Ao assistirmos na última quarta-feira o jogo pela Copa Sul-Americana envolvendo as equipes do Fluminense e LDU do Equador, vimos uma cena teatral que repete-se em todos os eventos realizados no Brasil, quando o atacante do tricolor, Henrique Dourado, sofreu uma falta e caiu batendo no chão como fosse uma vítima de um atropelamento.
Segundos após já estava na área do adversário cabeceando uma bola lançada na cobrança de um escanteio.
Um milagre.
Hoje um torcedor paga por um ingresso caro para assistir 90 minutos de jogo, mas só consegue receber apenas 47, ou seja foi ludibriado e merecia ter o seu dinheiro devolvido.
As novas táticas que foram criadas no futebol de nosso país, tem três personagens importantes para o sucesso: malabaristas, piscineiros e os adeptos do mimimi. São os maiores responsáveis pelos números pífios de bola rolando nos gramados.
Os malabaristas são aqueles que fingem contusões graves, quando na verdade foram de pequeno porte. Esses já tem um modus operandi nas suas atuações: caem no gramado, rolam fantasiando uma grande dor, e a última novidade, socam o piso. Outros massageiam o local da pancada. São Grotescos.
Umaencenaçãopara ganhar tempo, e induzir o árbitro a uma punição ao adversário. O interessante é que retornam serelepes como se nada tivesse acontecido.
Quanto aos famosos piscineiros, o futebol está repleto desses, fingem que sofreram uma falta, tem um gestual próprio de cair, na espera da marcação do árbitro de um pênalti. Um dos maiores nadadores está no futebol de nosso estado, Diego Souza, atacante do Sport Recife. Aliás esse é duplo, posto que também é malabarista.
Enfim o mimimi, que é aquele segmento mais prejudicial ao jogo. É formado por atletas treinados especificamente para a contestação da arbitragem.
Protestam contra tudo, cercam os árbitros, e conseguem ganhar um bom tempo de jogo parado. Tudo isso acontece por conta da leniência da maioria dos apitadores, que permitem que tais fatos aconteçam durante a partida, fazendo que um espetáculo que seria do futebol, se torne uma representação circense.
Quem nos inspirou esse artigo foi o árbitro venezuelano Jose Ramon Árgoto, que apitou o jogo Botafogo e Grêmio pela Copa Libertadores, que não deu o menor cabimento a atuação desses personagens.
Quando um atleta desabava, esse percebia que estava diante de uma simulação deixava o jogo correr. Os piscineiros não tiveram sucesso, e os seus ouvidos ficaram tapados para os adeptos do mimimi.
Por conta disso foram mais de 67% de bola correndo, para a alegria dos torcedores.
Enquanto a nossa arbitragem for conivente com tais procedimentos, o futebol brasileiro continuará sendo o mais faltoso do mundo, posto que os árbitros apitam qualquer simulação como falta e permitem as reclamações dos jogadores como forma de pressão.
Precisamos de atuações como essa do venezuelano Árgoto, para que possamos a ter um futebol de verdade, e não uma peça teatral de um circo mambembe.