No dia de ontem, recebemos uma ligação de um antigo companheiro de diretoria do Sport do Recife, para falar sobre o artigo publicado no blog com o título ¨O poder que não é consultado¨.
Na verdade esse é um sócio do clube dos tempos em que o associado se importava e participava de sua vida, e que se lamentou sobre a situação atual do rubro-negro, entregue totalmente a terceirização, abrindo as portas para os não sócios, em detrimento daqueles que pagam as suas mensalidades.
Na realidade, quem adentra ou passa pela Ilha do Retiro observa os sinais de abandono, e uma minuta frequência por quase nada que é oferecido em suas dependências para que possa ser usufruído pelo seu quadro social.
Tomamos conhecimento através dele que o presidente atual não vai ao clube por mais de um mês, e despacha os assuntos em seu escritório, e que os funcionários estão preocupados com os atrasos dos salários. Quem resolve tudo é o diretor administrativo, que é pau para toda obra.
Todos os setores do clube são terceirizados, e por conta disso, os portões ficam abertos para qualquer consumidor que poderá usufruir de suas dependência.
Conhecemos de perto alguns grandes clubes do Brasil que permitem a entrada de terceiros com uma apresentação de um sócio, e por um curto período de tempo. O Minas Tênis Clube que é uma referência para o país procede dessa forma, da qual utilizamos algumas vezes.
No Sport o restaurante, as lanchonetes são terceirizadas, as quadras de futebol socyete são terceirizadas, a loja é terceirizada, as quadras de tênis são terceirizadas, o setor de cobranças é terceirizado, e o CT ainda está em nome de terceiros. Só falta terceirizar a presidência, e isso certamente já está em processo de preparação.
As categorias de base são terceirizadas, tem uma empresa que investe e recebe uma participação nas negociações.
O Sport perdeu o seu oxigênio que era representado pelos sócios, os quais acompanharam o seu apequenamento, quando se transformou no paraíso dos terceirizados, seguindo um modelo que vem sendo adotado em alguns segmentos empresariais, bem diferentes de uma agremiação sócio-esportiva.
Terceirizar uma mão de obra de limpeza é algo factível e que pode acontecer, mas fazê-los com equipamentos que são utilizados pelos associados vai de encontro ao ponto mais importante para suas frequências, que é o da sua privacidade, e sobretudo a certeza de que são donos do seu clube.
Quando assistimos o debate sobre o processo eleitoral do clube que se avizinha, lamentamos por não aparecer um rubro-negro que volte a pensar nesse, para que possa trazê-lo de volta às suas origens.
Com essa conversa que tivemos, chegamos a triste conclusão que o verdadeiro Sport que nós conhecíamos deixou de existir, e o que lá está é um produto de gestões que não souberam conduzi-lo, e que encontraram na terceirização o único e solitário caminho.
Lamentável, essa é uma triste constatação.
Comentários
0#2RE: ¨O SPORT NÃO É DO SPORT¨ —
PEDRO CORDEIRO21-09-2018 19:24
JJ: Uma aula sobre o atual Sport, que terceirizou até o Velho Leão de Bronze. Só o amigo poderia escrever um artigo como esse.
0#1RE: ¨O SPORT NÃO É DO SPORT¨ —
RUBRO-NEGRO21-09-2018 15:58
JJ: Esse artigo é sem duvida a melhor caracterização do Sport atual, que não é mais dono de nada. Tudo é terceirizado. O estranho é a acomodação do sócio que não reage contra essa situação.
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