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Escrito por José Joaquim

A decadência de nosso futebol é latente. A sua pobreza técnica com relação ao europeu tem uma distancia da Terra para Marte, e basta assistirmos os jogos realizados no Velho Continente e compararmos com os do Brasil para comprovarmos essa afirmação.

O que nos preocupa é a ausência de analises sobre o tema, dando uma aparência de que tudo vai bem no reino do Circo do Futebol.

Há algum tempo estamos assistindo a diversos jogos de competições menores, e o que nos chama a atenção é a ausência de um talento diferenciado para se tornar um craque no futuro. São medianos para baixo.

O jogador habilidoso tornou-se uma peça rara, uma agulha a ser procurada no palheiro.

O que aconteceu com o futebol de nosso país?

Uma pergunta que nós fazemos, e para essa temos uma resposta: o fim dos campos de várzea, e o Recife é um bom exemplo quando esses foram extirpados de nossos bairros, deixando de produzir os talentos que hoje fazem falta.

O progresso sem planejamento urbano, que pudesse delinear o lazer, levou à extinção desses equipamentos simples, mas de bom conteúdo para a sociedade.

O avanço da ocupação urbana foi tomando conta desses espaços, deixando a juventude que os tinham como forma de lazer, abandonada.

Não é por acaso o aumento da criminalidade entre os jovens, e a falta desses espaços para que os seus tempos fossem ocupados refletem nas estatísticas da violência.

O futebol brasileiro originou-se na várzea. Foi discriminado pela sociedade e até mesmo pela policia. Eram jogos com os mais velhos, mas os jovens começaram a participar, e divertiam-se jogando com bolas de meia e de papel.

Na várzea o jogador se tornava muito criativo, inventava jogadas e começava a tratar bem a bola. Com a extinção desses espaços, a alimentação de novos talentos para os times de futebol foi reduzida para dar lugar aos espigões, e foram substituídos por escolinhas robóticas que pouco produzem.

Existem alguns remanescentes e que estão sendo observados pela edilidade, mas até quando irão resistir ao canto da sereia das construtoras?

O poder público como forma de penitenciar-se deveria incluir um ¨Tour¨ a todos os locais que foram usurpados da população, sem que ao menos tivesse sido construído algo para substitui-los, e que poderia levar os recifenses a conhecerem a história de nosso futebol.

Começaria por Casa Amarela, Rosarinho, Santo Amaro com o seu tradicional campo do Chevrolet, Zumbi com o campo do Cacique, que ainda resiste às tentações, Iputinga, com o Caiaras, em Boa Viagem, o campo do Rififi.

Poderia dar uma passagem por Camaragibe, para visitar o último a ser extinto, o da Metalúrgica. Seguindo pela Torre, seriam visitados o campo do Mecânica, e do ART da Torre, que tinha um gramado Padrão Fifa. Esse último ainda existe, mas de terra batida, e que é chamado de Santa Luzia.

A caravana continuaria indo na Jaqueira, onde tem o famoso Parque, e que contemplava três bons campos, e iria encerrar o tour no José do Rego Maciel, construído no local do campo do Tabajaras. Ainda bem que essa substituição foi de bom proveito, dando lugar ao Mundão do Arruda.

Não poderá existir um passeio melhor do que esse, e com um guia mostrando que a queda do futebol de Pernambuco está acoplada a extinção de dezenas de equipamentos esportivos que produziam talentos para os seus clubes.

O poder público deveria ter um projeto de pelo menos um campo em cada bairro, para compensar tais perdas.

Quando se analisa o futebol brasileiro, e em especial o nosso, os que fazem não conhecem a sua história.

Comentários   

0 #6 RE: CONVITE PARA UM ¨TOUR¨ANTONIO CORREIA 30-05-2018 12:46
JJ: Só um mestre no segmento poderia escrever um artigo como esse. Perfeito e que foca a realidade. Parabéns.
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0 #5 RE: CONVITE PARA UM ¨TOUR¨BLOGDEJJ 30-05-2018 12:43
Citando André Ângelo:
Esse texto reflete uma grande verdade.
A falta de campo de várzeas - devido à falta de ordenamento municipal e à especulação imobiliária - reduziu drasticamente o fornecimento de bons jogadores para os clubes.
O jovem que quiser praticar futebol hoje tem de ter dinheiro para pagar pra jogar num campo de gramado sintético ou para se matricular numa escolinha de futebol, que de escola só tem o nome, haja vista que os "treinadores" desses locais não se preocupam em ensinar os fundamentos básicos do esporte.
Enfim, esse fenômeno da redução dos campos de várzea não é restrito ao Recife, mas a todos os grandes centros urbanos e está afetando deveras o futebol brasileiro pois está ficando cada vez mais raro vermos um bom jogador em atividade no Brasil.
Um exemplo de jogador formado na várzea é Keno, do Palmeiras (que um dia um ex-presidente disse que não era jogador para o Sport - a quem entregamos a direção do futebol rubro-negro...).
Ele sempre jogou em campos de várzea em Salvador, disputando torneios interbairros, e é por isso que tem a facilidade no drible e no chute.
Pena que seja uma exceção dentro do futebol brasileiro.


Prezado André: O amigo enriqueceu o artigo com esse comentário. A lembrança de Keno foi excelente.
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0 #4 RE: CONVITE PARA UM ¨TOUR¨BLOGDEJJ 30-05-2018 12:41
Citando Beto Castro:
Como não deseja atacar aos verdadeiros causadores do holocausto do nosso futebol por pura ideologia conservadora, o Blog fica inventando balelas que não existem. Os campos existentes nos bairros e nos clubes são muito melhores, bem gramados e até com arquibancadas, inclusive arenas bem cuidadas e que recebem até jogos profissionais. Os jovens é que não desejam mais serem profissionais de um setor econômico falido e carcomido pela corrupção que tem foco apenas em 12 clubes de quatro cidades - alguns deles já zumbis mortos vivos. Os centros de treinamento se multiplicaram e até pequenos clubes como o Santos do Amapá possui vários campos de treinos. O que não existe é futebol nos 19 estados asfixiados pela política nefasta das seis gangues, incluindo as entidades dos centuriões lagartixas, que estão interessados em tudo, menos no futebol. Até o futebol dos estados ricos como São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul e dos médios Santa Catarina, Paraná, Goiás, Bahia e Pernambuco foram destroçados fora das capitais. Um Estado como o Amapá que tem praticamente duas cidades importantes tinha 10 clubes estruturados com boas sedes sociais, ginásios e centro de treinamentos, mas morreram com apenas dois meses de futebol ao ano. O Governo do Estado construiu quase uma centena de arenas excelentes, mas o futebol não decola pela exclusão dos clubes locais. É assim em todos Estados, cidades grandes, médias e pequenas - o desenvolvimento econômico chega, mas o futebol foi sepultados pelos ladrões das seis gangues. O que justifica cidades enormes e progressistas como as do grande Recife, Garanhuns, Caruaru, Petrolina e outras não terem bons clubes profissionais - Porque não há qualquer futuro previsível com a atual concentração de recursos. Um Estado como São Paulo pode ser dividido em até 16 microrregiões riquíssimas com um futebol pujante igual ao de países como Argentina, Chile e Colômbia, mas tem apenas 4 clubes na Série A, 4 na série B, 2 na C e 2 ou 3 na D. Como um futebol que tem mais de 300 clubes em centenas de cidades pujantes pode sobreviver com apenas 13 clubes no nível nacional, quando a série A local tem 20? E ainda existem as séries A2, A3 e segunda divisão - 224 clubes foram extintos ou desativados nas últimas 3 décadas do holocausto paulista. Os clubes amadores foram trucidados e os profissionais fuzilados pelos irresponsáveis da CBF, centuriões lagartixas, doze desgraças em conluio com a Rede Golpe - Um bando de vagabundos corruptos, ladrões e facínoras que não entendem absolutamente nada do que seja uma organização mínima de um setor econômico importante como futebol que gera milhares e milhares de empregos e renda, além de milhões de dólares e euros em divisas internacionais. O futebol nacional necessita ser totalmente reconstruído e os turcos ignorantes e safados que o destruíram e agora estão destruindo a Nação precisam ser banidos, antes que não sobre nada.

Prezado Rubro-Negro: O seu comentário mostra o bom conhecimento que o amigo tem sobre o assunto. O Cacique é um bom exemplo. Quanto ao Sport o fato é verdadeiro.
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0 #3 Pura BalelaBeto Castro 30-05-2018 11:33
Como não deseja atacar aos verdadeiros causadores do holocausto do nosso futebol por pura ideologia conservadora, o Blog fica inventando balelas que não existem. Os campos existentes nos bairros e nos clubes são muito melhores, bem gramados e até com arquibancadas, inclusive arenas bem cuidadas e que recebem até jogos profissionais. Os jovens é que não desejam mais serem profissionais de um setor econômico falido e carcomido pela corrupção que tem foco apenas em 12 clubes de quatro cidades - alguns deles já zumbis mortos vivos. Os centros de treinamento se multiplicaram e até pequenos clubes como o Santos do Amapá possui vários campos de treinos. O que não existe é futebol nos 19 estados asfixiados pela política nefasta das seis gangues, incluindo as entidades dos centuriões lagartixas, que estão interessados em tudo, menos no futebol. Até o futebol dos estados ricos como São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul e dos médios Santa Catarina, Paraná, Goiás, Bahia e Pernambuco foram destroçados fora das capitais. Um Estado como o Amapá que tem praticamente duas cidades importantes tinha 10 clubes estruturados com boas sedes sociais, ginásios e centro de treinamentos, mas morreram com apenas dois meses de futebol ao ano. O Governo do Estado construiu quase uma centena de arenas excelentes, mas o futebol não decola pela exclusão dos clubes locais. É assim em todos Estados, cidades grandes, médias e pequenas - o desenvolvimento econômico chega, mas o futebol foi sepultados pelos ladrões das seis gangues. O que justifica cidades enormes e progressistas como as do grande Recife, Garanhuns, Caruaru, Petrolina e outras não terem bons clubes profissionais - Porque não há qualquer futuro previsível com a atual concentração de recursos. Um Estado como São Paulo pode ser dividido em até 16 microrregiões riquíssimas com um futebol pujante igual ao de países como Argentina, Chile e Colômbia, mas tem apenas 4 clubes na Série A, 4 na série B, 2 na C e 2 ou 3 na D. Como um futebol que tem mais de 300 clubes em centenas de cidades pujantes pode sobreviver com apenas 13 clubes no nível nacional, quando a série A local tem 20? E ainda existem as séries A2, A3 e segunda divisão - 224 clubes foram extintos ou desativados nas últimas 3 décadas do holocausto paulista. Os clubes amadores foram trucidados e os profissionais fuzilados pelos irresponsáveis da CBF, centuriões lagartixas, doze desgraças em conluio com a Rede Golpe - Um bando de vagabundos corruptos, ladrões e facínoras que não entendem absolutamente nada do que seja uma organização mínima de um setor econômico importante como futebol que gera milhares e milhares de empregos e renda, além de milhões de dólares e euros em divisas internacionais. O futebol nacional necessita ser totalmente reconstruído e os turcos ignorantes e safados que o destruíram e agora estão destruindo a Nação precisam ser banidos, antes que não sobre nada.
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0 #2 RE: CONVITE PARA UM ¨TOUR¨RUBRO-NEGRO 30-05-2018 10:48
JJ: Esse artigo lembrou-me dos meus tempos de peladeiro. Você citou o campo do Cacique, e o time local era um revelador de talentos que foram aproveitados em nossos clubes. Laxixa (já falecido), Biu (meia do Santa Cruz e da seleção de Pernambuco), Adelmo (atacante do Sport), Nenem (Botafogo-RJ), Djalma (Fluminense) e tantos outros. Na década de 90 o Sport aproveitou vários atletas da várzea, Chiquinho, Pig, Irani, entre outros. Parabéns pelo artigo.
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0 #1 A falta de campo de várzeasAndré Ângelo 30-05-2018 10:20
Esse texto reflete uma grande verdade.
A falta de campo de várzeas - devido à falta de ordenamento municipal e à especulação imobiliária - reduziu drasticamente o fornecimento de bons jogadores para os clubes.
O jovem que quiser praticar futebol hoje tem de ter dinheiro para pagar pra jogar num campo de gramado sintético ou para se matricular numa escolinha de futebol, que de escola só tem o nome, haja vista que os "treinadores" desses locais não se preocupam em ensinar os fundamentos básicos do esporte.
Enfim, esse fenômeno da redução dos campos de várzea não é restrito ao Recife, mas a todos os grandes centros urbanos e está afetando deveras o futebol brasileiro pois está ficando cada vez mais raro vermos um bom jogador em atividade no Brasil.
Um exemplo de jogador formado na várzea é Keno, do Palmeiras (que um dia um ex-presidente disse que não era jogador para o Sport - a quem entregamos a direção do futebol rubro-negro...).
Ele sempre jogou em campos de várzea em Salvador, disputando torneios interbairros, e é por isso que tem a facilidade no drible e no chute.
Pena que seja uma exceção dentro do futebol brasileiro.
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