O Brasil é um país onde uma parte da sociedade aplaude os corruptos, e apedreja aqueles que os estão combatendo. O maior exemplo está na Lava Jato, cujos componentes estão prestando um relevante serviço no combate a corrupção que está encravada em vários segmentos da nação, e existe um movimento para abafa-la, fato esse que a sociedade do bem não irá permitir.
Os nossos coxinhas e as mídias ufanistas estão abraçados a uma seleção que representa a podridão do futebol brasileiro, esquecendo que a entidade dona desse time tem três péssimos exemplos de gestores envolvidos em investigações policiais, Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.
Vivemos um momento surreal, quando o currículo é esquecido por conta de uma vitória no gramado. A casa cedo ou tarde irá cair, com a Lava Jato adentrando no futebol com a abertura do inquérito determinado pelo Ministro do STF, Teori Zavascki, para averiguar denúncias de corrupção contra o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.
Tal fato não foi repercutido como deveria ser pelo seu grande alcance. Mas os analistas acharam um novo herói para ser aclamado, o técnico Tite, que é a bola da vez. Até quando não sabemos.
Não vamos julgar o cartola, mas devemos caracterizar que as denúncias não tem nenhuma vinculação ao seu mandato de deputado federal, e sim como dirigente do alvinegro paulista, e da delação da Odebrecht que o cita, inclusive com nome nas planilhas dos pixulecos.
Enfim a Lava Jato chega ao futebol brasileiro. Trata-se de um momento histórico que foi percebido por poucos, mas é real. Uma investigação é um novelo, e qualquer fio da meada puxado, poderá abrir a caixa preta desse esporte. Uma investigação é uma bola de neve, que vai crescendo quando essa vai rolando.
Enquanto o esporte está sendo deixado de lado pelos poderes de investigação do Brasil, investigadores americanos apuram suspeitas de que os cartolas do futebol foram beneficiados por contratos obtidos pela Odebrecht, empresa foco da Operação Lava Jato.
Segundo o jornalista Jamil Chade, do jornal Estado de São Paulo, tanto o escândalo da FIFA, quanto o da empresa brasileira estão sendo analisados pelo Departamento de Justiça dos EUA.
Segundo a matéria, os investigadores estão cruzando informações no que se refere à construção de estádios para a Copa de 2014. O resultado do inquérito pode alimentar o julgamento dos cartolas brasileiros e mesmo europeus.
Essas investigações contra Sanchez torna-se mais importante desde que poderá solicitar informações do FBI, que já conta com um bom número de documentos.
Se nesse fio que poderá ser puxado da meada originar delatores, poderemos ter uma delação premiada pela primeira vez no futebol brasileiro, e quem sabe os bastidores insondáveis, escondidos nos ¨bunkers¨ de concretos poderão ser escancarados.
Certamente se isso acontecer muita gente deixará de dormir.
Em Pernambuco tem um personagem que se resolvesse delatar os bastidores do futebol, não sobraria pedra sobre pedra.