O Corinthians campeão virtual do Brasileirão de 2017 é um exemplo de que o bom e barato resolve o problema do nosso futebol.
O contraditório está no Palmeiras que gastou mais de R$ 100 milhões na temporada e hoje está brigando por uma simples vaga na Copa Libertadores.
O alvinegro aproveitou muito bem os jogadores de sua base. Não é um grande time, mas para o atual futebol brasileiro deu para o gasto.
Ou seja, obvio que o dinheiro sempre ajuda, mas se bem aplicado e esse não foi o caso do alviverde de São Paulo como de outros clubes brasileiros.
Em Pernambuco o futebol local entrou no período de ocaso, e a culpa única e exclusivamente é dos cartolas que não planejaram para o futuro.
Esses se contentam em contratar jogadores e demitir treinadores, e deixam de lado o mais essencial que é a elaboração de um projeto a longo prazo.
Temos um exemplo em nossa região através do Ceará, que planejou a campanha na Série B, mudou o rumo quando esse estava perdido numa estrada esburacada, e hoje está muito próximo do acesso à maior divisão nacional.
Como o time cearense temos o Paraná que vivia uma crise sem limite, com o seu patrimônio sendo leiloado, deu a volta por cima através da profissionalização do setor, e caminha célere para a Série A de 2018 após 10 anos de espera.
Pernambuco segue na contramão da história, como um caminhão em uma estrada de forma invertida.
Os clubes que disputam a Serie B se contentaram com a contratação de dezenas de profissionais, de diversos treinadores, e não focaram o maior objetivo que era a competição e o seu rumo.
Apostaram em algo que não daria resultado positivo, quando inflaram a folha salarial sem a cobertura das receitas.
Jogaram no aleatório e deu errado.
Entraram em grande crise, com salários dos jogadores e funcionários atrasados e sem perspectivas de paga-los.
A ameaça de greve ronda os Aflitos e Arruda.
Obvio que isso iria influenciar nos gramados, e o final todos já conhecem, os rebaixamentos.
Se houvesse um planejamento simples obedecendo o limite orçamentário a situação seria diferente.
O Londrina faz uma excelente campanha, um técnico que completou seis anos à frente do time, com uma folha salarial reduzida.
Sempre afirmamos que os amadores não podem dirigir futebol. É um tema para os profissionais.
Os clubes não são brinquedos de crianças, desde que esses tem as suas histórias gravadas nos anais desse esporte.
Sem planejar não existe o futuro, e pelo que estamos observando para os dois clubes de nosso estado é algo bem longe no horizonte.
Com relação ao Sport e a possibilidade de queda para a Série B, a resposta está ligada também a ausência de um projeto, e como sempre ao puro amadorismo de sua diretoria.
Os exemplos são latentes, gastaram muitos milhões em contratações que não deram o retorno previsto, e a situação tanto financeira como no futebol é caótica.
O presidente de forma equivocada indicou o seu vice-presidente executivo para dirigir o futebol do clube, fato esse que iria dificultar uma demissão, que deveria ter sido feita há tempo.
Por outro lado colocar um filho com diretor do setor foi outro erro estratégico.
Deu no que deu.
Um clube não é brinquedo de criança, é algo muito maior e só com uma visão estratégica poderá ser conduzido.
Já citamos várias vezes que o futebol de Pernambuco faleceu quando abandonou as suas bases, e hoje vive sem lenço ou documento, por conta da ausência desse trabalho.
Por outro lado a Federação local é ausente dos problemas do futebol, desde que a sua sede está em outro planeta.
Como o estadual irá continuar, que pelo menos volte para algo que deixamos nessa entidade, e que deveria ser feita pelo Circo, o da obrigatoriedade de pelos menos cinco atletas da base na relação de uma partida de futebol.
Com os tipos de gestões que nós temos o esporte da chuteira em nosso estado jamais deixará o ocaso.
Nós merecemos o que temos.
Comentários
0#2RE: O OCASO DO FUTEBOL PERNAMBUCANO —
CLOVIS ARRUDA14-11-2017 14:28
JJ: Tomei conhecimento de que o presidente do Santa Cruz colocou R$ 5 milhões dos seus bolsos no clube. Esse mostra bem o modelo de gestão que existe no clube. O seu artigo está perfeito.
0#1RE: O OCASO DO FUTEBOL PERNAMBUCANO —
ANTONIO CORREIA14-11-2017 10:54
JJ: A safra de dirigentes em Pernambuco é bem fraca e de pouca qualidade. Há algum tempo que o futebol local está rolando a ladeira e nada se fez para modifica-lo. Um exemplo o da ausência de estádios. O mais grave é que os clubes não esboçam a mínima reação.
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