrecida dirigida por um presidente que não sai do país com medo do FBI.
O futebol europeu evoluiu nos últimos anos, e o brasileiro regrediu, e hoje está sendo tratado numa estação de esgotos.

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