Quando observamos o que acontece no futebol brasileiro, em especial no Brasileirão, ficamos na certeza de que um furacão passou pelos gramados provocando sérios estragos.
Os que acompanham esse esporte já o denominaram de ¨Del Nero¨, aquele que não viaja para o exterior por conta das investigações que estão sendo procedidas pelo FBI.
Os nossos analistas esportivos batem as cabeças quando tentam entender os motivos que levaram clubes de grandes receitas, como São Paulo, Cruzeiro e Internacional, na luta contra a degola, e o Corinthians apenas cumprindo tabela.
Também não entendem como o Botafogo e Atlético-PR, que não estão entre os TOP 10 de receitas, conseguem brigar pelo G6, e por uma das vagas da Libertadores, e as participações da Ponte Preta e Chapecoense que são os filhos pobres do sistema.
Muito simples a resposta para tais dúvidas. Dinheiro ajuda, mas perde o seu valor se não tiver uma boa aplicação, por isso que muitos clubes sofrem na temporada.
O clube de futebol é como uma empresa. Precisa de planejamento, para que possa atender o mercado com os seus produtos e serviços.
Uma indústria para obter sucesso, necessita ter o conhecimento de sua demanda, saber montar equipamentos que possam produzir produtos de alta qualidade, com menores custos, e que tenha profissionais competitivos que conheçam o setor.
No futebol não é diferente. Tais procedimentos são essenciais para que tenha um futuro promissor. Um clube esportivo existe para gerar felicidade aos seus membros, mas para que isso aconteça devem ter objetivos para alcançar esse intento.
Até hoje não entendemos as dificuldades que esses enfrentam para a implantar um modelo de estratégia e planejamento para suas atividades, inclusive as futebolísticas.
Planejar é fundamental na preparação do futuro, e que cria condições para o suporte de resultados negativos, desde que a estrutura fica com solidez para sobrepujar qualquer tropeço.
Muitos viram as suas receitas crescerem de forma geométrica, e o Corinthians é o melhor exemplo, mas não souberam utiliza-las para um melhor retorno, quando aplicaram mal, provocando um furacão que chegou aos gramados através dos seus resultados.
Os nossos dirigentes confundem metas com planejamento, e no final do ano ficam chorando sobre o leite derramado.
Já escrevemos e falamos sobre esse tema, mas o retorno da maioria dos clubes não existe. Muitas vezes aqueles com menores receitas, mas com um bom projeto estratégico, com aplicações corretas, conseguem ter uma participação acima da media e melhores do aqueles que disponibilizam de recursos maiores do que os seus.
Sem uma estratégia correta não haverá futuro, e sim a falência do sistema.
Em nosso estado os exemplos são bem claros e reais, onde o furacão Del Nero provocou grandes estragos, e continuará na sua trajetória já que vivemos em uma sociedade esportiva anestesiada e sem compromisso.