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Escrito por José Joaquim

* Por Amir Somoggi 

Nessa semana o Lance publicou uma extensa entrevista com o diretor da CBF, Rogério Caboclo. O que chamou muita atenção foi como as respostas mostram uma realidade que mais parece uma fantasia.

A CBF considera que o futebol brasileiro está maravilhoso. O que convenhamos é um completo absurdo.

Alguns exemplos: clubes com péssimas gestões, competições com baixo apelo, estádios vazios, arbitragens sofríveis, elefantes brancos, denuncias de corrupção, presidente da CBF que não viaja, violência das torcidas organizadas, são ótimos argumentos de como as coisas não são boas fora do escritório da CBF, na Barra da Tijuca.

E para piorar ainda o cartola deixa claro o interesse da entidade em sabotar o Profut, lei que tinha como grande função reorganizar a administração dos times brasileiros. Com o argumento que possíveis punições esportivas por má administração poderiam prejudicar o bom andamento das competições, enterra qualquer possibilidade de punir clubes mal administrados.

Para o dirigente não interessa o que o clube faz fora de campo, isso não pode ser considerado na hora de decretar uma punição.

Um argumento facilmente questionável.

Um clube de futebol não é um time de 25-30 jogadores. Um clube é uma organização que tem obrigações perante à sociedade. Deve sim ser enxergado dessa maneira.

A partir do momento que aja mal fora do campo, isso é mais suficiente para que um clube seja punido.

A obrigatoriedade de pagar os salários em dia, bem como o recolhimento de impostos e contribuições sociais são obrigações dos clubes. Bem diferente do que pensa a CBF.

Lembrando que os grandes times brasileiros já receberam R$ 700 milhões em receitas pela aprovação do Profut. Caso alterem o Profut vão devolver os valores recebidos?

Se o nosso mercado está absolutamente  enfraquecido e nem de longe tem o poderio econômico que poderia, é por culpa exatamente da falta de regulação e controle na gestão dos nossos clubes.

Já que não temos uma liga, a CBF é a única responsável pelo baixo nível da administração do nosso futebol.

Os clubes tem dívidas que somadas superam R$ 7 bilhões, os déficits acumulados já ultrapassaram R$ 3 bilhões. E mesmo assim a entidade máxima do futebol nacional fará de tudo para derrubar uma lei que tinha como objetivo regular a gestão dos clubes no longo prazo.

Está claro que a falta do interesse da CBF é a prova que somente uma cisão com a entidade, com a criação de uma liga poderia alterar esse cenário.

Bem diferente do que pensa a CBF, no futebol europeu as regras criadas como, por exemplo, o licenciamento de clubes da UEFA e Fair Play Financeiro devem ser cumpridos.

Boa parte dessas regras inclusive lidam com questões extracampo como o não pagamento de salários, recolhimento de impostos, dívidas entre clubes e déficits.

Portanto o argumento da CBF que questões extracampo não podem ser consideradas, como punições esportivas é um completo absurdo. Se for comprovada a má gestão de um clube, pode e deve sofrer consequências como punições esportivas.

Vários clubes foram punidos pela UEFA, como por exemplo: Juventus, Olympique de Marseille, PSG, Manchester City, Estrela Vermelha, Besiktas, Galtasaray, Bursaspor, Partizan, Lokomotiv Moscow, Dynamo Moscow, Twente, etc.

Segundo a UEFA mais de 53 clubes foram punidos desde que a entidade instituiu o Licenciamento na temporada de 2003/2004.

O que no Brasil os clubes sonegaram ao longo de décadas de má gestão, equivale a um ano de recolhimento de impostos do futebol da Alemanha. Os 36 times alemães pagaram na temporada 2015-16 um total de R$ 4 bilhões em impostos. 

7x1 foi pouco.

*O autor é administrador de empresas, e especialista em gestão esportiva, e tem um pensamento bem identificado com o nosso blog.

Comentários   

0 #1 Ingenuidade puerilBeto Castro 25-08-2017 13:01
Vivemos uma crise institucional no país fruto de um golpe de estado, na política, na economia e no sucateamento do país. As pessoas que assim procederam se utilizaram da sonegação sistemática e do açambarcamento das taxas de previdência cobradas dos empregados e embolsadas para capitalização. O líder das quadrilhas cercadas pelo Ministério Público é um conhecido centurião lagartixa baba-ovo de Zé das Vacas e seus comparsas. A etnia que domina o país é a mesma que instalou o aparelhamento do futebol com a criação das doze tribos do velho testamento. Assim, esperar que os vendedores da Pátria, asfixiadores da República e da União e dilapidadores do meio ambiente se comportem como decentes, é acreditar na mitologia do Saci Pererê, Mula sem cabeça, Curupira, Loira do Cemitério, Boto Cor Rosa e outras lorotas. É o mesmo que pedir para que os reis dos pixulecos acabem com a Copa que garante as suas riquezas ilícitas. O futebol e a Nação caminham para o caos e esculhambação da pobreza generalizada. A expropriação do povo brasileiro é evidente e faz parte da regeneração forçada dos capitais especulativos vadios e ineficientes. Estão fazendo negociata até com a chuva, o vento, a luz solar, os rios, as florestas, o solo, o subsolo e até as profundezas do oceano e as partículas e campos eletromagnéticos e quânticos da natureza. A bola já foi aparelhada há 30 anos e agora é a vez dos quilombolas, índios e dos retirantes abaixo e acima da linha da pobreza. Até parece que o turquinho que se finge de ingênuo não conhece os seus conterrâneos.
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