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Escrito por José Joaquim

* POR AUGUSTO MAFUZ 

O revolucionário no futebol, como era pregada em sua oração o holandês Rinus Michels, o maior treinador de todos os tempos, ¨tudo é cíclico¨. Seu pupilo mais genial Johan Cruijff, tornou a lição perfeita mais tarde. ¨Tudo é cíclico e, as vezes, uma ilusão. Usou a Hungria de Puskas, de 1954 como a sua Holanda de 1974, como exemplos- nunca mais os húngaros e os  holandeses conseguiram ter gerações como aquelas.

Quando o Barcelona apresentou-se ao mundo com o seu ¨tiki-taka¨, baseado na ocupação de espaços para pressionar no campo do adversário e expandindo o time pela circulação da bola, o futebol já cansado de velhas convenções, em que a bola e o gol (esse, segundo o brasileiro Parreira) eram meros detalhes, tomou-se o catalão Pep Guardiola como criador de uma ¨nova revolução¨. 

Ontem em Manchester, o City de Guardiola, com todo o dinheiro do mundo, foi eliminado da Liga dos Campeões pelo Liverpool, com mais história é verdade, mas com um humilde quadro individual, embora exiba o egípcio Salah, o melhor jogador europeu dos dias atuais. E não só perdeu agora, por 2x1, como no confronto, foi humilhado: 5x1 nos dois jogos.

Já havia perdido contra o poderoso Bayern de Munique.

Quando Rinus Michels e Johan Cruijff deram um caráter cíclico e ilusório nos grandes momentos do futebol, foi em razão da Holanda de 1974. Pelo Ajax, dirigido pelo próprio Rinus, surgiu uma geração de craques que além da qualidade técnica, tinha uma virtude: havia um gênio Cruijff, e ao redor deles um grupo de jogadores de exceção em razão da inteligência. Krol, Rep, Naesker e Resenbrink contam os historiadores, tinham um raciocínio que não era comum ao jogador de futebol.

Pep Guardiola é um inovador e continua fazendo bem ao futebol, não se pode negar. Mas não pode ignorar que a imposição de seus métodos só foi possível de sua ascendência ao comando do Barcelona ao coincidir com uma geração portentosa como Pique, Busquets, Iniesta, Xavi e Messi cresceram e aprenderam juntos a jogar bola.

O pouco que Guardiola deixou no Barça, acabou ontem em Roma: Pique, Busquets, Iniesta e Messi, seis anos depois, e já sem a inteligência de Xavi, foram eliminados pela rústica Roma, em um improvável 3x0, em Roma.

A conclusão dessa história é única: não haverá técnico revolucionário se não ter um time com uma base de qualidade técnica e inteligente. Sem isso, as velhas convenções acabam voltando para compensarem essa falta.

SOBRE O AUTOR

Augusto Mafuz é colunista diário do jornal Tribuna do Parana, e é parte da história do futebol paranaense e nacional. É jornalista e advogado há mais de trinta anos, e conhece o futebol para muito além das quatro linhas.

NOTA DO BLOG

Sempre escolhemos alguns artigos de grande relevância, e sobretudo de pessoas serias, e livres de influencias estranhas.

Alguns amigos de Curtiba nos deram as melhores informações, nos mostrando que Augusto Mafuz é um desses, e um artigo de rara qualidade como esse teria que ser lido pelos nossos visitantes.

Por falta de comunicação não conseguimos lhe avisar que faríamos essa publicação, mas não poderíamos deixar passar a oportunidade de uma analise tão profunda de um lado do futebol que a maioria não consegue perceber.

Comentários   

0 #2 RE: O REVOLUCIONÁRIO CLOVIS ARRUDA 12-04-2018 13:21
JJ: Colocar artigos bem elaborados de terceiros é sem duvida um mérito para esse blog. Esse do jornalista Augusto Mafuz é sensacional, focou algo que os nossos analistas não conseguem enxergar.
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0 #1 RE: O REVOLUCIONÁRIO PLINIO ANDRADE 12-04-2018 11:49
JJ: Parabéns por nos trazer um artigo com um excelente conteúdo. O autor focou algo que passa despercebido pela mídia, que trata os assuntos de forma banal. Sempre é bom para os visitantes desse blog tomarem conhecimento de jornalistas e outros estados que pensam.
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