blogdejjpazevedo

BlogdeJJPAzevedo.com

Escrito por José Joaquim

Sabemos que o brasileiro é um povo sem memória, e esquece tudo de forma rápida. Os nossos museus recebem poucos visitantes, uma vez que a nossa sociedade é apenas do presente, sem passado e sem projetar o futuro.

O futebol brasileiro vive um momento de perda de identidade, e não sabe como retoma-la.

O debate para a recuperação do documento é amplo, mas com o sentimento de biruta de aeroporto, quando vai de um lado para o outro no sabor dos ventos.

Jamais Del Nero e seu fiel seguidor irão conseguir achar a identidade perdida, desde que não possuem a devida credibilidade. A sociedade brasileira deveria assumir o comando dessa busca e, quem sabe acha-la e assim promover as mudanças necessárias, mas não o faz por conta da anestesia geral que tomou conta dessa.

Muitas vezes ouvimos declarações estapafúrdias, que sugerem que a ida de jogadores brasileiros para o exterior sofresse restrições para que os talentos ficassem aqui.

Obvio que em um país democrático como o nosso o direito de ir e vir é obedecido, e uma medida como essa é para países ditatoriais. Cuba é um exemplo quando criou obstáculos para a saída de seus atletas para o exterior, e por conta disso perdeu uma geração excelente em alguns esportes. Aquele que saísse não jogaria pela seleção.

No voleibol brasileiro os dois melhores atletas são cubanos, inclusive um deles naturalizou-se e irá jogar pela nossa seleção.

O caminho a ser traçado é bem diferente, e que implantado poderia reduzir essas saídas, que seria o fortalecimento das competições, e por osmose dos clubes disputantes.

Com campeonatos fortes, organizados, competitivos, a demanda será incrementada, o produto ganharia valor agregado, e isso reduz em muito a potencialidade dos recursos, que hoje estão restritos apenas às cotas de uma rede de televisão.

Clubes sem as boas condições financeiras não conseguem formatar bons elencos, e, como consequência, não fazem boas campanhas, afastando os patrocinadores e os torcedores.

Um estádio lotado é sinal de que algo vem dando certo, mas, quando fica vazio é o retorno de que o sistema faliu. Com campeonatos fortes os clubes terão ótimos recursos para a manutenção de seus principais jogadores, já que as suas receitas poderão cobrir os gastos, dentro do limite compatível para tal.

O fortalecimento do futebol se observa em uma Copa do Mundo, quando os times campeões são oriundos dos times locais. O Brasil tem um exemplo com as suas seleções de 1958, 1962 e 1970, com atletas que atuavam no país. Hoje 90% dos convocados jogam no estrangeiro.

A Itália nos anos de 1982 e 2006, conquistou o título com jogadores que atuavam em seu campeonato. Depois disso mudou a relação e não irá disputar a Copa da Rússia. Em 2010, a Espanha tinha apenas três jogadores que não atuavam na Liga maior, e a Alemanha de 2014, apenas sete jogavam em outros países.

Isso reflete o fortalecimento de suas competições e dos clubes, fato inverso do que acontece no Brasil, quando a maioria vive de ilusões, e com o Brasileirão sendo o reino da mediocridade.

A identidade está enterrada em algum lugar, mas falta a iniciativa para acha-la.

Comentários   

0 #4 RE: IDENTIDADE PERDIDACLEITON LIMA-RJ 18-03-2018 14:35
JJ: O artigo sem duvida retrata a realidade do Brasil, e que uma boa parte da sociedade não entende. A maior virtude desse blog é o conteúdo que sem duvida é sensacional.
Citar
0 #3 RE: IDENTIDADE PERDIDACARLOS ALFREDO 18-03-2018 11:46
JJ: A seleção da Alemanha foi convocada para o amistoso contra a da CBF, com 13 jogadores locais e 9 que atuam fora. A balança continua ao lado dos clubes que disputam a Bundelisga. Parabéns pelo excelente artigo o que não é novidade.
Citar
0 #2 RE: IDENTIDADE PERDIDAANTONIO CORREIA 18-03-2018 11:25
JJ: Só nesse blog tenho a condição de ler artigos como esse. Bem focado e que mostra a realidade do que acontece no país. Aliás esse perdeu a identidade da seriedade, e da honestidade nesses últimos anos quando foi assaltado pelos corrupção. O futebol sofreu por conta disso, desde que os seus comandos também tinham esse vírus. Só que não acredito que isso vai mudar pois como o amigo diz, a sociedade está anestesiada.
Citar
0 #1 Maniqueísmo UltrapassadoBeto Castro 18-03-2018 10:42
Tentar entender toda a complexidade da sociedade humana através desse maniqueísmo vetusto, ultrapassado, anacrônico e carcomido da dicotomia Direita versus Esquerda é uma prática do final do século dezessete, reforçada nos séculos seguintes, por ideologias já superadas pela humanidade. O mundo civilizado já descobriu o poder de síntese do modo avançado de pensar onde se mesclam as conquistas socioeconômicas dos dois extremos do espectro ideológico (um velhaco, o comunismo utópico e um cruel, o nazi-fascismo travestido de neoliberalismo). Países avançados autoritários como a China que mesclam o comunismo com o capitalismo eficiente e os países escandinavos que mesclam o capitalismo democrático com o socialismo tributário demonstram seus acertos, como os países mais modernos da atual quadra. Infelizmente, o comunismo dos anos dez do século passado na União Soviética praticado em Cuba e na Coreia do Norte ainda disputam conflitos com o Nacional liberalismo neofascista dos Estados Unidos e da Inglaterra, o que é lamentável. Ainda países coloniais como Brasil sem autonomia para organizar a própria educação do seu povo, cuja elite superada e na idade da pedra vive de propinas recebidas dos colonizadores estrangeiros (atual quadro golpista) é o fim do mundo. Então, analisar um esporte complexo como futebol com base em pressupostos ultrapassados, claramente destro e ideológico cai na mesma esparrela do canhoto e ideológico. Através desse sistema econômico concentrador, monopolista e anti-federalista excludente da maioria das unidades federadas, ditatorial, com eleições fraudadas, corrupto e manipulador de corações e mentes, nem o futebol nem a Nação vão a lugar nenhum. Quando um bando de golpistas venais e estupradores da Constituição e do Estado de Direito se reúnem para comemorar uma fraude judiciária escancarada do erro do engano e do Lawfare financiada pela lavagem cerebral midiática de proxenetas do estrangeiro, o país se torna refém da intolerância e da violência institucional contra a democracia e os direitos humanos. Aqueles que optam por esta dicotomia velhaca jogando brasileiros contra brasileiros em pocilgas ideológicas de porcos chauvinistas (esquerda e direita) do quanto pior melhor, nada tem a oferecer em termos de desenvolvimento e progresso à Nação. Fora da democracia não há nada para se aproveitar - repete todos os dias o maior Presidente que este país já teve e maior líder de todos os brasileiros - reconhecido em todo o mundo e por todas as pessoas de bem. Sua obra educacional e estrutural do país é incomensurável. Quem o deseja eliminar da política através de fraude processual e do proselitismo ideológico já está na lata de lixo da história, assim como, toda a estrutura do futebol em toda a sua extensão. Atiçar um golpe de Estado para escapar da chantagem dos americanos e não ser preso é de uma falta de dignidade vergonhosa. É jogar o Brasil num pântano de incertezas e retroceder a Nação aos séculos dezenove e vinte para escapar de seus crimes e erros. A execução da vereadora Marielle Franco mostra isto de modo insofismável. A ameaça de manobra de prevaricação do STF confirma a Barbárie do atual estado de exceção e a violação da Constituição Federal. Estamos todos vulneráveis, inseguros juridicamente e ameaçados quanto ao nosso futuro. Fora os traidores da Pátria!
Citar

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar