A sociedade brasileira optou pela mediocridade, derrotando a qualidade. Isso em todos os setores, e o futebol é o maior exemplo, quando vivencia um dos períodos mais medíocres de sua história, em que o menos ruim é o melhor, por não existirem bons no segmento.
Há anos que estudamos os esportes no Brasil, e sempre alertando que a passagem do regional para o nacional deveria ter sido feita de forma gradual e com uma linha de ação que contemplasse a todos.
Nada disso aconteceu. A nacionalização do esporte substituiu a regionalização como um verdadeiro tsunami, varrendo-a do mapa esportivo brasileiro.
No domingo ao assistirmos os jogos do Sport que teve o Vitória como adversário, Santa Cruz, Figueirense, America-MG e Coritiba, observamos as diferenças existentes entre aqueles que hoje são considerados grandes, embora para nós sejam medianos, e esses que são os pequenos.
Na verdade a história do futebol brasileiro começou nos estados, de forma totalmente regionalizada, com estaduais com peso, principalmente na estruturação de clubes fortes, e que deu ao país o que chamam de agremiações grandes, em quantidade bem superior aos países do Velho Continente.
A grandeza regional fez com que esses clubes ocupassem espaços nacionalmente com grandes conquistas, como Bahia, Coritiba, Atlético-PR e Sport, todos campeões brasileiros, mas que foram perdendo a consistência por conta de uma política irracional adotada no país. Nos lembramos que há anos atrás o jornalista Julio Gomes também analisava esse problema.
Obvio que a globalização é um fato, mas deveria ser aproveitada de forma a atender a todos, e não trucidando muitos clubes. Pelo contrário, foi formatada apenas para doze, contando com o apoio da Rede Globo a verdadeira dona desse esporte no Brasil. Deu no que deu.
Faltam pensadores em nosso país, em especial no futebol, onde a mediocridade das gestões é assustadora. A ruptura foi muito grande na passagem de um sistema regional para o nacional, sem um projeto que pudesse dar um equilíbrio, e isso se fez sentir na pornográfica distribuição de receitas, sobretudo as cotas da televisão.
O abismo foi se aprofundando e resultou no que temos hoje, um futebol com alguns clubes bem aquinhoados, e outros recebendo migalhas.
Se houvesse seriedade nessa passagem, o aproveitamento da regionalização poderia ter servido de orientação para o processo por ser a responsável pela história do futebol brasileiro, e sobretudo pelo número de bons atletas e de jogos com qualidade.
O modelo atual é o de jogar para não perder, e ganhar por acaso, e isso tirou os torcedores dos estádios, inclusive os das poltronas.
Infelizmente poucas vozes na ocasião em que isso acontecia foram ouvidas, e a esperteza de alguns, aliada a mediocridade de uma sociedade tomou conta da nação, e do futebol, e com um agravante, quando não aparece nenhum sinal de reação para mudanças, e o conformismo de ser medíocre tornou-se algo geral no país.
Lamentável.
Comentários
0#1Tocando na Ferida —
Beto Castro18-10-2016 14:34
Excepcional artigo meu caro José Joaquim. Faltou apenas entrar no cerne do problema, porquanto não haverá nunca o todo sem as partes. Os imperadores sírios da mediocridade mandaram esquartejar o corpo da Nação e expor os membros, o tronco, inclusive a cabeça dos carrascos em praça pública. Esses criminosos traidores da Pátria já deveriam ser punidos com penas capitais não apenas por traição hedionda contra a União, mas banidos do futebol pelos crimes de formação de quadrilha e organização criminosa, além de aparelhamento de instituição federal para enriquecimento ilícito. Isto ficou cabalmente provado através da juíza americana quando processou e mandou prender toda a quadrilha global, inclusive o Capeta de Zurique e os seus chifrudinhos em todos os continentes. Organizar o futebol e outros esportes de um país continental da mesma forma que a Síria, Bangladesh, Haiti, etc tem interesses estranhíssimos. Países gigantescos como os EUA, Brasil, Rússia, China, Canadá, Índia, Austrália, etc tem que ser organizados como Confederações autônomas, enquanto que os demais países nanicos se reuniriam em outras confederações como a União Árabe, América Espanhola, União Africana, União Europeia, Reino Unido, etc. Não haverá progresso e desenvolvimento do futebol e dos outros esportes com base no atual modelo engessador e miniatura, enquanto todos os povos progridem e se expandem em suas riquezas.
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