Ontem em um conversa com o jornalista Claudemir Gomes sobre os assuntos do futebol, perguntamos o que esse achava sobre a razão dos estádios brasileiros não alocarem um público médio constante durante toda a temporada, bem diferente do que acontece na Europa.
A resposta foi rápida: uma questão de cultura e de civilização.
O Brasil tem mais de 500 anos de vida e não é mais um adolescente no mundo, mas não consegue se comportar como um adulto.
No futebol os estádios aumentam o seu público quando os clubes vão bem, ou no inverso, quando estão à beira da morte nas competições.
Na verdade, o torcedor europeu tem uma cultura muito diferenciada da nossa com relação a frequência aos jogos de futebol. Clubes que estão na parte inferior da tabela continuam recebendo os torcedores de forma normal, e com os estádios sempre cheios.
Na própria Argentina, país vizinho, esse modo de proceder também acontece, enquanto no Brasil foi sedimentada uma cultura da vitória, ou seja quando se ganha a movimentação do público cresce, e quando se perde, desaparece. Só volta a crescer quando o carrasco da degola está afiando a sua lamina para cortar quatro cabeças.
Talfato vem acontecendo com os nossos clubes que estão disputando a Série B, com médias abaixo do previsto, cujos torcedores não estão comparecendo aos jogos por conta da falta de objetivos maiores, já que as suas campanhas estão rolando ladeira abaixo.
Na verdade o brasileiro não gosta do esporte, e sim de ganhar. Essa é a essência de nossa cultura esportiva. Um vice-campeonato numa competição mesmo de boa expressão é uma derrota e não merece ser comemorado. A única coisa que interessa é o título de campeão, que só cabe apenas para um participante.
Uma campanha boa, com uma colocação bem razoável é desprezada, e afugenta os seguidores do campo de jogo. Todos só desejam a vitória, ganhar seja como puder, e mesmo com boas colocações para esses não interessa.
Essa cultura produz uma média de público nos estádios que nunca irá chegar ao patamar europeu, desde que o nosso torcedor só vai a um jogo quando tem algum interesse em uma classificação futura.
Enquanto não aprendermos que o valor maior em todo o processo é o clube, independente de suas atuações, e que no esporte existem três resultados: ganhar, empatar ou perder, esse sistema nefasto não será modificado, e os estádios continuarão com a ociosidade de 60% dos assentos disponíveis.
Precisa haver um entendimento da importância da disputa. Quem perde hoje, pode ganhar amanhã, e que mesmo uma boa colocação com bons jogos faz parte do sistema.
A cultura do só ganhar realmente é perniciosa, e produz os seus reflexos na ausência dos torcedores nos eventos esportivos, e esse é o modelo adotado no país.
Enquanto os torcedores não entenderem que o importante é disputar bem, e que as conquistas chegam com o passar do tempo, iremos observar estádios vazios, com os zumbis vagando sobre esses.
Além dessa cultura, o torcedor sofre com a violência, e quem perde é o futebol.
Comentários
0#2RE: A CULTURA DA VITÓRIA —
ANTONIO CORREIA10-08-2017 16:24
JJ:Um artigo pertinente. O torcedor brasileiro só comparece aos estádios quando os times vão bens, ou então como o amigo citou, quando a vaca está indo para o brejo. Não existe um público médio consistente, e isso faz falta às suas receitas.
0#1Nenhuma Linha s/os 12 Ladrões —
Beto Castro10-08-2017 14:03
Uma constatação bem simplória do sucateamento do nosso futebol. Na verdade uma acomodação politicamente correta para dourar a pílula de cianureto. Temos 27 Federações e cerca de 800 clubes e toda a instituição foi completamente aparelhada para servir uma rede de TV monopolista, doze clubes apaniguados, meia dúzia de fornecedores de pixulecos e quatro estados que mandam e desmandam, os quais propinam outros 23 centuriões lagartixas traidores de seus clubes e de seus povos. Tenho centenas e centenas de fichas de dados de partidas das décadas de setenta e oitenta, quando clubes como Nacional-AM, Rio Negro-AM, Remo, Paysandu-PA e outros clubes médios de todos os Estados do Brasil colocavam 40/50 mil torcedores nos estádios por jogo quando o país tinha entre 70 e 90 milhões de habitantes. Isto não tem nada haver com cultura, mas com a exclusão da cidadania perpetrada pelos turcos ladrões de São Paulo, Rio, Belô e Porto Alegre para, exatamente, esmagar e asfixiar a cultura esportiva dos Estados sem representação democrática. O objetivo desse crime de lesa-pátria foi açambarcar todos os recursos circulantes no setor para as várias gangues mafiosas, aparelhar os campeonatos, se perpetuar no poder, enriquecer com propinas vergonhosas, azeitar os currais de sovaqueiras, cooptar a imprensa do aterro sanitário, aprovar leis anticonstitucionais da iniquidade, calar o CND e as suas representações regionais, varrer do mapa as legislações republicanas, estabelecer um conluio em convergência de dominação com os traficantes e corruptos do bico do funil da Conmebol, blindar as quadrilhas no parlamento e na justiça e dominar as competições sul-americanas e internacionais. Tudo isto já foi sobejamente provado com o desmascaramento da súcia de marginais comandados por Zé das Vacas e seus seguidores fratricidas em colaboração criminosa com o Camelódromo Monopolista e seu sócio delatado Zé das Placas. Em vez de denunciados por seus crimes hediondos contra a Nação, os governantes, alcaides omissos e operadores do direito se tornaram cúmplices das quadrilhas, alocando verbas e recursos públicos para sustentar e dar suporte aos criminosos durante 30 anos. Vivemos numa Nação Colonial sem compostura de enfermos mentais, psicopatas, cleptomaníacos e traidores da Pátria que dominam o cenário político-administrativo e aparelham as instituições avacalhadas em proveito próprio para roubar cinicamente tudo que passar por suas mãos. Ontem, foram pegos mais dois irmãos turcos - Adir e Samir Assad (vejam os sobrenomes dos desgraçados) que ficaram milionários fazendo terraplanagens fantasmas de uma usina nuclear completamente desnecessária. Serão precisos um milhão de carros pipas para esvaziar as fossas e cloacas dos depósitos de fezes dos mascates que já alcançaram os palácios e ministérios do tesouro da União. Isto não será feito com juízes, procuradores e policiais seletivos filiados a quadrilhas disfarçadas de partidos políticos, nem com o desmonte da Constituição Federal para massacrar a população brasileira vítima dessas gangues imorais de açambarcadores de impostos sonegados e taxas da previdência roubadas dos trabalhadores da ordem de R$ trilhões. Que a verdade seja dita sem tergiversações e sem contas de chegar para agradar o banditismo.
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