As torcidas funcionam como caixa de ressonância dos clubes de futebol. Quando elas se calam, eles simplesmente desaparecem. A partir desta tese de sobrevivência começamos a questionar o futuro do Santa Cruz e Náutico, cujas permanências na Série C acarretaram em perdas imensuráveis com a falta de visibilidade.
Santa Cruz e Náutico são patrimônios imateriais do desporto e da cultura pernambucana. Também são patrimônios materiais porque possuem bens e ocupam espaço físico com imóveis em pedra e cal (sede social e estádios), mas se tornaram invisíveis. Os dois clubes irão amargar três meses na condição de sujeitos ocultos.
O universo do futebol ganhou uma dinâmica fantástica com a evolução da internet, da quebra de barreiras e de encurtamento de distâncias. O cardápio do futebol é farto e de boa qualidade. E é ofertado diariamente pela televisão, em variados horários. As novas ferramentas de comunicação criaram novos hábitos nos torcedores. A era da digitalização impôs as novas gerações o sentimento do aqui e agora. Se um clube sai de cena, mesmo que temporariamente, ele simplesmente desaparece, se torna invisível.
Os patrimônios físicos do Náutico e Santa Cruz existem, estão sólidos nos Aflitos e no Arruda, respectivamente, mas ninguém fala nos dois clubes porque os corações de ambos deixaram de pulsar. O futebol é o coração das duas agremiações. Com eles parados, tudo o que acontece é subjetivo dentro da ótica da visibilidade.
Ligo o rádio e busco novidades nas resenhas esportivas, que sempre dedicaram espaços generosos aos clubes recifenses. Nenhuma novidade. Os jornais enchem as páginas de ¨linguiça¨, despertando pouco interesse em seus leitores. Afinal, o futebol está parado.
A perda de visibilidade acarreta na perda de ressonância que é provocada pela torcida. Isto é imperativo. Se os gestores tricolores e alvirrubros não assimilarem tal sinal, e partirem para uma reflexão efetiva, seguida de um planejamento para tirar os dois clubes desta vala de falências em que se encontram, fatalmente Náutico e Santa Cruz se aprofundarão num estágio de insolvência.
Momentaneamente estão invisíveis.
NOTA DO BLOG:
Claudemir Gomes é sem duvida um dos últimos dos moicanos do jornalismo local. É dono de um texto excelente, que está retratado nesse artigo, o qual não poderia deixar de publica-lo pelo conteúdo e sobretudo por ter tratado de um assunto que sempre estamos debatendo com os nossos visitantes.
É responsável pelo blog de Claudemir Gomes, o qual sugerimos aos que nos acompanham.
Comentários
0#4RE: NÁUTICO E SANTA CRUZ INVISÍVEIS —
CLAITON LIMA28-10-2018 18:06
JJ: O artigo retrata o que o blog sempre afirma, e critica a crueldade da Série C, que deveria ter o mesmo formato das duas divisões maiores. O sistema de mata-mata deixa clubes como o Náutico e Santa Cruz de fora da temporada por mais de três meses, e como bem disse o jornalista ficaram invisíveis.
0#3RE: NÁUTICO E SANTA CRUZ INVISÍVEIS —
PEDRO CORDEIRO28-10-2018 14:21
JJ: Endosso tudo que foi comentado pelo Rubro-Negro e Antônio Correia sobre Claudemir Gomes, e o seu texto. Esse artigo retratou a realidade do futebol pernambucano, e os problemas do Santa Cruz e Náutico.
0#2RE: NÁUTICO E SANTA CRUZ INVISÍVEIS —
ANTONIO CORREIA28-10-2018 14:15
JJ: Até nos convidados o amigo é exigente. Acompanho Claudemir Gomes há muito tempo, e concordo com você que é um dos últimos jornalistas de raiz com um bom texto. Esse artigo é perfeito.
0#1RE: NÁUTICO E SANTA CRUZ INVISÍVEIS —
RUBRO-NEGRO28-10-2018 14:12
JJ: O amigo sabe escolher os artigos de terceiros para a publicação no blog. Esse do jornalista Claudemir Gomes é sem duvida um dos melhores sobre esse tema. Parabéns.
Comentários
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