* Quando um time vai mal no futebol brasileiro a primeira cabeça que rola é a do técnico.
Trata-se na realidade de um personagem bem conhecido nos contos policiais ingleses, quando sempre o assassino era o mordomo.
PC Gusmão foi defenestrado do cargo após a acachapante derrota do Santa Cruz em seu jogo contra o ABC.
Foi considerado culpado pela derrocada tricolor.
Como os cartolas não podem ser demitidos a culpa tem que recair em alguém, e isso mais uma vez aconteceu em nosso futebol.
Quem contratou o técnico, cujo currículo nos últimos anos mostra fracasso e mais fracassos?
Quem contratou um caminhão de jogadores, a maioria sem a devida qualidade técnica que inflaram o elenco e pouco produziram?
São perguntas que merecem respostas da diretoria do clube, que na realidade é a maior culpada pelo que vem acontecendo no seu dia a dia.
Futebol se faz com planejamento e não com improviso.
A vinda de PC Gusmão para o comando do clube é o retrato de que que faltou uma análise sobre o assunto, e que foi feita por conta da necessidade que o clube tinha de ter um treinador.
Não leram o seu currículo.
Obvio que esse não é o único culpado.
Existem vários que colaboraram para o que vem acontecendo, que é a continuidade do ano anterior em que o Santa Cruz foi rebaixado por conta de erros crassos que o levaram ao fundo do poço.
O tricolor do Arruda pecou pela falta de um projeto para a Série C.
Um empresário citava um nome e de imediato esse era contratado, e no final formaram uma orquestra com músicos desafinados, sem a estrutura musical.
Tocaram samba no lugar do tango.
A saída do técnico fazia parte do obvio, e aconteceu, mas temos a convicção de que com essa gestão atabalhoada, seja quem for o novo comandante a situação não irá melhorar, desde que pau que nasce torto, cresce e morre torto.
Além de Gusmão, o auxiliar técnico, Adriano Teixeira, participou da dança das cadeiras e recebeu o bilhete azul.
A novidade foi a contratação de Roberto Fernandes, ex-técnico do Náutico para o lugar do demitido.
Um contrato com alto risco, que mostrou o desespêro coral.
NOTA 2- JUSTIÇA SUSPENDE CONVOCAÇÃO DA AGE DO SPORT
* O Vice-presidente e o Secretário do Conselho Deliberativo do Sport, e alguns Conselheiros, ingressaram na Justiça Estadual com um pedido de liminar contra Homero Lacerda, presidente do órgão com intuito de suspender a convocação da Assembleia Geral que foi requerida pelos associados.
O Juiz responsável pelo caso atendeu o pleito, ao conceder a antecipação da tutela, determinando que Arnaldo Barros não convoque a reunião, e que Homero Lacerda encaminhe o pedido para o Conselho do clube, que para a autoridade, é quem poderá aprovar a convocação solicitada.
Vamos e venhamos, com o órgão totalmente ligado ao executivo, jamais uma Assembleia Geral com o objetivo do pretendido pelos associados será realizada.
A democracia rubro-negra é na verdade igual a da Venezuela
Não entendemos o receio daqueles que fazem o clube, de discutir abertamente o que vem acontecendo em seus intramuros.
Será que os que assinaram o pedido à Justiça leram o Balanço do exercício de 2017, que mostra de forma clara uma situação de insolvência do Velho Leão.
Os números são assustadores e deveria ser aberto à um amplo debate.
O local apropriado seria a Assembleia Geral.
Qual o receio que esses tem com relação aos números do clube, que são acachapantes?
O Sport não tem solvência e isso preocupa para o seu futuro.
Há pouco a diretoria recorreu a empréstimos para pagar a folha dos funcionários.
O seu patrimônio está abandonado, sem a devida preservação. Ontem ao conversarmos com um amigo rubro-negro mostramos a preocupação com o mural de Lula Cardoso Ayres, que faz parte do Restaurante do Sport.
Trata-se de um patrimônio de alto valor, e que pela maneira como o resto do clube está sendo tratado, obvio que corre o risco de degradação natural.
A atitude tomada pelos Conselheiros de barrar a Assembleia é estranha, desde que como diz o velho ditado, quem não deve, não teme.
Se está tudo correto, o que custa debater com os associados que são os donos do clube.
Nos deixou com uma pulga na orelha.
São coisas do Sport.
NOTA 3- NA ITÁLIA A MELHOR MÉDIA DE PÚBLICO NOS ÚLTIMOS ANOS
* A temporada 2017/2018 da La Lega Serie A foi encerrada no último domingo, com o sétimo titulo da Juventus.
O mais importante do Campeonato Italiano foi o crescimento de média de público, com 24.782 pagantes, e 9.417.311 torcedores nos estádios.
A marca atual foi um salto grande em relação aos dados da temporada passada, 2016/2017, que sofreu para chegar aos 22 mil espectadors (22.178), com uma queda em comparação ao ano anterior (2015/2016), 22.621.
A dupla de Milão, por conta do tamanho do San Siro, garantiu os cinco maiores públicos da temporada.
Os clássicos entre Internazionale e Milan, Milan e Juventus, e Inter e Juventus, tiveram o mesmo público de 78.328 pagantes.
Os milaneses lideraram o ranking.
Tal fato vem sendo destacado pelas mídias italianas, desde que nas últimas três temporadas as médias não ultrapassaram 23 mil pagantes.
Enquanto a Itália evoluiu, o Brasil continua lutando para passar dos 17 mil torcedores por jogo.
São coisas do nosso futebol.
NOTA 4- UM CAMPEONATO SEM CRAQUES
* Foram realizados 59 jogos pelo Brasileirinho, e o torcedor está na busca de um craque, cuja descoberta está mais difícil do que achar uma agulha no palheiro.
Os jogos na sua maioria foram insossos, e por conta disso não foi detectado nenhum destaque nos gramados.
Um futebol dos medianos.
Aliás os campeonatos europeus fazem a nossa felicidade, com seus clubes repletos de bons jogdores, inclusive brasileiros.
Por conta disso a nova geração brasileira adotou novas camisas, que correspondem as cores dos clubes do Velho Continente.
Quando surge um novo talento, o torcedor tem apenas um breve gostinho, já que esse segue diretamente para um dos grandes clubes da Europa, deixando os nossos estádios.
Os euros falam mais altos.
Essa realidade irá perdurar por conta da fragilidade econômica dos clubes, que não conseguem segurar os seus talentos.
Na temporada passada saíram do Brasil 1.630 jogadores, e foram repatriados, 890, na sua maioria aqueles com maior idade, ou os que não conseguiram espaço para as suas carreiras.
A base é que pode mudar o status de um time brasileiro.
É nela que o sistema deverá ser implantado, formando um time do futuro.
Achar um craque no final do Brasileirinho é uma luta inglória, pois todos são iguais sem destaques que os separem.
O melhor jogador da temporada de 2017 foi Jô, do Corinthians, um jogador de mediano para baixo que teve a grande sorte de ser artilheiro e nada mais.
Pelo andar da carruagem nesse ano será bem mais difícil.
NOTA 5- O CONFRONTO DAS ORGANIZADAS DO SANTA CRUZ E ABC
* A demissão de PC Gusmão não foi a única coisa que aconteceu por conta do resultado do jogo entre o Santa Cruz e ABC.
Como sempre acontece membros da torcida organizada Inferno Coral que tem muito poder perante a diretoria do clube, entraram em confronto com a torcida organizada Ultras 1915, do time potiguar, deixando cinco torcedores feridos, um em estado grave.
Todos foram levados ao Hospital da Restauração.
Internados esses ainda não prestaram depoimento na policia que ainda não abriu um inquérito policial para investigar o caso, mas já trabalha com a hipótese que a briga foi marcada pelas redes sociais.
O confronto aconteceu na Rua das Moças bem próximo ao estádio, e segundo as testemunhas quinze desses eram do Santa Cruz e cinco do ABC.
O quinto torcedor está em estado grave.
São fatos como esses que induziram ao Ministério Público do Paraná determinar que jogos realizados pelas divisões nacionais sejam de torcida única, o que é mais uma pá de terra no caixão do futebol.
As torcidas organizadas são responsáveis pela fuga de torcedores dos estádios, e uma das mais perigosas é a Inferno Coral.
Esse é o retrato de nosso futebol.
Comentários
0#5Público do Brasil em década de 70 —
Beto Castro24-05-2018 14:46
Nota 3 - Comemorar uma média de público do Brasil da década de setenta é a prova da decadência cavalar do futebol italiano. Aliás, este modelo de campeonato enfadonhão de duas cabeças que se arrasta por um ano copiado pela ditadura dos doze é o único culpado pela destruição do nosso futebol. Sem bem organizado, o campeonato brasileiro jogado apenas no segundo semestre colocaria mais de 30 mil até 40 mil torcedores nos estádios em média. A Brascopa de seleções estaduais colocaria uma média próxima do dobro e acima de 50 mil. A Federação e os clubes de Pernambuco receberiam cerca de R$ 200 milhões por ano pelo sistema de ranqueamento das entidades estaduais. Como preferem ir à falência e à série D, tudo bem. É uma escolha própria.
JJ: NOTA 1- Ia falar sobre o Santa Cruz, mas após ler o comentário de Guest, que retratou a realidade do clube de forma espetacular, estou pedindo permissão à ele para assinar embaixo. Parabéns pelo conteúdo tão real.
Caro amigo - No início da semana pedi para rabiscar algumas linhas a respeito do Santa. Lendo o seu comentário hoje, sobre " A CULPA DO MORDOMO", pego o gancho neste momento. Venho dizendo há muito tempo que prefiro ver o Santa fechado, do que humilhado e ridicularizado país afora. Inicio sustentando que nenhum desportista que queira manter imaculado o seu nome quer assumir a direção do clube. Somente aventureiros, pois as aves de rapina que o levaram ao fundo do poço também já não o querem. Há mais de 10 anos o Santa Cruz morreu como instituição. Hoje, trata-se de um corpo sem alma, um zumbi errante que teima em sepultar-se definitivamente. O Clube Coral foi o precursor das maiores infâmias do futebol brasileiro. Sito de passagem, o arremesso de um vazo sanitário que ceifou a vida de uma pessoa, motivo de reportagens em todo o mundo. Foi o primeiro, também, em perder pontos e ser multado pela falta de pagamento dos atletas e funcionários. Só disputa competições oficiais, graças à uma liminar do ministro Alexandre, que suspendeu a obrigatoriedade da instituição manter-se com pagamentos em dia. Pois bem caro amigo. O Santa adotou de três anos para cá, referendado agora por Tininho, uma política ímpar e inusitada, para não adjetivar outra coisa. Sabedores que o Arruda não pode ser alienado em execuções, pois o terreno pertence à Prefeitura, bem como suas construções, no caso o próprio estádio, diante da Liminar do ministro, perderam inteiramente o medo de dever. Diante de tais circunstâncias, optaram por não pagar os acordos judiciais, cíveis e trabalhistas, não quitar tributos, nem mesmo aqueles já avençados, não adimplirem as rescisões recentes e muito menos as passadas. Devedor convicto e contumaz. Entendem os seus dirigentes que a situação do clube já está resolvida, pois sequer bloqueios existirão face que também não tem verbas de patrocinadores e de TV. O que recebe dos sócios e ínfimos patrocinadores, transitórios, serve apenas para pagar as contas de energia e água. Mesmo assim ficam atrasados com os jogadores e funcionários. Como poderia então uma instituição sobreviver com um passivo explosivo e uma arrecadação de clube de arrabalde ? Claro que não pode. A estratégia de sobreviver dessa forma, na mais completa inadimplência, até o seu definitivo fechamento, é um trailler de filme de terror. Sua torcida já vem se afastando faz tempo, os torcedores de estádio desapareceram. Os sócios minguam. Os velhos tricolores já não acreditam na instituição, e aqueles que têm vergonha na cara, já começam a pedir o encerramento das atividades, para cessarem as humilhações e o ridículo que tomaram conta da comunidade esportiva. Não há neste momento, num futuro médio ou de longo prazo, absolutamente nada que venha salvar o clube, pois ele está em estado falimentar, se assim pudesse ser considerado, em total insolvência. A atitude de Tininho e sua troupe em tocar um time de quinta categoria, que deixou de ser grande até no Nordeste, demonstra o grau de incompetência ou mesmo de maldade. Pois, se impusesse o que dita o equilíbrio que deveria ter, reuniria o seu Conselho, este completamente imprestável, os sócios e a mídia, para confessar a situação irreversível do Santa e propor o seu fechamento, ainda que por um tempo exíguo, para que pessoas equilibradas pudessem, refundá-lo, resgatar a honra do clube e satisfazer à sua imensa torcida. Hoje não temos mais clube, não há instituição, apenas um punhado de pessoas, bem ou más intencionadas, que reunem-se num botequim para tratar do jogo do outro dia. Um verdadeiro pega na rua que nem time de pelada. A hombridade de uma diretoria não é manter um cadáver e arrastá-lo pelas ruas exibindo o que antes fora um clube respeitado. Seria mais honrado, se desse uma basta definitivo, pois da maneira que está, o Santa não não pode continuar existindo.
Prezado Amigo: Parabéns pelo comentário. Uma aula para a cartolagem tricolor.
Caro amigo - No início da semana pedi para rabiscar algumas linhas a respeito do Santa. Lendo o seu comentário hoje, sobre " A CULPA DO MORDOMO", pego o gancho neste momento. Venho dizendo há muito tempo que prefiro ver o Santa fechado, do que humilhado e ridicularizado país afora. Inicio sustentando que nenhum desportista que queira manter imaculado o seu nome quer assumir a direção do clube. Somente aventureiros, pois as aves de rapina que o levaram ao fundo do poço também já não o querem. Há mais de 10 anos o Santa Cruz morreu como instituição. Hoje, trata-se de um corpo sem alma, um zumbi errante que teima em sepultar-se definitivamente. O Clube Coral foi o precursor das maiores infâmias do futebol brasileiro. Sito de passagem, o arremesso de um vazo sanitário que ceifou a vida de uma pessoa, motivo de reportagens em todo o mundo. Foi o primeiro, também, em perder pontos e ser multado pela falta de pagamento dos atletas e funcionários. Só disputa competições oficiais, graças à uma liminar do ministro Alexandre, que suspendeu a obrigatoriedade da instituição manter-se com pagamentos em dia. Pois bem caro amigo. O Santa adotou de três anos para cá, referendado agora por Tininho, uma política ímpar e inusitada, para não adjetivar outra coisa. Sabedores que o Arruda não pode ser alienado em execuções, pois o terreno pertence à Prefeitura, bem como suas construções, no caso o próprio estádio, diante da Liminar do ministro, perderam inteiramente o medo de dever. Diante de tais circunstâncias, optaram por não pagar os acordos judiciais, cíveis e trabalhistas, não quitar tributos, nem mesmo aqueles já avençados, não adimplirem as rescisões recentes e muito menos as passadas. Devedor convicto e contumaz. Entendem os seus dirigentes que a situação do clube já está resolvida, pois sequer bloqueios existirão face que também não tem verbas de patrocinadores e de TV. O que recebe dos sócios e ínfimos patrocinadores, transitórios, serve apenas para pagar as contas de energia e água. Mesmo assim ficam atrasados com os jogadores e funcionários. Como poderia então uma instituição sobreviver com um passivo explosivo e uma arrecadação de clube de arrabalde ? Claro que não pode. A estratégia de sobreviver dessa forma, na mais completa inadimplência, até o seu definitivo fechamento, é um trailler de filme de terror. Sua torcida já vem se afastando faz tempo, os torcedores de estádio desapareceram. Os sócios minguam. Os velhos tricolores já não acreditam na instituição, e aqueles que têm vergonha na cara, já começam a pedir o encerramento das atividades, para cessarem as humilhações e o ridículo que tomaram conta da comunidade esportiva. Não há neste momento, num futuro médio ou de longo prazo, absolutamente nada que venha salvar o clube, pois ele está em estado falimentar, se assim pudesse ser considerado, em total insolvência. A atitude de Tininho e sua troupe em tocar um time de quinta categoria, que deixou de ser grande até no Nordeste, demonstra o grau de incompetência ou mesmo de maldade. Pois, se impusesse o que dita o equilíbrio que deveria ter, reuniria o seu Conselho, este completamente imprestável, os sócios e a mídia, para confessar a situação irreversível do Santa e propor o seu fechamento, ainda que por um tempo exíguo, para que pessoas equilibradas pudessem, refundá-lo, resgatar a honra do clube e satisfazer à sua imensa torcida. Hoje não temos mais clube, não há instituição, apenas um punhado de pessoas, bem ou más intencionadas, que reunem-se num botequim para tratar do jogo do outro dia. Um verdadeiro pega na rua que nem time de pelada. A hombridade de uma diretoria não é manter um cadáver e arrastá-lo pelas ruas exibindo o que antes fora um clube respeitado. Seria mais honrado, se desse uma basta definitivo, pois da maneira que está, o Santa não não pode continuar existindo.
JJ: NOTA 2- Vou repetir uma palavra usada pelo amigo em seus artigos: SURREAL. A AGE é o órgão mais importante de um clube, mas no Sport essa não vale nada, desde que depende da aprovação do Conselho que é ligado ao executivo, para uma convocação. Seu artigo está perfeito.
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Prezado Amigo: Parabéns pelo comentário. Uma aula para a cartolagem tricolor.
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