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Escrito por José Joaquim

Até hoje, mesmo com todas as facilidades da internet, com notícias on-line, não abandonamos algo que praticamos por longos anos, a leitura dos jornais impressos.

Na última quinta-feira ao lermos um dos nossos veículos de mídia, nos deparamos com uma meia página trazendo uma foto do Real Madrid, e uma matéria sobre o jogo desse clube pela Liga dos Campeões.

Enquanto isso, o Clube Náutico que é o único em Pernambuco que tem chances de trazer algo de positivo, é tratado com um espaço menor do que o dedicado a um time europeu.

O interessante é que as mídias on-line já tinham tratado do assunto logo após a partida. Trata-se de um caso de inversão de valores. O torcedor local deseja ler sobre as novidades do seu time, os seus bastidores, e as opiniões dos analistas.

Sempre temos discutido o assunto sobre as dificuldades que esses veículos encontram com respeito as noticias, que são atropeladas por outras mídias, e quando são repercutidas nas impressas, parecem um replay daquelas que todos já viram nas telinhas da TV e no computador.

O setor esportivo por sua dinâmica é o que mais sofre, quando as suas páginas trazem assuntos que já foram discutidos amplamente no dia anterior.

A sobrevivência dessa importante mídia, se dará através da diversidade de colunistas e suas opiniões. O evento ocorreu um dia antes, mas uma opinião, mesmo 24 horas após o fato, repercute e intensifica um amplo debate.

Há algum tempo lemos algo escrito pela jornalista Suzana Singer, no jornal Folha de São Paulo, em que essa tratava desse tema. ¨A Folha nada de braçadeira na parte opinativa, mas, o noticiário que é sua alma está combalido pela concorrência com o on-line, e são raros os dias que esse veículo surpreende os seus leitores com uma notícia diferente do replay que acontece normalmente¨, escreveu.

Na realidade vivemos o paradoxo de ter que aprofundar assuntos para quem tem menos tempo para o jornal. A saída, com certeza é a de dar pinceladas em uma infinidade de temas.

O jornal impresso necessita revisar os fatos mais relevantes, mostrar aos leitores o que ele não vê nas postagens das mídias sociais. Para que isso possa acontecer as colunas de opinião são fundamentais.  

As notícias estão disponíveis para todos. Basta um clique em um tablet ou no celular na rua, o cidadão toma conhecimento do que aconteceu.

Os leitores, e nos incluímos entre esses, não desejam saber o que o cartola postou em seu twitter, e sim de fatos importantes para o debate, principalmente com análises bem formatadas dos acontecimentos.

Muitas vezes uma notícia passa despercebida, para dar lugar as banalidades, e o jornalismo investigativo, sério e com profundidade irá fazer parte do futuro das mídias impressas.

O atual jornalismo brasileiro, com poucas exceções virou sinônimo de reprodução das declarações das fontes. A apuração da reportagem ficou em outro plano. A sua essência é a apuração. Não se mergulha mais nas notícias, e segue a linha adotada pelo google.  

Temos uma preocupação com o que irá acontecer com os jornais brasileiros principalmente por sermos um leitor diário , e esperamos continuar por longos anos com tal vício (salutar), que é sem dúvidas benéficos para nossa gente.

Certamente isso irá depender das mudanças de conceitos, e em especial de bons analistas.

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