A temporada de 2018 está na sua reta final faltando muito pouco para o seu encerramento. O futebol apresentado foi medíocre e os gols sendo resolvidos por algo tão antigo o das bolas paradas.
As péssimas arbitragens e o trucidamento dos jovens treinadores são os maiores destaques da competição maior do futebol nacional.
Das caras novas que surgiram nos diversos bancos dos clubes o único sobrevivente é Jair Ventura, do Corinthians, embora tenha sido demitido do Santos. Com a atual situação do time alvinegro será a próxima vitima da famosa dança as cadeiras.
Surge uma pergunta: Qual a razão da não formação de treinadores a partir das categorias menores, pois se formam atletas, por que não conseguem com técnicos?
A escola de um jogador é a base. Começa no Sub-15, vai para o Sub-17 e chega ao Sub-20. São degraus que vão sendo alcançados. No final são profissionalizados de verdade.
Os futuros técnicos deveriam nos clubes obedecer a mesma escola. Começariam na base menor, chegariam ao juniores e um passo maior como assistente de um treinador, e posteriormente o acesso ao cargo maior.
Durante a escalada, o diploma de educação física seria conquistado, além de cursos de mestrado ligados ao futebol, estágios em clubes maiores, inclusive no exterior. Antes de assumir um time de maior porte deveria passar por um menor.
Hoje um pretendente à ser técnico de futebol faz um curso qualquer, inclusive o ministrado pelo Circo do Futebol Brasileiro que não tem a menor qualidade. Com canudo nas mãos se aventura em um time de ponta e a pressão é grande que termina sendo degolado.
Rogerio Ceni é um bom exemplo, optou pelo São Paulo, um clube exigente, de grande torcida e foi um fiasco. Voltou a realidade quando assumiu o Fortaleza e está muito próximo de leva-lo a Série A Nacional.
Nada na vida se começa pelo andar de cima. Tem uma estrada longa à ser percorrida até chegar ao ponto ideal.
Se os clubes brasileiros tivessem projetos como esse, certamente estariam dando uma contribuição para mudanças no mercado de trabalho, e as mídias não estariam perdendo tempo com hipóteses sobre contratações e demissões de treinadores.
Aliás esse sistema criaria um sentimento clubístico que hoje deixou e existir, e a quebra do paradigma de que só os famosos poderão levar os clubes a grandes conquistas.
Por sua vez a formação de treinadores serviria para contribuir na redução dos custos do futebol, desde que os salários que são pagos aos chamados TOPs beiram a irracionalidade, e os valores menores também afetariam o mercado com a aplicação da lei da oferta e procura.
Trata-se de um processo lógico e racional, que deveria fazer parte do planejamento dos clubes, sobretudo na escolha de profissionais para as suas bases.
O futebol brasileiro perdeu-se no rumo que foi tomado e necessita de novos procedimentos para encontrar o caminho certo, e a formação de treinadores é um que poderá dar uma grande contribuição ao processo.
Comentários
0#3RE: O FUTEBOL BRASILEIRO NÃO FORMA OS SEUS TREINADORES —
PLINIO ANDRADE22-10-2018 19:29
JJ: Concordo com o comentários anteriores. O artigo levantou um tema que deveria ser debatido por todos os envolvidos no sistema do futebol. O técnico no Brasil é um autodidata.
0#2RE: O FUTEBOL BRASILEIRO NÃO FORMA OS SEUS TREINADORES —
ANTONIO CORREIA22-10-2018 19:00
JJ: Como sempre um excelente artigo, que trata de um dos maiores problemas de nosso futebol que é sem duvida a formação dos seus técnicos. Essa dança das cadeiras dos treinadores mais jovens é a certeza de que o sistema está errado. As bases são entregues a curiosos da bola e os resultados estão bem latentes.
0#1RE: O FUTEBOL BRASILEIRO NÃO FORMA OS SEUS TREINADORES —
CARLOS ALFREDO22-10-2018 11:45
JJ: O artigo levantou um bom tema para o debate. Os treinadores das bases sempre são ex-atletas sem a devida formação profissional. Não estão preparados para os cargos. Quando assumem os times principais fracassam. Nenhum prédio começa pelo andar de cima, e sim por baixo. O exemplo de Rogerio Ceni mostra essa realidade.
Comentários
Assine o RSS dos comentários