blogdejjpazevedo

BlogdeJJPAzevedo.com

Escrito por José Joaquim

Em um mesmo dia tivemos a condição de observarmos a existência de dois mundos bem diferentes no futebol.

De um lado um jogo de alto nível, que imobilizou os espectadores por um pouco mais de noventa minutos.

O gramado do Santiago Bernabéu levou ao mundo um encontro entre dois bons times, Real Madrid e Paris Saint Germain, que deu a alegria para aqueles que gostam de um bom futebol.

A seguir passamos a assistir algumas partidas no Brasil, entre essas as do Afogados e Santa Cruz, e Fluminense de Feira e Náutico, que nos deram um choque de realidade em todo o seu contexto.

Jogos fracos, sem a menor qualidade, o que retrata o atual futebol brasileiro.

Na realidade é tudo que temos, mas em outras épocas o Brasil já foi importante nesse segmento, fato esse que a nova geração que o acompanha desconhece.

Sem nenhuma duvida éramos os melhores do mundo. Uma escola respeitada, e que transportou sua maneira de jogar para todo o planeta.

Nessa época o mundo ainda era redondo, e as comunicações eram mais restritas, mas o poderio do nosso futebol chegava a todos os rincões.

O interessante é que os recursos eram precários, não haviam as estrelas milionárias, com seus contratos mirabolantes, mas tínhamos craques que levavam torcedores aos estádios.

O Maracanã colocava 170 mil pessoas em um FlaxFlu. Hoje nos contentamos com um pouco mais de 20 mil.

A decadência aconteceu, inclusive a moral, com todos presenciando e fingindo que tudo estava muito bem, como na Ilha da Fantasia.

De repente a Europa descobriu o jeito de jogar do brasileiro, e adaptou ao seu futebol, que somado a uma organização impecável e sobretudo a uma cultura milenar, transformando-o em um esporte de qualidade, com vultosos recursos, e sobretudo com times com alto nível técnico que encantam a todos que assistem os seus jogos.

Os talentos brasileiros migraram para o novo paraíso. O jogador brasileiro perdeu a sua qualidade.

As partidas tornaram-se sonolentas, e muitas vezes violentas, os chutões imperam, os erros de passes ultrapassam a realidade, as faltas e simulações paralisam os jogos de maneira que os minutos jogados chegam a menos de 50%.

Não existe planejamento. As arbitragens também assumiram a mediocridade, são confusas e muitas vezes irresponsáveis, e a sua maioria atua sob pressão dos cartolas.

A imprensa esportiva teve uma queda vertiginosa, e pela manutenção dos empregos se submetem a linha adotada pelos donos dos veículos de comunicação.

Não se investiga, e as divulgações fazem parte do sistema mamão com açúcar. Por conta disso o poder do Circo continua firme e forte.

Por outro lado os treinadores continuam no século passado, mesmo os mais novos. Poucos estudam as táticas que correm o mundo, e com o agravante são auto-suficientes.

Fechando o ciclo vicioso, a cartolagem fala muita bobagem, e nada produz para melhorar o nível desse esporte.

Com todos esses ingredientes só poderíamos entrar em uma curva descendente, e isso refletiu no público que abandonou os estádios, fazendo com que esses ficassem ociosos, mesmo com uma melhora acentuada de qualidade.

O problema é que sabemos os nossos defeitos e nada fazemos para conserta-los.

Na verdade a preferência está sendo oferecida para a mediocridade, e sem nenhum interesse de voltarmos ao que éramos, os donos do futebol mundial.

O futebol brasileiro foi bom e não sabia.

Comentários   

0 #1 RE: UMA TRISTE REALIDADECLOVIS ARRUDA 16-02-2018 17:45
JJ: O artigo mostrou algo bem real com relação aos dois mundos do futebol. O nosso estagnou, e o europeu evoluiu.
Citar

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar