O futebol brasileiro continua lutando contra o vento do progresso. Há muitos anos em franca decadência, sem um movimentação para que possa acontecer uma mudança.
Não vamos discutir sobre as Séries B, C e D Nacionais, desde que essas representam o ápice da mediocridade reinante. Com raras exceções, os jogos são mais fracos do que muitas peladas que ainda existem nos bairros.
O que mais choca nessas divisões é a ausência de jogadores das bases dos clubes, e o aproveitamento de veteranos rodados. Essas competições deveriam servir para preparar os novos talentos do futebol nacional.
Por outro lado, no atual Brasileirinho que é o maior campeonato nacional, ainda encontramos alguns atletas formados nas bases dos clubes, mas os mais talentosos que são bem poucos, já estão com passaportes europeus.
Essa é a rotina de um esporte decadente e com fome de recursos.
Quando uma seleção convoca apenas três atletas que moram no país, é a foto em preto e branco do seu atual momento.
O processo de formação é mal elaborado, com falhas estruturais e sobretudo conceituais. Não existe um compromisso com o jogo em si e com o clube.
Na realidade lutamos com vários problemas nesse processo, desde que o esporte tornou-se um meio de sobrevivência para os jogadores e suas famílias, e por conta disso a individualidade prospera, e muitas vezes as camisas dos clubes são usadas com o propósito de aparecerem para algum agente importante que poderá leva-los aos setores mais fortes do futebol.
Na maioria, os clubes formadores não contam com bons profissionais no setor, que é o ponto mais importante do trabalho, quando poderia observar tais procedimentos, já que a partir deles começa toda a preparação, e se essa for iniciada de forma errada, certamente terminará totalmente deformada.
O bom profissional é a mola mestra para o segmento.
O atleta não pode ser tratado como uma moeda de troca ou gado de curral, e todo o processo de formação deverá estar atrelado aos estudos, uma boa assistência social e sobretudo médica, que assim poderá dota-lo de maior capacidade de discernimento, e saber que nunca irá jogar só, e sim com o coletivo.
O jogador de base já começa a errar ao perder a sua identidade, quando procura imitar um profissional. Corta o cabelo da mesma forma, as tatuagens começam a aparecer, as comemorações são idênticas e imitam os seus comportamentos, até nos agradecimentos a Jesus.
Tudo isso é proveniente de uma má orientação. Tornam-se produtos ruis.
A formação é o único caminho para o nosso futebol, mesmo sabendo com aqueles acima da média irão correr atrás do canto da sereia, mas com uma boa quantidade de atletas de bom nível não temos duvida da recuperação desse esporte no país.
O resto é caminhar contra o vento, sem lenço ou documento.
Comentários
0#2RE: CAMINHANDO CONTRA O VENTO —
PEDRO CORDEIRO03-06-2018 13:54
JJ: O artigo mostra a realidade que não é estudada pelos interessados na evolução do futebol. O sistema de formação na maior parte dos clubes é mal formatado, o resultado está bem à nossa frente. Um futebol sem expressão.
Já estou cansado de apontar as causas da decadência contínua do futebol brasileiro e mundial em todos os aspectos. Causas como a não utilização de todas as potencialidades do futebol nacional são decisivas para curar o doente moribundo - Por exemplo, o desprezo pelos clubes brasileiros e a preferência pelos clubes dos demais países sul-americanos. A relação Território-População-PIB entre o Brasil e o Continente é de 50%, mas a subserviência à Conmebol reduz este percentual a cerca de 17%, levando o futebol brasileiro à morte gradativa. Sem a correção desta distorção cristalina, caracterizada pela discriminação contra os clubes de todos os estados brasileiros, aí incluídos os clubes dos estados ditadores - São Paulo - Rio - Minas e Rio Grande do Sul. O futebol do interior destes estados líderes já foi quase totalmente destruído. A situação de descalabro nos demais 23 Estados é periclitante e praticamente insolvente - veja o caso de Pernambuco, Bahia, Santa Catarina, Goiás, Paraná, Pará, Amazonas e Mato Grosso, somente para citar os médios, com futebol de segunda, terceira e quarta divisões. O DF da maior renda per capita do país está morto e sepultado. No futebol dos quatro grandes estados, principalmente Rio e São Paulo, só restaram os quatro grandes da conspiração, com o futebol do interior a um passo da extinção. Solução: Maior ênfase no futebol de todos os Estados e distribuição de recursos através do ranqueamento das Federações afiliadas à CBF. O carro chefe desta nova política seria a imediata implantação de uma fonte de recursos abundantes para as federações e clubes nacionais através da Brascopa - Copa das Seleções Estaduais Nativas, anual ou bianual, na proporção de suas pontuações no ranqueamento. Mas, aqueles pontos de deterioração mais evidentes são: 1-Certames regionais em número de oito como se fossem pequenos países dentro do país, com maior viabilidade de mercados. 2 - Fim do sistema ultrapassado de acesso e descenso, velhaco, carcomido e anacrônico que destrói 20% dos clubes por ano. 3 - Fim dos pontos corridos, aparelhados para beneficiar os dozes clubes beneficiários do sistema. 4 - Confinamento das divisões nacionais no segundo semestre com a organização dos certames em 4 grupos de dez, regionalizados, mas com três cabeças de chaves âncoras cada. 6 - Fim imediato do rebaixamento dos 20 clubes âncoras primeiros colocados do ranqueamento. 7 - Ranqueamento como base para um Brasileirão estável e sem deterioração das principais marcas, seja pelo quarto de despejo da segunda página atual, seja pelo afastamento psicológico dos torcedores. 8 - Acesso pelo sistema de interdependência das competições, tendo como base, os certames regionais. 9 - Criação tempestiva de duas copas subcontinentais (A-Subcontinental Libertadores Brasil e B-Sul-Americana Brasil) em certames confinados em junho com no mínimo 16 clubes cada (estilo antiga Copa dos Campeões, sendo 8 vindos da Série A e os 8 campeões regionais na "A" e 8 subsequentes do Brasileirão e os 8 Vices regionais na "B". 10 - Copa Libertadores da América e Sul-Americana na proporção de 50% (4 do Brasil e 4 da América Espanhola em cada competição), com total independência da duas Confederações isoladas (CBF e Conmebol) e duas indicações para o torneio mundial de clubes. Esta seria a reformulação básica do nosso futebol para a sua recuperação rápida e imediata. Para finalizar a criação de uma loteria de eventos (tenho modelo pronto com cartelas que doarei à instituição) bancada pela Caixa Federal ou pelos bancos regionais como fonte de recursos abundantes e grandiosos. A outra alternativa é a atual asfixia do futebol de todos os Estados e a falência total antes dos 40 anos da conspiração dos doze. Não cobro um centavo por este diagnóstico especializado e fruto de 30 anos de estudos e pesquisas no setor e com vivência efetiva em clubes e federações. É pegar ou morrer. Ao Coronel Nunes que me conhece e ao Caboclo cujo pai também me conhece, peço, me escutem e salvem o futebol brasileiro.
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