O final de temporada do Santa Cruz mostra a gangorra que o clube vem tendo nas últimas décadas. É um sobe e desce constante, e tudo isso provocado pela falta de planejamento e de um grande projeto.
Os que fazem o tricolor do Arruda ainda não decidiram o que fazer para que possa leva-lo a uma estabilidade financeira, que é o ponto de partida para a sua solidificação. O Santa Cruz tem um patrimônio importante que é o torcedor, sempre presente em sua história, numa demonstração de fidelidade e paixão, mas corre o risco de perdê-lo, principalmente pela ausência de um projeto de refundação.
O perigo que o clube corre é o de não fazer mais torcedores na nova geração, e o seu futuro depende desses. A presença do bom torcedor é importante, mas não é tudo, desde que o desânimo um dia baterá as suas portas, e o seu afastamento será iminente.
Um novo Santa Cruz deveria ter começado nesse ano de volta à Série A Nacional, mas os seus dirigentes não entenderam tal importância e jogaram tudo por água abaixo. O tricolor hoje é um clube que tem uma grande torcida, e nada mais do que isso.
Não dispõe de um Centro de Treinamento, não dispõe de um Centro de Formação de Atletas, e esse último representa o seu maior pecado, desde que não poderá viver eternamente contratando centenas de jogadores, sem nenhum retorno financeiro e técnico.
Por outro lado não dispõe de um quadro social permanente, para que possa dar-lhe um respaldo financeiro. O clube pouco oferece. O Sócio-Torcedor que é uma boa alternativa como em outras agremiações não conseguiu solidificar-se.
O Santa Cruz vive de altos e baixos. Depois de 10 anos de sofrimento em divisões inferiores voltou à Primeira, e pela falta de estrutura não suportou o seu peso, sendo rebaixado. Na verdade não preparou-se para a permanência.
A sua marca é importante e precisa ser trabalhada. Tem um bom valor para negociações porém, necessita de uma contrapartida, com a formação de uma equipe, sustentável, e que possa fazer boas competições.
Sem um Centro de Formação, dificilmente o clube conseguirá sair da gangorra, posto que esse irá fornecer o material para boa parte do elenco, e sobretudo uma participação no mercado da bola, captando recursos.
Uma refundação demandará algum tempo, mas com o empenho de todos certamente os objetivos poderão ser alcançados. Um bom exemplo é o Botafogo que viveu momentos difíceis, reagiu e navega hoje em águas mansas.
Na realidade, o futebol brasileiro e em especial do de Pernambuco, precisa de um Santa Cruz forte, com a sua grande torcida. O seu apequenamento provoca um efeito cascata nos demais clubes de nossa cidade.
Ou os que fazem o clube acordam, ou o seu futuro será cinza. Viver de sonhos é bonito, mas a realidade é bem diferente.
Os arremedos da Iôiôlândia Centuriônica somente se erguerão quando o Palácio Rubem Moreira da Rua Dom Bosco renunciar de ser um mero escritório de representação assalariada do quadrunvirato do Após Calipso (Doze Tribos, Circo Mambembe, Brabuda Golpista e Traficantes do Tráfico que Trafica). Sem falar nos novos senhores de escravos e capitães do mato caçadores de branquelos e marrons.
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