O debate sobre o futebol brasileiro é vazio de conteúdo. O nosso jornalismo em seus diversos segmentos analisa apenas a árvore, e deixa de lado o mais importante, a floresta, que é o seu conjunto.
Os clubes na reta final da competição estão caindo pelas tabelas, com um futebol de péssima qualidade. Atualmente o tempo de um jogo está ficando abaixo de 50% da bola rolando.
As contusões estão acontecendo em larga escala, mas o debate maior, está apenas na árvore, centrado nas táticas, nos erros das arbitragens e dos técnicos. Por conta disso a maior alegria dos cartolas é a de demitir os seus treinadores.
Precisamos discutir a floresta, que é o ponto primordial do tema. Escolhemos esse assunto por conta de uma pergunta feita por um amigo, que criticava a falta de profundidade dos nossos analistas, e citou dois pontos: O número excessivo de lesões, e sobretudo a grande quantidade de sangue que jorra em partidas realizadas nas diversas divisões do Brasileiro. Um bom questionamento, em dois pontos que vem diminuindo a potencialidade do esporte da chuteira no Brasil, e que não recebe o tratamento correto das mídias.
Começamos a responder pela segunda, com referência aos acidentes de trabalho que vem acontecendo a cada jogo, em que a touca de natação tornou-se um utensílio obrigatório.
Isso acontece por conta da mediocridade dos sistemas táticos, onde as bolas alçadas tornaram-se as suas referências, e com isso, constantes choques cabeça a cabeça, braços e cotovelos na cara, e no final o jogador sangrando. O ¨Cucabol¨é uma referência.
Esqueceram que a bola deve correr no gramado, como no futebol antigo, e até o lateral está se transformando em uma arma tática para os clubes. Os gols do Sport contra o Grêmio são bons exemplos de um futebol horizontal e que todos gostariam de assistir durante as partidas.
Quanto a primeira pergunta sobre as lesões que vem afetando as performances dos clubes, a responsabilidade é sem dúvidas do calendário insano que é aplicada pelo Circo do Futebol Brasileiro.
Quando se fala sobre o tema é bem ao largo, sem aprofundá-lo. A overdose de jogos, que são intercalados com viagens longas, refletem na parte física dos atletas, e a cada duas partidas realizadas, uma tem alguém contundido, não pela violência e sim por lesões musculares.
Um futebol com menos jogos, dentro do limite racional, evitaria esse problema, que muitas vezes obriga aos clubes a terem três times para a disputa de tantas competições inflando as folhas salariais. O Atlético-MG irá terminar a temporada com 76 jogos realizados. Uma insanidade.
Hoje, com o destrambelho do Circo, o setor mais importante de um clube é o Departamento Médico, que tem o trabalho de acelerar o retorno dos atletas o mais rápido possível. Não existe milagre para um time com elenco limitado disputar tantas competições. Isso impacta nos resultados. Temos uma ocupação média mensal nesse setor de 74 jogadores nos vinte clubes, ou seja quase sete times.
Quando se analisa apenas a árvore, esquece do seu universo que é a floresta, e essa apresenta problemas como esses que estão destruindo o futebol brasileiro.
Preferimos a floresta.
Comentários
0#1Cachimbo Enviezado pelo uso —
Beto Castro11-11-2016 10:38
Quanto às arenas construídas em terras golpistas (Cestão dos defuntos amazônicos, Areião das Dunas, Arenão da Pedra Furada, Fonte dos Magalhães, Ovni da Anestesia, Periquitão do Homem das Neves do Pezão e outras maravilhas setentrionais) nenhuma palavra sobre os R$ 450 milhões desviados pelo os Reis da Convergência Golpista. Os centuriões nacionais do Trump do Topete estão imunes às vicissitudes da ira da hipocrisia da falsa moral dos ladrões globais do crescente decrescente.
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