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Escrito por José Joaquim

A difícil situação do Santa Cruz, a sombria performance do Sport Recife, e as dificuldades do Clube Náutico de ascender à Série A, nos motivaram a mandar um recado aos dirigentes desses clubes, mostrando-lhes a realidade em que vive o futebol brasileiro na sua relação com o mercado.

Pernambuco continua vivendo à margem da história, e do que acontece no mundo. Os dirigentes ainda não perceberam que a era da paixão deu lugar a da razão no futebol mundial. No Brasil estamos na era das cadernetas de antigas vendas. O que era emoção transformou-se em um grande negócio, necessitando de um tratamento profissional para atender ao mercado consumidor.

O esporte moderno é um produto do capitalismo atual, e quem está envolvido deve ter a percepção de que o dinheiro corre mais para aqueles de maior demanda, fazendo que um clube da região Sudeste tenha um potencial muito maior do que um da região Nordeste, promovendo um abismo profundo.

Uma entidade que aspira o título do Brasileirão dispenderá entre R$ 150 a R$ 200 milhões para conseguir tal objetivo. Os custos serão pagos por seus consumidores, de maneira direta ou indireta, quando adquirem os seus ingressos, compram os produtos licenciados, se associam, e dão o devido retorno aos patrocinadores, entre os quais a emissora dona dos direitos de transmissão.  

As agremiações que não conseguem receitas compatíveis e que ascendem a Divisão Maior concorrem em desigualdade de condições, e ficam por um ciclo médio no máximo de duas temporadas. A distribuição de receitas é trágica.

Uma analogia é formatada pelo mercado, pois quanto mais consumidores e quanto mais recursos tiverem para gastar, mais receitas para os clubes, e assim maiores investimentos, e melhores valores para as suas marcas. É um ciclo virtuoso que é orientado pelo mercado. Um clube de São Paulo pela sua população, tem mais condições do que um de Pernambuco, por conta da demanda.

Os desafios são colocados pelo mercado, e entra nesse momento a capacidade dos gestores, mesmo aqueles que tem uma menor receita, que poderá aplica-la com um retorno muitas vezes maior do que os de maiores recursos, e que não sabem investi-los na qualidade. O dinheiro ajuda, mas tem que ser bem administrado, caso contrário voa com o primeiro vendaval.

Um clube de menor receita, bem planejado pode lutar por maiores espaços. Existem investimentos importantes, e um deles é o da formação de jogadores, que requer um bom Centro para que tenha sucesso.

Na verdade não se pode ficar chorando por conta do leite derramado, e ter a capacidade de formatar um planejamento adequado, que tenha o poder de gerar receitas positivas para que possa ser implantado.

O que falta aos nossos clubes são gestores, e por isso estão na atual situação.

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