As mídias sociais sem nenhuma duvida representam a verdadeira democracia, mas são muitas vezes utilizadas de forma medíocre, para agressões ou piadas de mal gosto.
O tal do ¨Selfie¨, Istagram, e outros, formam uma das maiores constatações que a sociedade brasileira a cada dia que se passa, está abraçando a mediocridade.
A divulgação super exagerada do auto-retrato em situações muitas vezes não convencionais, mostra o desprezo do ser humano com si próprio, ao expor as suas intimidades.
Na verdade não estamos sabendo aproveitar o que existe de bom nessas ferramentas, que é o entrelaçamento e a troca de ideias que formam opiniões.
Por outro lado nada mais pequeno nesse pais do que a maioria dos programas esportivos na televisão.
Anteriormente esses estavam apenas na TV aberta, mas hoje o vírus contaminou também a fechada, que contemplava programas de bom nível.
O humorismo tomou conta.
As piadas, os gracejos, são os principais personagens, enquanto o debate sério fica de lado, e quem ganha com isso são os cartolas que estão matando o esporte e que não encontram contestações da parte dos formadores de opinião.
Um bom exemplo que temos sobre o assunto, está ligado a prisão de Jose Maria Marin, que foi pouco debatida, e que embute algo por demais importante, ou seja os tentáculos que poderiam chegar na cartolagem brasileira por conta dos diversos contratos pelos direitos de transmissão.
Deixaram passar ao largo.
O modelo adotado para atrair espectadores é colocar um mediador, ou mediadora, mesmo sem a experiência no ramo, e juntar-se com pelo menos um ¨humorista¨, e o programa está feito.
Passam meia hora falando do nada para o nada, e quem sofre são aqueles que tem a paciência de ouvi-los.
Obvio que não queremos velório, mas o momento do nosso futebol exige mais seriedade nos programas, que poderiam servir como palcos de debates produtivos, sérios, esclarecedores sobre os temas abordados.
Programas como o Cartão Verde deixaram saudades (embora esse ainda exista), e para aqueles que acompanham os esportes tem que se contentar com o humor esportivo, tratando de coisas sérias com piadas sem conteúdo.
Futebol faz parte da indústria de entretenimento, é coisa séria que demanda vultosos recursos e por conta disso merece ser tratado de outra forma, com um debate mais analítico, na busca dos fatos que ocasionaram a sua debacle.
Não adianta falar da vitória do Barcelona para o Real Madrid, e sim mostrar o modelo do futebol espanhol, seus públicos e bons jogos, e fundamentalmente que o time catalão ganhou dinheiro com a negociação de Neymar, e que hoje não fz a menor falta, desde que o time aprendeu a jogar sem a posse da bola e de forma coletiva.
Não necessitamos nem queremos vários velórios, mas de programas que ajudem o entendimento do que se passa nos esportes.
O humor sempre é bem recebido quando feito por especialistas e não por profissionais de outras áreas, embora esse também já esteja sentindo a chegada da mediocridade, com a perda dos gigantes que os traziam para as telinhas.
Na verdade o jornalismo esportivo perdeu a independência, ao obedecer um roteiro desenhado pelos seus editores, esses pelos seus diretores.
As vagas de empregos no setor cada vez estão menores, e por isso para assegura-los o vale tudo pela audiência acontece, mesmo que seja desvirtuando-o.