O futebol brasileiro não tem como se recuperar por conta do modelo de gestão que é da idade da pedra. Os segmentos que acompanham esse esporte são mudos, e na sua maioria incompetentes para a busca de um novo sistema.
Quando se procura um espelho para um bom modelo de gestão, o dedo aponta para a Europa, e em particular para a Alemanha, que tem a maior média de público pagante do mundo.
Já postamos alguns artigos sobre esse tema e estamos mais uma vez escrevendo para mostrarmos que nos países que comtemplam os maiores campeonatos do mundo, esses são administrados por uma Federação Nacional e diversas Ligas que fazem funcionar muito bem esse esporte.
Na Alemanha existe a Federação Alemã de Futebol (DFD), que além de administrar as 3ª, 4ª e 5ª ligas, tem um projeto de formação que contempla 336 campos de treinamentos, responsável pela evolução do futebol do país.
O esporte é tratado de forma séria, bem diferente do modelo de esculhambação geral que é adotado no Brasil, sendo tratado com seriedade, sem as espertezas dos cartolas e, sobretudo, com um universo de bons jogadores e muitos craques, que são contemplados com altos salários, porém dentro da capacidade de pagamento de cada clube.
O profissionalismo e a transparência são os pontos principais desse modelo.
As duas maiores divisões do futebol Alemão são gerenciadas pela Bundesliga (1 e 2), ambas com 18 clubes. Um fato a se destacar, e isso acontece na maioria dos países europeus, é que em boa parte os estádios da Segunda Divisão são melhores do que os que pertencem a alguns clubes brasileiros.
A Regionaliga é a Terceira Divisão, com duas ligas distintas, a do Norte e Sul. A primeira com 18 clubes e, a segunda, com 19. Os campeões e vices ascendem para a Bundesliga 2. O sucesso dessa Terceira Liga é que os clubes participam do Campeonato que duram o ano todo, e muitos são de pequenas cidades.
A Oberliga representa a Quarta Divisão. É composta por nove Ligas independentes, parecidas com os estaduais brasileiros, somando 162 clubes que disputam o acesso para a Regionaliga.
Finalmente a Quinta Divisão, municipalizada, e promove competições o ano todo, com mais de mil clubes semiprofissionais.
Na realidade ao mostrarmos tal sistema é para que fique bem claro que Liga não é bicho papão que irá comer as crianças brasileiras, e que atuando com seriedade, competência e profissionalismo pode colher frutos da melhor qualidade como acontece na Alemanha e em outros países da Europa.
O modelo alemão se encaixa bem no futebol brasileiro, que iria se perenizar, sem jogadores desempregados, e um grande número de atletas em atividade, projetando novos valores, que representam o futuro desse esporte.
O sistema é bem simples, muito funcional, cuja meta principal é o aproveitamento de atletas formados nos diverosos clubes, sobretudo a regionalização, e um calendário cheio para todos independente da suas divisões.
Se isso não prestasse, certamente o futebol alemão não seria um dos melhores do mundo, e o nosso, que vive de improvisação, não estaria no fundo do poço.
Será que as Ligas são os lobisomens tão decantados?
Comentários
0#2RE: UM ESPELHO PARA O FUTEBOL BRASILEIRO —
RUBRO-NEGRO01-12-2018 11:00
JJ: Os seus artigos são didáticos e trazem sempre novos ensinamentos. O futebol brasileiro estagnou e continua na idade da pedra. Se na Europa as Ligas deram certo, qual a razão de que essas não serviriam para o Brasil?
0#1RE: UM ESPELHO PARA O FUTEBOL BRASILEIRO —
ANTONIO CORREIA01-12-2018 10:57
JJ: O artigo está perfeito. Nos países desenvolvidos no futebol esse é dirigido por Ligas. Será que estamos certos? Uma pergunta que os cartolas deveriam responder.
Comentários
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