Ao lermos a delação de Alejandro Buzarco ex-executivo da empresa argentina Torneos Y Competencias, que era responsável pelas vendas dos direitos de transmissão de jogos, inclusive de torneios continentais, nos questionamos se vale a pena continuar lutando para melhorar os esportes, como também as próprias instituições do país.

Os que o fazem como nós são quixotecos, lutando contra moinhos de vento.

Os corruptos são fortes e mandam no país.

O delator confessou ter pago subornos a dirigentes, aceitando quitar uma multa de US$ 21 milhões.

Por conta de suas informações foi obrigado a depor à corte de Nova York sobre as irregularidades no processo do caso FIFA.

Buzarco entregou uma farta documentação inclusive com depósitos em paraísos fiscais como o Panamá, e mostrou o roteiro da Ocrim que comandava o esquema.

O futebol brasileiro também foi atingido, e os nomes de José Maria Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero foram citados.

É o Petrolão do futebol.

Segundo o blog investigativo do Paulinho as reuniões eram realizadas no restaurante Tomo I, um dos mais luxuosos de Buenos Aires, com as presença de Marcelo Campos Pinto, representante da Globo, Julio Grondona que era dirigente da FIFA e presidente da AFA, a entidade que comandava o futebol argentino, e os cartolas do Circo, cada qual no seu período, primeiro Ricardo Teixeira, depois Marin e finalmente com Del Nero, que assumiu esse comando após a morte do cartola argentino.

Supostamente muito dinheiro rolou.

Algo que deixa claro o mundo do futebol e em especial o brasileiro e com um agravante de que os clubes que são os mais interessados, mas os seus dirigentes enfiam a cabeça na terra como avestruzes modernos.

Estamos vivenciado um país indecente, corrompido pelos corruptos de todas as esferas. Nunca em nosso vida presenciamos algo tão destruidor como o que vem acontecendo nesses últimos anos na história brasileira, quando todos os dias sempre surge um novo escândalo.

Vivemos um momento e incluímos o futebol no sistema, em que a sociedade entra lentamente em um processo de alienação, fechando os olhos para o que acontece em seu entorno.

O setor do futebol é o mais alienado, e irá reeleger Del Nero em uma eleição antecipada, mesmo sabendo dessas denuncias que o proíbem de sair do país.

O novo modelo brasileiro obedece ao sistema da meia verdade, meia honestidade e meia corrupção. Na verdade o que temos é o homem incompleto, e só não temos um meia para a seleção do pastor TITE.

Obvio que João Havelange inoculou o vírus da corrupção no futebol brasileiro, que continuou com os seus sucessores, tornando-o uma porta escancarada para os procedimentos ilícitos e não institucionais, inclusive com uma bela branqueadura de dinheiro.

O estado brasileiro está à deriva há um bom tempo, arrastou consigo o esporte da chuteira, que vive numa Ilha da Fantasia, de sonhos, mentiras, de débitos, de péssimas arbitragens alterando alguns resultados, e de uma cartolagem mais ligada aos seus próprios interesses do que as suas necessidades.

Se a faxina geral demorar a chegar, certamente teremos que chamar o último honesto para apagar a chama que ainda possa existir.

Pobre futebol brasileiro que encontra-se nas mãos de gente desse tipo.