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Escrito por José Joaquim

* Por Amir Somoggi

A violência após a partida entre Vasco e Flamengo em São Januário, é apenas um capítulo dessa história de mortes que assolam o futebol brasileiro.

O homicídio de um torcedor por conta de uma partida de futebol, infelizmente já virou rotina no Brasil, e engorda a longa lista de assassinatos ligados ao esporte mais popular do país.

Segundo levantamento do jornal Lance já são mais de 300 mortes no futebol brasileiro desde 1988. Um escárnio! Uma vergonha que em qualquer país civilizado já teria causado uma revolução, com penas duríssimas e cobranças pesadas aos envolvidos.

No Brasil, país que sobra impunidade e falta punições, infelizmente essas mortes viraram apenas estatísticas.

Esse problema complexo, requer medidas complexas. CBF, federações e setor público (governos, justiça, segurança pública, etc) deveriam se envolver e pensar conjuntamente em uma saída definitiva para o problema.

Entretanto meu artigo de hoje não tem como objetivo buscar essa soluções, mas sim mostrar os impactos negativos de toda essa violência para os negócios dos clubes.

Sem dúvida são os times brasileiros os maiores prejudicados com essa violência que assombra o nosso futebol. Quase sempre causada pelas torcidas organizadas.

Alguns fatores:

Baixo público nos jogos

O fator mais direto da violência das torcidas organizadas. O clima de violência afasta o torcedor, que com medo simplesmente não vai aos jogos e muito menos leva seus familiares.

Literalmente são gerações de torcedores por conta da violência não frequentam jogos de futebol.

O impacto é gigantesco e estádios vazios representam perdas milionárias.

Baixa venda de camisas dos times

O clima de violência do futebol brasileiro afetou outros setores, além das partidas.

O medo que contaminou nossa sociedade fez com que os pais prefiram que seus filhos usem camisas de times europeus do que de times brasileiros.

O risco de apanhar ou ser assassinado fez com que o mercado de vendas de camisas fosse drasticamente reduzido no Brasil.

Sem falar no medo de ir a uma partida com a camisa do seu time. O que é normal em qualquer parte do mundo, aqui infelizmente assombra os torcedores.

Depredação de espaços públicos e estádios

A violência causa um prejuízo enorme para o times que são obrigados a pagar par consertar atos de vandalismo de seus torcedores violentos.

Seja no seu estádio, em estádios de rivais e até de espaços públicos.

Infelizmente os clubes pagam um preço alto por arruaças e depredações.

Perdas de mandos de campo e portões fechados

As punições por conta da violência afetam e muito as finanças dos clubes.

Não poder jogar em seu próprio estádio além das perdas financeiras, também acarretam perdas esportivas, já que o time pode sofrer perdas de pontos por derrotas fora de casa.

Já ter que jogar com estádios vazios impacta e muito na venda de ingressos e redução das receitas com o sócio torcedor.

Afastamento de patrocinadores

Toda essa violência afeta as marcas dos times na busca de patrocinadores, já que as notícias negativas afugentam potenciais marcas.

Infelizmente nenhuma empresa quer se associar a experiências violentas e nenhum patrocinador vai expor executivos, clientes e fornecedores a esse risco.

Uso indevido das marcas

As torcidas organizadas não apenas afetam negativamente as marcas dos times com essa imagem de violência e impacto em toda cadeia produtiva, como também pelo uso indevido da marca dos times.

Os torcedores organizados lucram com vendas de produtos alusivos aos clubes e não repassam nenhum centavo.

Não há dúvidas dos milhões de reais que são perdidos todos os anos pelos clubes por conta da violência.

* O autor é administrador de empresas, e especialista em gestão esportiva, além disso é um lutador como nós para que o futebol brasileiro seja repensado.

Comentários   

0 #2 Uma visão tacanhaBeto Castro 21-07-2017 12:48
A violência no futebol está relacionada com o espírito patrimonialista, excludente e concentrador de riquezas da sociedade brasileira e se junta à violência cotidiana que esgarça o tecido social do país. De nada adianta reclamar da violência enquanto elogia, defende e faz apologia aos sistemas carcomidos do futebol e da política como certames engessados, pontos aparelhados, distribuição iníqua de recursos, enxugamento do que já secou, contratos isolados, criação de ligas, imitação de sistemas europeus falidos, asfixia dos clubes regionais abandonados e de tudo que não presta no futebol e na Nação. Mobilizam tudo que são policiais para amenizar a violência no Rio de Janeiro falido pela corrupção, enquanto apostam em reformas que retiram todos os direitos da população e a expropria do mínimo que os excluídos já não tem. A violência desta sociedade desumana irá aumentar até uma convulsão social ou guerra civil já instalada que caminha rápida pela trilha equivocada e ações tresloucadas do aparelhamento do estado, da justiça e do excedente econômico por magnatas corruptos, golpistas, sonegadores e ladrões. Entropia acelerada de um organismo não se combate com medidas odiosas que acabam de matar o doente. O sistema neoliberal, a globalização, o rentismo agiota e a ecopsicopatia rumo ao Apocalipse.
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0 #1 RE: IMPACTO DA VIOLÊNCIA PARA OS NEGÓCIOS DOS CLUBES Rubro-Negro 21-07-2017 09:43
JJ: É muito interessante a publicação de artigos como esse para o nosso conhecimento. O que o autor escreveu é a pura realidade. Violência é destruidora, e o maior exemplo é o estado do Rio de Janeiro.
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