A narração de Cleber Machado quando da subida do avião levando a seleção do Circo, e a foto de Tite, como um personagem importante acenando para o nada na escada da aeronave desde que não havia nenhum torcedor no aeroporto, vimos a real visão de nossas mídias, que está totalmente atrelada à espetacularização do esporte do que o trato de sua realidade.

Não temos nenhuma duvida que o futebol brasileiro está atuando como uma ferramenta de manipulação e controle social. Enquanto arte e espetáculo verdadeiro, esse esporte é totalmente distorcido pelos meios de comunicação, perdendo assim a essência e raízes.

Essa modalidade esportiva da maneira como é apresentada pela mídia pode ser traduzida como um pão sem nutrientes que somente engorda os detentores do poder e, como circo, apresenta pouco ou quase nada de útil para a formação de um pensamento critico de seu torcedor.

Quando a seleção do Circo atua, e obtém uma vitória muitas vezes perante um time sem expressão, o ufanismo com essa conquista representa as distorções dos fatos. Trata-se de um modelo indutor de que o adversário era potente, e que o time circense foi espetacular, manipulando as mentes daqueles que os assistem.

Os atletas jogam pouco, mas tornaram-se celebridades, são tratados como tal, e todos os movimentos fora do campo são destacados. Há pouco Ronaldinho, um ex-jogador, foi manchete em nossas mídias por conta de um casamento com duas mulheres, o que seria um crime de bigamia.

Neymar quando vai ao banheiro torna-se alvo da imprensa. As vezes pensamos que esse urina de forma diferente. Os times são secundários e o mais importante é o individual manipulador.

Quando lemos ou ouvimos a divulgação de tais fatos, ficamos certos de que o futebol que é um espetáculo coletivo transformou-se em algo individual, movido a interesses financeiros, e que os segmentos do setor pouco se importam com os times, e sim com os seus pretensos ídolos.

Obvio que o esporte necessita de astros, mas esses não estão acima de suas bandeiras. O mundo tornou-se individualista, e o futebol é coletivo, e o que importa é o sucesso de um clube no geral, mas isso tornou-se um pequeno detalhe quando observamos a maneira em que os nossos astros são tratados.

Na realidade a chamada grande imprensa é comprometida com os patrocinadores, e segue uma linha editorial de suas empresas, vendendo muitas vezes ilusões para uma multidão de iludidos.

Uma certa vez, lemos um documento da Sociedade dos Jornalistas da França, em que textualmente dizia: ¨A imprensa só é livre quando não depende do poder governamental, nem do poder do dinheiro, e sim exclusivamente da consciência dos jornalistas e leitores¨.

No Brasil a independência é algo que não existe, desde que um profissional que tenha a ousadia de falar a verdade, no outro dia será demitido.