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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O SÃO PAULO FUGIU DA DEGOLA

* O Deuses do futebol não estavam olhando o São Paulo com carinho. Em alguns jogos, embora sem jogar um bom futebol, os gols perdidos e as traves barravam resultados melhores para o clube.

No primeiro tempo do jogo de ontem parecia que iria haver a repetição, com o time perdido em campo, e o adversário dominando, inclusive com um das jogadas mais bonitas do campeonato de autoria de Wellington. Saiu com a bola de sua intermediária, driblando todos que estavam à sua frente, e depois de passar pelo goleiro do tricolor paulista sofreu um pênalti, que foi batido pelo próprio e convertido em gol.

Final do primeiro período 1x0 para o Fluminense.

Na segunda etapa os Deuses do futebol abençoaram o São Paulo, e abandonaram o tricolor carioca, que recuou, e sua defesa voltou aos tempos das trapalhadas, com os jogadores batendo a cabeça.

O tricolor do Morumbi aproveitou e virou o placar para 2x1, fugindo da zona perigosa, passando a ocupar a 12ª colocação com 39 pontos, e ao mesmo tempo salvando a cabeça de Ricardo Gomes, seu treinador.

A arbitragem do pernambucano Nielson Nogueira Dias foi perfeita, sem erros, mostrando que ainda existe vida nesse segmento. Sem trapalhadas ou mumunhas.

Com essa vitória, o São Paulo deixou nas costas do Coritiba, Sport, Vitória e Internacional o peso de lutar contra a degola, desde que só necessitará de 6 pontos dos 21 a serem disputados.

São coisas dos Deuses, que resolveram ficar ao lado de um time que tinham abandonado.

NOTA 2- O FENÔMENO BOTAFOGO

* A grande mídia tem os olhos voltados para os chamados ¨grandes¨ clubes, e deixam de lado outros que não são tão poderosos mas estão fazendo boas campanhas no Brasileirão.

O Botafogo é um fenômeno.

Com uma folha salarial do mesmo nível do Sport Recife, tendo apostado em jogadores que não estavam sendo aproveitados, e na prata de casa, o time da Estrela Solitária teve uma evolução grandiosa no returno do Campeonato, com um aproveitamento de 77,28%, ficando apenas atrás do líder Palmeiras, que tem 77,78%.

O seu percentual é de um time campeão. Nessa segunda fase somou 8 vitórias e teve 4 derrotas. É uma equipe que empatou muito pouco em todo o Brasileirão. Um clube que vivia afundado em dívidas, conseguiu com o Profut o parcelamento, equilibrou as finanças, e durante a temporada não atrasou um único dia com seus pagamentos.

O Botafogo é o 5º colocado na tabela de classificação, no G6 da Libertadores. Apesar do sucesso, terá pela frente um problema, que será o da manutenção do elenco, que na maioria tem contratos curtos, com alguns jogadores bem valorizados.

Um bom exemplo para outros clubes, inclusive os nossos.

NOTA 3- O VALE TUDO NO FUTEBOL

* O futebol brasileiro vive um momento em que o vale tudo impera. A palavra ética não existe, e como já citamos várias vezes essa é individual e pertence a cada clube participante.

No último domingo, Renato, atleta do Figueirense, emprestado pelo Palmeiras até o final da temporada, recebeu um estranho telefonema do gerente executivo do alviverde paulista, Cicero Souza, em que esse o pressionava para não atuar na partida em que iria enfrentar o seu time de origem, inclusive afirmando que se jogasse iria ter problemas no seu retorno.  

Uma vergonha, que foge a qualquer padrão de dignidade.

Obvio que o clube resolveu afasta-lo da partida, inclusive do banco de reservas.

O Circo que comanda o futebol nacional acabou com aqueles contratos entre os clubes, para que jogadores emprestados não atuassem contra a entidade de origem, que na verdade era de uma imbecilidade latente.

O problema é que os cartolas tinham receio de que esses tivessem uma boa atuação, e demonstrassem aos torcedores de que tinham espaços nos seus elencos.

Tal determinação está sendo cumprida, mas sempre existe um jeitinho para burla-la, e o fato acontecido com Renato, é a demonstração de que no futebol pode existir de tudo, menos o respeito a ética e sua moralidade.

Lamentável.

NOTA 4- AS MUDANÇAS DAS PROBABILIDADES

* O Brasileirão a cada rodada oferece várias mudanças nas probabilidades matemáticas, tanto para os que disputam o título, como para aqueles que lutam contra o carrasco da degola.

No final da 31ª rodada, que foi benéfica para o Palmeiras, desde que os dois clubes que estavam na luta pelo título foram derrotados, os números deram uma grande variação, com o time alviverde apresentando 77% de chances do título, contra 19% do rival Flamengo, 3% do Atlético-MG e 1% para o Santos.

Um percalço do clube paulista e a vitória do mais próximo, irá dar uma guinada nas estatísticas, embora hoje esse seja o virtual campeão. Os números lhes são favoráveis.

Por outro lado na zona de rebaixamento, as vitórias do Sport e Internacional e São Paulo, e as derrotas do Coritiba, Vitória e Figueirense, mudaram de forma bem radical as chances de degola para alguns clubes.

O Internacional que era o quarto provável para receber a foice do carrasco, aparece agora com 25% de chances para que isso aconteça.

O Vitória da Bahia passou a ocupar o seu lugar com 33%. América-MG e Santa Cruz estão rebaixados, e o Figueirense bem próximo, com 85% de chances.

Entre os outros clubes que concorrem com o time batano, o Coritiba teve um aumento nas chances de degola, contando agora com 25%. O Sport reduziu para 21%, e o São Paulo para 8%.

Como poderá acontecer no G4, na próxima rodada se alguns desses clubes não repetirem as performances da anterior, teremos uma nova ciclo de pesquisas que irão dar para mais ou para menos, dentro da margem de erro.

É o futebol atrelado a matemática.

NOTA 5- O REBAIXAMENTO E A SÍNDROME DOS CAMPEÕES

* Um fato bem interessante e que faz estremecer os clubes que estão na luta contra o rebaixamento, é que há 10 anos sempre um clube campeão do Brasileirão é rebaixado.

Essa síndrome começou com o Corinthians em 2007, e fez uma fileira. Em 2008 foi a vez do Vasco, 2009, Sport e Coritiba, 2010, Guarani de Campinas, 2011, Atlético-PR, 2012, Palmeiras, 2013, Vasco, 2014, Bahia e 2015, mais uma vez o Vasco da Gama.

No atual campeonato são cinco clubes campeões lutando contra a degola: São Paulo, Cruzeiro, Sport, Coritiba e Internacional, que irão manter a tradição, desde que um desses será o quarto rebaixado.

São coisas do futebol brasileiro.

Números do site sr.goool

NOTA 6- O PÚBLICO MELHOROU COM AS PROMOÇÕES

* Quando os clubes vão bem em suas competições, pouco estão ligando para seus sócios e torcedores.

Quando a fome por pontos bate às suas portas, a necessidade faz que esses personagens sejam lembrados com promoções que contemplam até ingressos grátis.

Isso é um produto de gestões indigestas.

Na 31ª rodada, os desesperados tiveram a presença de um bom público, inclusive o Sport Recife que tinha sido abandonado pelos seus torcedores.

O Internacional teve o maior desses, com 31.981 pagantes, seguido pelo Sport (24.138), Cruzeiro (17.225) e Figueirense (16.467).

O futebol brasileiro não se emenda, e só desperta para a realidade quando o fundo do poço se aproxima.

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