A maré rubro-negra não está para peixe. Todos os dias ao acordarmos, as noticias que recebemos sobre o Sport sempre são negativas.
Um dia as diversas mídias divulgam cobranças feitas pelos credores do clube, em um outro o goleiro Agenor pede para ir embora.
Um verdadeiro e robusto balaio de gatos.
O rubro-negro está vivenciando um duro processo de queda e coice ao mesmo tempo.
A diretoria se omite quando não responde os questionamentos feitos pelos associados, sobre a sua real situação.
A transparência é uma palavra pornográfica nos bastidores rubro-negros. Por conta disso, o presidente do Conselho Deliberativo, Homero Lacerda convocou os membros desse órgão para uma reunião extraordinária no dia 24 do mês corrente, para conhecer e debater o Balanço de 2017.
Em paralelo, um grupo de rubro-negros conseguiu as assinaturas de mais de 500 sócios como manda o Estatuto da agremiação, para que seja encaminhado ao presidente desse Conselho a solicitação de uma Assembleia Geral Extraordinária, para discutir os destinos do Sport, inclusive com a possibilidade de que seja debatido o impeachement do presidente Arnaldo Barros.
Na verdade trata-se de um remédio duro para a vida do clube, muito embora o dirigente tenha dado cabimento a um processo como esse ao não responder as perguntas feitas pelos sócios.
Achamos que essa é uma etapa a posteriori, desde que os sócios poderiam cobrar e exigir do presidente as respostas corretas sobre o que acontece nos intramuros da Ilha do Retiro, dando um prazo definido para o cumprimento da solicitação, deixando a Assembleia em aberto para o debate final.
Esse é o caminho mais racional que deveria ser traçado, desde que numa democracia todos tem o direito de defesa, e não ser condenado sem tê-lo feito.
O Balanço do Sport é uma tragédia que mostra bem claro a ausência de uma boa gestão, e deveria ser mais analisado por todos.
Vários erros foram cometidos, os recursos foram jogados fora sem o devido retorno.
Para que se tenha uma ideia exata do que aconteceu no rubro-negro da Ilha do Retiro, houve a captação de empréstimos em factorings, de um banco que atua no mesmo molde dessas empresas, com taxas anuais de 23,143921%.
O valor total foi de 15.810.322,00.
Só no BMG foram dois empréstimos que somaram R$ 6.964.942,00.
Com uma taxa nesse nível, os juros devem ter consumido pelo menos 1,5 milhão, que daria para o pagamento de alguns meses das folhas dos funcionários administrativos.
Sem duvida mais um erro grotesco dos dirigentes.
Capital de Giro financiado com altas taxas é algo cruel.
Fatos como esse é que deveriam ser cobrados, sobretudo as devidas explicações dos motivos que levaram a tais procedimentos.
Um conselho de quem conhece o Sport há mais de 50 anos: o clube na realidade precisa de mudanças e de um plano emergencial para que possa chegar ao final do ano sem muita turbulência, mas para que isso possa acontecer torna-se necessário que a atual diretoria entenda que deve explicações aos donos da agremiação que são seus sócios.
De uma coisa temos a certeza absoluta, a de que o clube que irá fazer 113 anos no próximo dia 05 de maio não suporta mais tanta lambança.
O impeachement seria o passo extremo.
Pelo menos os sócios do clube acordaram de um longo sono que estavam submetidos, e entenderam enfim que o destino do Velho Leão estava em suas mãos e resolveram agir.
No contexto do atual quadro do futebol brasileiro que remonta a 1986 (Golpe dos Sírios) não há como evitar a falência deste clube adesista. O Sport seguirá o mesmo destino de decadência do futebol pernambucano e seus outros dois bancarrotos (Santa Cruz e Náutico). A atual crise golpista comandada pelos mesmos personagens sinistros ao nível do Brasil também é de redistribuição unilateral dos excedentes da economia. Aí, quem entrará em falência será o Estado, se não reagir, juntamente com os pernambucanos confiscados e expropriados. O Pacto Federativo está moribundo. O furo é mais embaixo, assim como, a conspiração para empobrecer à níveis degradantes as regiões Norte e Nordeste. A Pinguela para o caos aponta nesta direção, com a Pec dos gastos, o fim das aposentadorias, a doação dos ativos da Nação e a total retirada dos direitos dos trabalhadores e servidores públicos. Chega de colaboracionismo e subserviência.
0#3RE: O DESTINO DO SPORT —
ANTONIO CORREIA21-04-2018 16:05
JJ: O artigo está correto. Perfeito. O amigo é om dos poucos que podem analisar o Sport, por entender bem a sua vida, e com uma participação das mais efetivas. Concordo com tudo que está escrito.
0#2RE: O DESTINO DO SPORT —
PEDRO CORDEIRO21-04-2018 11:47
JJ: Pelo menos os sócios do Sport acordaram. A alienação com relação ao clube é total, e sem as cobranças necessárias os gestores ficam livres para atuações como aconteceu com o clube. Sua análise está perfeita, o que não é nenhuma surpresa, por conta de sua vivencia no futebol e no próprio clube.
0#1RE: O DESTINO DO SPORT —
RUBRO-NEGRO21-04-2018 10:36
JJ: O amigo conhece bem o Sport e pode escrever um artigo lúcido como esse. Concordo integralmente e também acho que o impeachement é muito duro e deve ser a última ação que poderia ser tomada. Deveriam lhe ouvir.
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