O futebol brasileiro tem a cara dos antigos blocos de sujos que saiam durante o período carnavalesco nas ruas das diversas cidades. Eram manifestações populares feitas de improviso, sem enredos, e tendo a desorganização como sua linha de ação. É o bloco de cada um por si.
Desfilavam cantando marchinhas tradicionais, com os instrumentos improvisados, inclusive latinhas.
Voltamos aos tempos mais remotos por observamos os momentos que vivem o Ceará e Paraná, que estão penando em seus jogos da Série A, por conta das diferenças financeiras com relação a grande maioria dos clubes disputantes.
O sistema desses blocos está sendo repetido pelos clubes de nosso futebol, em que o modelo individual e do cada um por si domina, em detrimento do coletivo.
Esses formaram seus blocos de sujos. Não existe união, e cada um usa uma fantasia diferente em um desfile que representa a miséria desse esporte em nosso país.
O premio recebido é o rombo financeiro.
Nem Freud poderia explicar a distribuição das receitas entre clubes disputantes da maior divisão nacional, e a maneira passiva que esses recebem. São enganados com as luvas antecipadas pelas renovações dos contratos, e a nefasta antecipação de receitas.
Já mostramos muitas vezes em nossos artigos, que no tempo do Clube dos 13 a divisão das cotas dos direitos de transmissão ficavam assim distribuídas: R$ 25 milhões para o Corinthians, Flamengo, Vasco, São Paulo e Palmeiras, R$ 18 milhões para Santos, R$ 16 milhões para Fluminense, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Inter, e R$ 13 milhões para o último grupo, composto por Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás.
A diferença do Grupo 1 para o Grupo 2 era de R$ 7 milhões, para o Grupo 3, de R$ 9 milhões, e para o último era de R$ 12 milhões.
Com a renovação do contrato em 2015 para ser iniciado em 2016 e que termina esse ano, o Corinthians e Flamengo receberam R$ 170 milhões, ou seja R$ 60 milhões a mais do que o São Paulo, que no inicio ganhava de forma igual a esses.
Para Vasco e Palmeiras a diferença subiu para R$ 70 milhões. Esses também recebiam de forma igualitária com os dois times mais aquinhoados. O Santos que recebia R$ 7 milhões a menos, tem hoje uma diferença de R$ 90 milhões, ou seja, 13 vezes a mais.
Grêmio, Internacional, Atlético-MG, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense, tinham uma diferença em suas cotas para os dois ungidos de R$ 9 milhões, atualmente recebem com um diferença de R$ 110 milhões, ou seja, um pouco mais de 12 vezes.
Para os clubes que representavam o último grupo, onde encontra-se o Sport, a diferença na época do Clube dos 13 era de R$ 12 milhões, e em 2018 essa é de R$ 135 milhões, 11 vezes a maior.
Uma chacina ao ar livre.
Como esses se sujeitaram a algo que todos sabem que é destruidor? Qual a razão de não reagirem contra essa insanidade? O mais grave é que com tantas distorções renovaram em 2017 o contrato que estava em vigor, de 2019/ 2021, e para que isso acontecesse foram aquinhoados com luvas no sistema do engano que eu gosto.
O Esporte Interativo fez contratos com alguns clubes para a transmissão no canal fechado, mas esses só terão os seus jogos transmitidos quando atuarem contra os adversários que estão no mesmo pacote.
A Rede Globo por conta da participação de um novo grupo no sistema acenou para mudanças na forma de distribuição das cotas, mas o modelo apresentado é enganoso, e no final as diferenças serão iguais as de hoje.
Não temos duvida que esse sistema perverso, aliado as péssimas gestões, foram os causadores da destruição de nosso futebol, mas todos estão contentes e felizes, como o povo brasileiro após tantos assaltos aos cofres públicos.
Nós merecemos.
Comentários
0#3RE: O FUTEBOL E OS BLOCOS DE SUJOS —
CARLOS EDUARDO10-06-2018 13:54
JJ: A razão de todas as distorções no futebol brasileiro está explicitada nesse artigo. Esse blog é o único a mostrar as mazelas que tomaram conta desse esporte. Excelente.
0#1A Iniquidade bem explicadinha —
Beto Castro10-06-2018 12:51
Esta comparação entre o mundo primitivo dos pterossauros e a era dos urubus e gaviões continua da mesma forma na idade das aves de rapina. Quando o Furador Socialista de Cobertura do Império Otomano se reuniu com os seus pares herdeiros das doze tribos de Jacó da antiga Babilônia do Rei Salomão, entre eles, o Imperador Nabi do Reino da Calabresa, Bode Rouco e Zé das Placas, todos já desaparecidos do antigo Egito, a meta seria privilegiar as doze maravilhas do mundo e sepultar os sub-povos numa pirâmide do Reino dos Faiumes dos mamutes. Mas, aí apareceu o Gavião Real do Pavilhão Nove, amigo dos três gangsters e criou este sistema ainda mais suicida do cemitério biarticulado ornitológico das aves predatórias, juntamente com o Pinto nas fezes. Desde então, entraram em desgraça de cara, os Bugres e os Lusos do conflito do descobrimento e em seguida os outros dez irmãos herdeiros do patriarca Jacó em falência planejada. Já os demais primos pobres das satrápias adesistas se conformaram em serem ioiôs do elevador da morte. Sob o comando da súcia dos oito irmãos metralhas e do degenerado das placas dos pixulecos, agora o Reino dos 7 a 1 é a cópia caricata das ligas primeiras do velho mundo velhaco - É um prá lá, outro prá cá. Uma patotinha da dicotomia bem azeitada. A arte da falcoaria não pertence ao mundo primitivo das etnias excluídas. Apenas três esportes exóticos são permitidos aos Severinos e Raimundos do Forrobodó e da Boibundânia - O Boi-bumbá da floresta chuvosa engessada e a vaquejada onde quem torce o rabo é o vaqueiro e a corrida de burros-jumentos com obstáculos na caatinga ressequida
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