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Escrito por José Joaquim

¨Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o que está escrito¨. 

* Machado de Assis.

O ano de 2017 deveria ser apagado da lousa e esquecido em especial no  futebol de Pernambuco.

Com a temporada encerrada nada a se comemorar nos clubes locais, pelo contrario tudo a se lamentar.

O fundo de um poço profundo recebeu os clubes pernambucanos que foram lamentáveis, trágicos e surreais durante esse triste ano.

Qual o legado que foi deixado por essa temporada para o futebol de Pernambuco?  

Uma pergunta com uma simples resposta: Nenhum.

Há anos que a curva descendente vem mostrando em seu gráfico uma queda vertiginosa desse esporte no estado.

Fizemos muitos artigos sobre o tema, mas os gênios que fazem esse segmento fingiam que não entendiam.

O que fizeram para mudar o rumo?

Nada sobre nada.

Clubes e Federação foram omissos. 

Os clubes foram as vitimas de trágicas administrações, e somaram problemas atrás de problemas, e deu no que deu.

O Sport com um alto custo no seu futebol, com o dinheiro sendo mal aplicado, continuou na Série A na Bacia das Almas.

A ajuda do time do Corinthians, aliada aos resultados dos outros jogos garantiram a sua permanência.

Nenhuma virtude a sim a casualidade que foi ofertada pelos Deuses do Futebol.

O rubro-negro de Pernambuco, com a manutenção do status quo tem tudo para novamente lutar contra a degola, e possivelmente ser degolado, desde que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, e por uma tendência que está há algum tempo sendo firmada tal fato poderá acontecer.

Ganhou um titulo estadual e todos nós sabemos como aconteceu, e mais nada, fechando um ano que deveria ser esquecido por seus torcedores, e que nada acrescentou à sua história.

Santa Cruz e Náutico eram mortes anunciadas, e finalmente essa chegou através da Caetana e sua foice, que degolou a ambos e mandou-os para a Série C Nacional, local bem próprio para o que fizeram durante a temporada.

Não ganharam nada e perderam tudo, inclusive os seus torcedores.

Modelos de gestões superados, e com o agravante gastando mais do que arrecadavam. Os problemas se avolumaram.

O Salgueiro chegou próximo ao rebaixamento, na Série C, escapando na reta final, conseguindo se manter nessa divisão.

Pouco acrescentou ao futebol no ano de 2017.

Na Série D os nossos representantes, Central, América e Atlético-PE foram despejados no seu início, e correram para hibernarem em suas cavernas, na companhia dos demais que só tiveram um estadual monstruoso que ajudou ainda mais a queda livre desse esporte.

O publico desapareceu, e as suas médias refletem o abandono que foi relegado ao futebol local.

O Sport na Série A, teve a 13ª média entre os 20 disputantes, com 12.349 torcedores/jogo.

Enquanto isso o Santa Cruz e Náutico jogaram muitas vezes para as almas penadas que vagavam nos estádios locais.

O tricolor nos seus 19 jogos como mandante, teve uma média pífia de 4.126 pagantes por jogo, e o alvirrubro essa foi grotesca com apenas 2.720.

O campeonato estadual teve a pior média de publico da sua história, com  1.606 testemunhas por jogo, o que mostra que o esporte da chuteira local morreu de inanição, enquanto a nossa imprensa até hoje não conseguiu detectar, e continuam tratando-o como estivesse vivo.

São detalhes que mostram algo que aconteceu durante a temporada, e que levaram o nosso futebol para o fundo do poço, com direito a  um Réquiem pelo seu falecimento.

Existe esperança de melhorar?

Uma boa pergunta e que requer uma boa resposta: Muito difícil.

Os caminhos que foram tomados mostram que não tem volta, e pelo que observamos poderemos ter novos recordes de demissões de treinadores, uma centena de jogadores sendo contratados, e clubes com salários atrasados.

Na realidade existe a necessidade de uma revolução no setor, para que as transformações do modelo politico e administrativo sejam realizadas.

Com o atual sistema o futebol de Pernambuco findará com o enterro de todos os seus clubes, desde que esses não apresentam condições para as mudanças necessárias.

A cabeça do futebol brasileiro está apodrecida, e com isso afetando o seu tronco e membros, que são os estados. 

O ano de 2017 é na verdade para ser esquecido.

Comentários   

0 #1 RE: UM ANO PARA ESQUECERCARLOS EDUARDO 10-12-2017 13:32
JJ: O artigo mostrou a realidade do futebol de Pernambuco, que vem sucumbindo por um bom tempo. Esses últimos estaduais foram desastrosos e ajudaram mais ainda na debacle. Com os atuais dirigentes, não existe possibilidade de mudanças.
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