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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- GRITO ADIADO E UM REBAIXAMENTO

* A 35ª rodada  da Série B foi realizada de forma integral na última terça-feira com um recorde de gols, com 35 redes furadas, e uma média de 3,5 gol por jogo. Apenas Figueirense e Guarani terminaram no 0x0.

O estranho 5x0 do Brasil contra o Vila Nova, time que sonhava com uma vaga no grupo de acesso, o 4x2 do Londrina contra o Criciúma e o 4x3 de Paysandu e Oeste, que somados contribuíram com 18 gols, mais da metade do total.

O empate com o CSA em casa frustrou a expectativa do Fortaleza de se tornar campeão da Série B em um Castelão lotado. Terá que esperar por uma nova chance no próximo jogo contra o Avaí na Ressacada. Na realidade é uma questão de tempo para que isso possa acontecer.

O primeiro time a ser rebaixado foi o BOA após a sua derrota perante a Ponte Preta, que chegou mais perto do Grupo de Acesso.

O Londrina completou a sua 10ª rodada sem derrota, e aproximou-se do Avaí e Goiás com uma diferença de três pontos, que poderá ser tirada até o final da competição.

Quanto aos times degolados, tudo indica que os atuais ocupantes da zona da Caetana não irão escapar. Paysandu, Juventude, Sampaio Correa, juntos com o BOA estarão na Série C de 2019. 

NOTA 2- VALE QUANTO PESA

* Alguns clubes em especial os que estão na luta contra a Caetana, estão fazendo promoções nos preços dos ingressos.

No final o movimento financeiro apresenta um déficit.

Para que se tenha ideia, dependendo das distâncias, os seis árbitros escalados custam em algumas vezes R$ 35 mil reais. Um ingresso de 2,50 não paga sequer essas despesas.

O desespero por conta de um rebaixamento leva um clube a pagar para jogar. É o que chamamos de fórmula invertida de gestão.

O futebol brasileiro como já afirmamos é surreal, e por conta desses procedimentos mostra a incapacidade de uma modernização. Jamais chegaremos perto do sistema das vendas antecipadas para uma temporada, que são utilizadas no futebol europeu.

Por outro lado o Regulamento das Competições do Circo determina o valor mínimo do ingresso de R$ 40,00 e a meia entrada de R$ 20,00, mas o jeitinho brasileiro conseguiu acoplar ao artigo uma exceção para as promoções, o que vem acontecendo.

Dez dos vinte clubes que disputam essa competição, vem aplicando preços menores do que o estabelecido.

Na verdade um jogo vale quanto pesa, e esse é o modelo que está sendo aplicado no Brasileirinho.

NOTA 3- A DURA VIDA DE RITHELY

* As mídias de Porto Alegre noticiaram que o Internacional está com muita preocupação com relação a situação do volante Rithely que até hoje não fez a sua estreia com a camisa Colorada.

O clube após um acordo com o Sport fez um contrato com o jogador até o final do ano, e caso esse aprovasse seria contratado de forma definitiva.

As idas e vindas ao Departamento Médico após a sua recuperação da cirurgia no tornozelo não permitiram ainda que fosse convocado para uma partida.

Ele melhorou e já treinava há algumas semanas normalmente tinha expectativa de estrear. Foi quando apareceu um novo quadro, com uma lesão na panturrilha. Fez tratamento, está voltando, ainda sem condições de jogar.

O Colorado irá aguardar até o final do ano para sentir a sua reação, e depois ouvir o relatório do setor médico para finalizar a negociação com o Sport.

Caso seja negativo Rithely será devolvido ao time rubro-negro.

Uma vida dura para um excelente jogador.

É lamentável.

NOTA 4- DESOVANDO O PATRIMÔNIO 

* O Atlético-MG está chegando ao final da temporada com uma crise financeira sem limite. A situação é critica conforme a apreciação do próprio presidente Sergio Sette Câmara.

Os salários dos funcionários e jogadores estão atrasados.

A solução encontrada foi a de antecipar as cotas dos direitos de transmissão. Como sempre cobrindo um santo e descobrindo um outro.

Trata-se de uma solução paliativa, desde que a divida total é de R$ 580 milhões, e a alternativa é vender a outra metade do shopping Diammond Mail localizado no Bairro de Lourdes, em Belo Horizonte.

Em  setembro do ano passado o Galo vendeu 50,1% da sua parte no centro comercial para a Multiplan, que já administrava o complexo, por R$ 250 milhões que serão utilizados para a construção da Arena MRV.

A alternativa encontrada foi a da venda do restante da participação no Shopping, estimada em R$ 250 milhões.

O dinheiro levantado seria utilizado praticamente em sua totalidade para pagar as dividas de ações que o Atlético tem na Justiça, além de dizimar o passivo tributário que assola o clube.

Em setembro esse pagou R$ 5 milhões somente em impostos, e tem um dispêndio anual de R$ 50 milhões. Isso motivou o atraso dos salários dos jogadores profissionais.

Quando se começa a desovar o patrimônio sem dúvida é o inicio da debacle de qualquer empresa, que ainda corre o risco de continuar se endividando.

Esse é o futebol brasileiro metido a rico e esfarrapado na realidade.

NOTA 5- COMO CHEGAR AO REBAIXAMENTO

* A diretoria do Paraná poderia escrever um manual ensinando aos clubes de como se pode chegar ao rebaixamento. O ano de 2018 tinha tudo para ser inesquecível para o clube. Depois de dez anos amargando a Série B Nacional, enfim estava de volta à elite do futebol brasileiro. Além disso teria maiores receitas, e podendo formatar um time competitivo.

Mas, desde o inicio da temporada tomou um caminho esburacado e sem volta. Perdeu os seus dois melhores jogadores da temporada anterior. João Pedro e Renatinho não permaneceram. Para repor as peças, o time paranista optou por trazer jogadores sem mercado, mais baratos, e que no final não deram certos. Primeiro erro.

Trouxe de volta o treinador Wagner Lopes, que iniciou juntamente com o gerente de futebol, Rodrigo Pestana, o planejamento da temporada. Bastou um mês com apenas sete jogos esse foi demitido após a queda na Copa do Brasil. Segundo erro.

Após a parada da Copa do Mundo, vieram nomes como os meias Nadson, Maicosuel, o zagueiro Renê Santos e o atacante Rafael Grampola. Não melhorou nada. A queda foi vertiginosa. Quarto erro.

Na tentativa de melhorar o desempenho, mais trocas de comando técnico. Micale foi demitido e Claudinei Oliveira chegou. Quinto erro. Antes disso, Rodrigo Pestana, apontado como um dos culpados pela má fase também se desligou do clube.

Na verdade faltou um planejamento estratégico para a permanência do time na Serie A, e com uma diretoria agindo como um bode numa sala de louças seria obvio que daria tudo errado. 

O ano de 2018 que poderia ser festivo para o Paraná, acabou de fato entrando para a história como um dos piores dos últimos 30 anos.

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