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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A RODADA DAS GARFADAS

* O futebol brasileiro virou um caso gastronômico. Os jogos que foram realizados no dia de ontem, pelo menos quatro foram marcados por diversas garfadas. Foram garfos para todos os lados e todos os gostos, inclusive os utilizados em churrascos.

Três grandes públicos, com milhares de torcedores lotando o Maracanã, Arena do Grêmio e Allianz Parque, e dentro do gramado a avacalhação da arbitragem modificando alguns dos resultados.

Para nós nenhuma novidade, desde que a cúpula que comanda o futebol não tem credibilidade, e obviamente isso reflete nas competições através dos seus árbitros.

O pênalti cometido pelo zagueiro Mina, do Palmeiras, que seria favorável ao Sport, foi tão escandaloso que o técnico do time alviverde concordou que aconteceu. Só falou porque saiu vitorioso.

Ricardo Marques Pereira, árbitro do jogo fingiu que não viu, e agravou mais o seu erro, desde que a continuidade do lance terminou com o primeiro gol do time paulista. Foi uma garfada no Leão, que atuou bem, e melhor do que o seu adversário, que saiu vencedor por 2x1.

A festa continuou no Maracanã, e dessa vez o garfado pelo árbitro Anderson Daronco foi o Corinthians, que validou um gol do atacante Paolo Guerrero, do Flamengo, que estava impedido de forma escandalosa. Aliás foram três jogadores do rubro-negro na mesma posição. Uma bela garfada e o placar de 2x2. O presidente Eduardo Bandeira, do time da Gávea reconheceu o grotesco erro.

No Couto Pereira, Raphael Claus precipitou-se na expulsão de Kleber que só estava em campo por três minutos, por conta de uma reclamação. Foi uma garfada saborosa, e prejudicou a equipe paranaense, que teve forças para empatar o jogo contra o Fluminense mesmo com 10 jogadores em campo (1x1). Nunca vimos um árbitro ser tão esculhambado pelos jogadores, sem condições de tomar qualquer atitude. Só faltou apanhar.

Na Arena do Gremio, Francisco Carlos do Nascimento, o árbitro que já foi FIFA por indicação de Renan Calheiros, além de fraco, garfou o Internacional ao expulsar um jogador, no caso Rodrigo Dourado, que foi separar uma briga, levou dois socos de Edilson do Grêmio, que também recebeu cartão vermelho. A culpa do atleta Colorado foi apanhar. O placar final foi 0x0.

Nos demais jogos, apenas o do Atlético-MG 3x0 Figueirense teve uma pequena mordida com o garfo do árbitro Graziane Maciel Rocha, quando não marcou um pênalti de Victor no atacante do time catarinense. O Cruzeiro venceu o Vitória por 1x0, com o time baiano perdendo um pênalti, e o Santos derrotou o Chapecoense por 1x0.

O futebol brasileiro está no fundo do poço, perdendo o que restava de credibilidade por conta de desastradas arbitragens, e dirigentes incompetentes.

A rodada foi péssima para Vitória e Sport que estão lutando contra o rebaixamento, para o preenchimento da última vaga disponível.

NOTA 2- O PRESENTE PARA O LULA

* Nunca na história desse país vivenciou-se tantas imundices.

O jornal Folha de São Paulo em sua edição de ontem, publicou um trecho da delação premiada de Emílio Odebrecht, em que afirma que a Arena Corinthians foi um presente de sua construtora ao ex-presidente Lula.

Aliás todos sabiam desse fato, que mostra a realidade em que o país vivia nesses últimos anos, onde a corrupção, os corruptos e os corruptores dominaram.

Para nós nenhuma novidade, desde que o próprio presidente do clube na época, Andrés Sanchez, em seu livro sobre a Arena, escreveu que Lula pediu a ajuda de Emílio para a sua edificação.

Na verdade, a Lava-Jato sabe muito mais do que o que foi apresentado pela Folha, e que tem muito mais gente envolvida nessa obra.

Alexandrino Alencar que viajava com Lula para o exterior para fechar contratos de obras para a Odebrecht, e que tornou-se um delator nessa operação, é amigo de Sanchez.

Por outro lado, em 2011, o ex-presidente do Corinthians em uma entrevista à Revista Época, que por coincidência ainda temos em nosso poder, declarou: ¨Quem fez o estádio fomos eu e o Lula. A parte financeira ninguém mexeu. Só eu, o Lula e Emílio Odebrecht.

Na realidade o Corinthians é uma vítima desse processo, que está prejudicando a sua vida financeira, e não pode ser culpabilizado por crimes cometidos por seus dirigentes, que deverão paga-los na Justiça, na companhia do ex-presidente, cujos atos envergonham a parte séria do Brasil.

A instituição Corinthians é uma das mais importantes do futebol brasileiro e não merece o que vem acontecendo.

Lamentável.

NOTA 3- UM MODELO OLIGÁRQUICO

* Qual o modelo do futebol brasileiro?

Trata-se de uma pergunta que é feita diariamente pelos sócios dos clubes, como também por seus torcedores.

O mais interessante que esse esporte é um dos mais democráticos do mundo, contando com a participação de todos os segmentos da sociedade, mas a sua gestão está bem longe disso.

Não existe um modelo mais fechado do que o aplicado em nossos clubes. Nem o da Coreia do Norte sob a liderança de Kim Jong Un.

Não tem transparência, e tudo é resolvido por um pequeno grupo de ungidos. A palavra democracia passa bem ao largo.

Temos um bom exemplo nos processos eleitorais.

Quem indica os futuros gestores? Os associados são ouvidos? Existem prévias para as escolhas? Isso tudo poderia acontecer se o modelo adotasse o sistema democrático, pelo contrário sempre apresenta um prato feito, como um regime fechado.

O futebol brasileiro é oligárquico quando um pequeno grupo resolve o seu futuro.

O processo eleitoral é decidido numa mesa de restaurante, por duas pessoas. Quando aumenta mais as presenças, são apenas quatro cadeiras ocupadas.

A parte mais importante, o associado não é ouvida, e recebe a encomenda por um pacote postal. Não se rebela e no final ainda participa do sistema quando concede o seu voto, o que é lamentável.

Ou muda o sistema, abrindo os intramuros, ou com raras exceções que ainda praticam a democracia, todos irão morrer abraçados em um grande oceano. Os oligarcas não tem procuração do associado para resolver e falar em seu nome.

São coisas do futebol brasileiro.

NOTA 4- COPA BRASIL SUB-20

* Poucos torcedores tem conhecimento da realização da Copa Brasil Sub-20, uma competição importante para solidificar o trabalho de formação.

Não lemos, nem ouvimos nada sobre essa competição.

Nos jornais do Sudeste a situação é mais trágica. Ninguém fala, ninguém viu. Parece que contraíram a doença dos nossos políticos, quando o Brasil estava sendo assaltado, e ninguém sabia de nada.

Pernambuco entrou na competição com os três clubes da capital.

O Santa Cruz foi eliminado no jogo de ida, derrotado em casa pelo Internacional de Porto Alegre (3x0).

O Náutico conseguiu passar da primeira fase, superando o Vasco da Gama, mas foi atropelado pelo São Paulo na seguinte.

A melhor campanha é a do Sport, que passou pelas duas fases iniciais, e irá disputar as quartas de final em dois jogos contra o Atlético-MG.

Na primeira o rubro-negro passou pelo Palmeiras, na segunda, a bola da vez foi o Vitória.

Uma notinha sobre a competição não faz mal a ninguém, e é muito mais proveitosa de que algumas notícias do nada para o nada que são divulgadas por nossas mídias.

NOTA 5- SAMPAOLI JÁ ESTÁ FAZENDO HISTÓRIA NA ESPANHA

* Assistimos no dia de ontem alguns jogos do futebol europeu, e um que nos chamou a atenção foi o do Sevilla x Atlético de Madri, que foi ganho pelo primeiro com o placar de 1x0.

Um padrão de futebol bem diferente.

Nos bancos de reservas dois técnicos argentinos. Diego Simeoni, da equipe madrilenha, e Jorge Sampaoli do time de Sevilla. Duas propostas opostas.

Enquanto o Atlético jogava com a bola aérea, o Sevilla jogava com intensidade, trocas de passes e com a bola no chão.

O resultado final foi um presente para quem jogou o bom futebol.

Jorge Sampaoli já começa a fazer história no futebol espanhol.

Em 15 jogos o técnico argentino colocou o seu time na liderança do seu grupo na Liga dos Campeões, em conjunto com a Juventus da Itália, e na vice-liderança da Liga Espanhola, à frente do Barcelona.

O seu trabalho positivo em outros clubes, e na seleção chilena não foi obra do acaso e sim da competência.

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